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Estereótipo Usuários de Maconha

Por:   •  13/5/2016  •  Dissertação  •  2.365 Palavras (10 Páginas)  •  355 Visualizações

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MACONHA: ESTIGMAS SOCIAIS FORMADORES DE ESTEREÓTIPOS DO USUÁRIO

ARTHUR LEMES, MARIANA AIRES, MATHEUS GUIMARÃES, PRISCILA LAUTENSCHLAGER

PROFESSOR JOSÉ RICARDO KREUTZ

UNIVERISADE FEDERAL DE PELOTAS - UFPel

INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO

Este trabalho tem por objetivo analisar os estigmas sociais formadores de estereótipos em relação ao usuário de maconha e ao não-usuário (“careta”), principalmente como eles se formam, que linhas os constituem, e que processos de subjetivação estão envolvidos nessa formação de representações sociais.

As representações sociais, nas obras de Jodelet e Moscovici, se apresentam como uma maneira de interpretar e pensar a realidade cotidiana, uma forma de conhecimento da atividade mental desenvolvida pelos indivíduos e pelos grupos para fixar suas posições em relação a objetos, situações, eventos e outros indivíduos. Tendo assim grande influência do social que intervém no contexto concreto em que estão grupos e pessoas, pela comunicação que se estabelece entre eles, pelos códigos, símbolos, valores e ideologias ligados ás vinculações e posições sociais específicas

Esta pesquisa está presente na área de Psicologia Social, e foi idealizada a partir da problematização sobre a legalização da referida substância e os efeitos de sua inserção na sociedade, buscando priorizar um aspecto menos discutido, ou seja, o das representações sociais geradas a partir do uso da cannabis, diferentemente das abordagens jurídicas e medicinais.

Entendemos que a política antidrogas, conhecida como Guerra as Drogas, iniciada em 1970 pelo então presidente americano Richard Nixon (que modificou a constituição americana, resultou no ciclo: a repressão aumenta o preço da droga, que fortalece o tráfico, que estimula o consumo, que aumenta a repressão, gerando consequências funestas na sociedade) contribuiu para criação de um estigma do usuário de drogas, que mediante a isso passou a ser encarado como criminoso, vagabundo, malandro, indigno, um indivíduo o qual não se deve confiar.

Tudo isso para atender seus fins políticos presentes num momento de guerra e constantes protestos contra o governo, o qual tinha interesses diferentes dos manifestantes. Assim a brecha encontrada pelo governo foi criminalizar as drogas, podendo desta forma usar da força e da lei contra esses manifestantes. O trabalho foi embasado nos respectivos documentários: Cultura Chapada (2014); Quebrando o Tabu (2011); Reincarnated (2012); A História da Maconha; Cortina de fumaça; The Union: The Business Behind Getting High (2007)

Nas reportagens: Fantástico: Realidade do primeiro país a legalizar a maconha (Edição dia 13.09.2015); Profissão Repórter: Experiência de países que mudaram leis sobre drogas (Edição dia 29.10.2015); A liga (Edição 24.05.2011).

                                          DISCUSSÕES METODOLÓGICAS

O princípio-teórico é a pesquisa-intervenção, por meio da cartografia, já que tal método consegue acompanhar processos que são da ordem do invisível e do plano das sensações. No entanto não é a técnica ou o enquadre do campo que define a pesquisa-intervenção e sim a posição ocupada pelos pesquisadores nos jogos de poder, e sua abertura para criar novas indagações e gerar novas reflexões e formas de se enxergar.

O princípio-prático principal é a caricatura, que provém do verbo italiano caricare, que significa exagerar ou carregar, e funcionam como pontes discursivas que permitem o atravessamento de discursos polêmicos, produzindo, por si mesmo, novos discursos. Assim sendo, as caricaturas refletem e refratam discursos.

Outros métodos utilizados para chegarmos até o resultado da caricatura e para discutir o conceito de representações sociais foram entrevistas, revisões bibliográficas, e o posicionamento de pessoas influentes sobre o tema através de documentários e reportagens.

Para as entrevistas, chegamos à conclusão que seria mais interessante questionar para o entrevistado sobre o estereótipo do oposto a ele, já que ele não teria um estereótipo no próprio grupo em que está inserido. E a partir das informações que serão coletadas construiremos um mapa semântico.

                                  DISCUSSÕES DOS ACHADOS DE PESQUISA

A partir dessa proposta de gerarmos uma arte a partir das representações criadas pelas pessoas, iremos agora, nos referir como fomos afetados, os dados significativos e as novidades apresentadas durante o processo de pesquisa e criação, que envolve a revisão bibliográfica, as entrevistas e as coletas de opiniões em ambientes virtuais e documentários com a intenção de buscar a maior quantidade e uma maior variedade possível de representações sociais (ou estigmas, ou estereótipos).

Sendo que, fomos de certa forma, incentivados por Nietzsche a construir esta arte, ao lermos do referido autor: “Os homens de conhecimento podem desenvolver uma nova atitude valendo-se da arte. Parte dessa nova postura supõe um abandono da seriedade científica ou filosófica tradicional e o reconhecimento da fragilidade e instabilidade de nossas operações de conhecimento. Temos de descansar temporariamente de nós, olhando-se de cima e de longe, de uma distância artística, rindo sobre nós, ou chorando sobre nós, temos de descobrir o herói, assim como o vilão, que reside em nossa paixão pelo conhecimento.”

Aprofundando-se um pouco mais sobre o que seria esse conceito de representação social, podemos afirmar que a representação é sempre a atribuição da posição que as pessoas ocupam na sociedade, toda representação social é representação de alguma coisa ou de alguém, neste caso do usuário de maconha e do sujeito contrário ao uso da cannabis. Ela não é cópia do real, nem cópia do ideal, nem a parte objetiva do sujeito, nem a parte subjetiva do objeto, ela é o processo pelo qual se estabelece a relação entre o mundo e as coisas.

Mesmo nas representações sociais mais simples, é o processo de elaboração cognitiva e simbólica que estabelece os comportamentos. E esta é a grande inovação presente na representação social, ela relaciona processos simbólicos e procedimentos, e por circularem na sociedade, elas (representações) terão um papel e uma eficácia específica.

De acordo com Denise Jodelet, a representação social tem cinco características fundamentais: 1- é sempre representação de um objeto; 2- tem sempre um caráter imagético e a propriedade de deixar intercambiáveis as percepções e os conceitos, as sensações e as ideias; 3- tem um caráter simbólico e significante; 4- tem um caráter construtivo; 5- tem um caráter autônomo e criativo. Dessa forma, enfatizaremos a característica cinco para construirmos a caricatura do “vagabundo” e do “careta” (referenciando a música de autoria do Raul Seixas “Meu amigo Pedro”), usando-se do caráter criativo presente nas representações sociais.

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