Controle e ContraControle

Controle e Contracontrole

Skinner entende  que o comportamento é também uma forma de controle e que está presente em todos lugares. É inerente ao ser em si querer controlar tudo e a todos que estão em seu redor. O controle não é um momento transitório não se podendo escolher um gênero de vida no qual não exista controle, o que é possível seria apenas modificar as condições controladoras.

As agências de controle operam na manipulação de estímulos utilizando-se de técnicas de reforço e punição. Uma agência controladora, simultaneamente com os agentes que as controlam, fomenta que é considerado como verdadeiro em decorrência do poder que possuem. Evidentemente, quem possui o poder também possui controle. Esse poder exercido por essa minoria mas que evidentemente possui um poder na formação de opinião social acabam controlando a maioria “manipulável” tendo essas “verdades” instituídas como prática social tornando-se socialmente aceito. O poder e o controle não estão somente no Estado, mas estão presentes nas diversas formas e nos diversos nível nas relações humanas.

Dentre as agências controladas, pode-se destacar algumas, são elas: o governo, a religião, cultura e educação.

O governo utiliza-se de seu poder e controle numa busca de “manter a paz social”, para isso utiliza-se de técnicas coercitivas e muitas das vezes arbitrárias punindo as formas de comportamentos não condizentes com o pressuposto supracitado. O governo utiliza-se muito da técnica de reforço positivo para auxiliar no controle, utiliza-se de uma prerrogativa para instituir que aquilo será benéfico para sociedade mesmo que seja em detrimento da maioria embora, no fim, o objetivo é desvirtuado e a população fica na falsa sensação de aquilo lhe beneficiou ou a quem necessita.

A religião é uma das formas de controle mais antigas da história, perdurando-se no tempo durante milhares de anos até os de hoje, é sabido que sempre possuiu e possui muitos adeptos. Utilizando-se de regras comportamentais por meio da prática verbal estabelece o elo entre acontecimentos eventuais e verdade, surgindo assim a superstição. Todos os acontecimentos eventuais são “manipulados” de uma forma a conseguir estabelecer uma relação punitiva com o comportamento “moralmente errado” do indivíduo, se tornando um “pecado religioso”. À partir do momento em que se é cumprido tudo aquilo posto pela entidade o adepto só terá benefícios como ir para o “paraíso” e ser aceito no grupo. Enquanto aquele que contraria os comportamentos imperativos emanados será um pecador, terá como consequência o “inferno” e será discriminado e talvez até expulso por ser um violador de tais condutas. Predomina o poder coercitivo, ousar contrair tais práticas milenares julgadas adequadas pelo ente, mesmo que não possuam sentido nenhum, é um absurdo porque tais práticas foram emanadas de um “ser superior” e obedecidas durante gerações, e aquele que te emana tal ordem é apenas um intermediador entre tal ser e o homem. Portanto, o método utilizado por este ente é o do reforço, seja ele positivo ou negativo, embora este seja muito mais utilizado do que aquele.

Na educação é utilizado o controle aversivo. O professor detém o poder e a autoridade enquanto o estudante é coagido a se comportar com tais regras sob pena de sofrer sanções, mais comumente chamada de “castigo”. Muitas das vezes é coagido a estudar, apenas decorando a matéria a ser estudado contra a sua vontade, não estimulando o seu pensamento crítico-reflexivo sobre a importância que aquilo terá para sua vida, apenas “jorra” conteúdo ao aluno para que ele tire notas nas avaliações enquanto o mais adequado seria ensiná-lo a pensar, a buscar o conteúdo por meio das diretrizes emanadas de seu educador. É na infância/adolescència que se constrói os valores e o comportamento do indivíduo, sendo a educação o principal meio para sua criação, é evidente a necessidade de reforços positivos nessa fase, até porque a criança não tem o necessário discernimento, ainda, para definir com exatidão tudo aquilo que lhe posto, fazendo-se mister a orientação correta dos educadores e dos responsáveis do aluno.