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Disciplina: Relações Étnico-Raciais no Brasil.

Por:   •  4/4/2016  •  Bibliografia  •  3.951 Palavras (16 Páginas)  •  353 Visualizações

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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA

Instituto de Ciências Humanas

Curso de Psicologia

Disciplina: Relações Étnico-Raciais no Brasil.

Campus Vargas – Ribeirão Preto

1. Descrever o cotidiano do escravo.

Diante da opressão provocada pelo sistema escravista, à vida diária de um escravo brasileiro (o maior importador da história) era bastante árdua: desde sua captura na África, de forma extremamente violenta (quase sempre eram caçados por outros negros de tribos rivais); o transporte com condições onde a taxa de sobrevivência era de 75% a 10% aceitável (vária segundo alguns autores); já no Brasil as privações e violência continuavam, os escravos trabalhavam de doze a dezoito horas, sem folga durante a semana. Os escravos eram destinados a vários trabalhos, alguns cultivavam plantações em grandes e pequenas propriedades, outros serviam para trabalhos domésticos (sendo esses considerados sortudos), como capatazes, damas de companhia, sendo que alguns até alforria conseguiam. Os trabalhos nos centros se davam como artesões, ferreiros, construtores e também sendo eles próprios negociados como moeda de troca.

Eram constantemente castigados fisicamente, independentes de sua área de atuação, sendo domestico ou nos centos, quando um escravo se distraía no trabalho ou por outros motivos, eram amarrados em um tronco de árvore e açoitados, às vezes, até perderem os sentidos; torturando-os fisicamente e psicologicamente, os senhores buscavam destruir os valores do negro e forçá-lo a aceitar a ideia da superioridade da raça branca sendo que o açoite era a punição mais comum, tudo com o pressuposto e ideal de “manter a ordem”. Os escravos dormiam em senzalas e tendo como prato típico o que hoje é conhecido como feijoada (feijão aguado com carne de porco e frutas das estações).

Frequente o movimento de resistência como: suicídios e fugas em grupos que resultavam na formação de quilombos. Tentavam sobreviver estabelecendo relações com outros escravos, onde recriaram sua cultura. Era muito frequente a prática do sincretismo religioso, por meio de irmandades católicas, mulçumanas e candomblé, reuniam-se em danças, batuques e capoeira, influenciando profundamente a sociedade brasileira.

2. Quanto ao conceito de branqueamento, explique:

a) O branqueamento através da imigração europeia.

Em um artigo de 1890 dizia que era inteiramente livre a entrada de trabalhadores, exceção feita aos indígenas da Ásia ou da África, que necessitavam autorização do Congresso Nacional. Com essa política o Brasil recebeu cerca de quatro milhões de imigrantes, entre alemães, italianos, espanhóis, portugueses e austríacos, que recebiam vantagens, indo desde locais próprios para o desenvolvimento de seus núcleos coloniais, como passagens e créditos financeiros. Logo, em 1890, ficou bastante claro que um dos objetivos do incentivo à imigração europeia, além dos ligados à economia, era o branqueamento da população do Brasil.

A tese do branqueamento baseava-se na presunção da superioridade branca, a imigração branca reforçaria a resultante predominância branca. Com o cruzamento dessas raças houve um aumentos da taxa de população branca enquanto a taxa de negros se manteve e pardos caíram.

b) Através da transformação dos pardos em brancos.

O aumento de imigrantes europeus ajudou a “melhorar” (fazer a população ficar mais clara) o branqueamento. Porém somente esses imigrantes não seriam necessários para explicar o grande crescimento de população branca. Essa população branca era na verdade miscigenados. Com a manipulação de dados nas tabelas os pardos, que antes eram indefinidos, viraram brancos. Cerca de 20% da população era composta de pardos, nas tabelas anteriores (1890-1940), enquanto os brancos cresceram cerca de 19% nas tabelas posteriores.

c) Do exemplo de um branco brasileiro.

Classificação do filho como branco quando nasce se dava levanta em conta apenas alguns traços realmente de pessoa branca. Porém como houve a miscigenação, os traços de seu ancestral negro eram desconsiderados.  

d) Pela manipulação das estatísticas.

Manipulação de resultados de tabelas e dados dependendo do interesse em questão, manipulação da realidade através dos dados de censos. Fatos esse que cria um questionamento interno na população que se via com traços negros, mas oficialmente era considerada branca e assim ao fingir não ver seus traços negros, sua identidade étnica era desvalorizada assim como toda sua história e também a do país do maior como mercador de escravos.

3. Explique a transição do escravo trabalhador para o trabalhador escravo.

O fim da escravidão não ressarciu os negros dos 350 anos de sofrimento.  Estes nunca mais seriam os mesmos, ficaram marcas nas vidas dos negros. Mais de 700 mil negros entraram em um ilusório mercado de trabalho, que já era um lugar difícil e com baixa valorização do atual trabalhador e com essa enxurrada de novos trabalhadores (saturação de mão-de-obra), fez aumentar ainda mais a demanda de oferta e procura de empregos, baixando ainda mais a valorização do antigo e novo trabalhador, já que sempre estaria à disposição alguém que aceitasse realizar o mesmo tipo de trabalho por uma quantia menor salarial. Os negros e seus descendentes depois da escravidão nunca mais teriam condições de competir com os imigrantes, já que os imigrantes esgotaram as forças dos negros.  Muitos acabam voltando a trabalhar com seus antigos senhores por salários que mal pagavam seu sustento.

Até hoje muitos negros não tem um lugar descente na sociedade, uma moradia digna, oportunidade de trabalho, assistência à saúde e respeito.

4. Definir o conceito de eugenia.

         O conceito de Eugenia foi criado por Francis Galton (primo de Charles Darwin) a partir da teoria da evolução das espécies, foi concebido pela observação do aumento das doenças e dos problemas sociais, por exemplo, Galton dizia que o aumento dos casos de tuberculose, de nascimentos de bebês com má formação e do aumento da criminalidade era culpa da miscigenação e que esta estava levando a humanidade ao caos genético. Galton definiu eugenia como o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente. Em outras palavras, melhoramento genético, onde ele visava por meio de uma ação seletiva a extinção de doenças hereditária visando um controle social para melhoramento de futuras gerações, tanto fisicamente quanto mentalmente. O tema é bastante controverso, particularmente após o surgimento da eugenia nazista, que veio a ser parte fundamental da ideologia de pureza racial. Desde seu surgimento até os dias atuais, diversos filósofos e sociólogos declaram que existem diversos problemas éticos sérios na eugenia, como a discriminação de pessoas por categorias, pois ela acaba por rotular as pessoas como aptas ou não aptas para a reprodução.

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