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FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS E TEÓRICOS DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS

Por:   •  31/10/2016  •  Artigo  •  5.782 Palavras (24 Páginas)  •  1.687 Visualizações

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FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS E TEÓRICOS DAS TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS – TCC’S.1

Mirna Sônia da Silva

Silmara Flores Lima dos Santos

        CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE         

Laurente International Universities

        

Resumo: Este ensaio científico teórico apresenta uma revisão bibliográfica sobre os fundamentos filosóficos e teóricos das terapias cognitivo-comportamentais – TCCs com a finalidade de fazer uma revisão histórica, assim como, destacar os principais filósofos e teóricos que influenciaram as TCCs.

Palavras-chave: terapia cognitivo-comportamental; bases históricas; fundamentos filosóficos; teóricos da terapia cognitivo-comportamental.

O interesse pelas abordagens cognitivo-comportamentais cresceu, vertiginosamente, ao início do século XXI, sobretudo pelo caráter breve e eficaz do enfoque impulsionado pelo avanço e desenvolvimento dos estudos neurocomportamentais. No entanto, ao investigar as raízes da disciplina é possível perceber que ela surgiu como resultado de uma série de teorias e filosofias desenvolvidas ao longo do século XX que passaram a dialogar em função das mudanças pós-modernas vivenciadas pela humanidade.

Sua origem está na proposta do psicólogo Aaron Beck, que na década de 60 buscou a unificação das formulações cognitivas e comportamentais. A TCC é historicamente baseada nos princípios da aprendizagem e da psicologia cognitiva. Seu foco está no comportamento observável e não observável – pensamentos e comportamentos –adquiridos através das diversas formas de aprendizagem e de suas interações com o ambiente social.

As bases teóricas da abordagem foram desenvolvidas ao longo do século XX, apoiadas pela teoria evolucionista de Darwin e de uma crescente realização de estudos empíricos sobre o comportamento e cognição. Teve como princípio básico à proposição de que não é uma situação que determina as emoções e comportamentos de um indivíduo, mas sim suas cognições ou interpretações a respeito dessa situação, as quais refletem formas idiossincráticas de processar informações.

No entanto, alguns aspectos sobre a origem dos conceitos básicos da abordagem são intencionalmente admitidos por seus autores, revelando mais um arranjo interventivo do que uma composição teórica nova.

Neste sentido, este ensaio orienta sua investigação com a idéia de adquirir conhecimentos sobre a origem das bases teóricas das terapias cognitivo-comportamentais, focalizando quais foram os principais filósofos e teóricos que influenciaram a abordagem, proporcionando aos leitores um breve entendimento sobre os fundamentos que embasam as TCC’s.

O ensaio teve como objetivo pesquisar e identificar os fundamentos filosóficos e teóricos das terapias cognitivo-comportamentais (TCC’s), fazendo uma revisão histórica do surgimento e destacando os principais filósofos e teóricos que influenciaram a abordagem. A metodologia utilizada para a elaboração do ensaio teórico se deu através da realização de revisão bibliográfica, observando as publicações de artigos científicos disponíveis no Scielo – Scientific Electronic Library Online, com data de publicação a partir do ano 2000.

Abordar os fundamentos das Terapias Cognitivo-Comportamentais (TCC’s) é tarefa desafiadora, uma vez que a abordagem recebeu influência de diversos autores da filosofia e psicologia. Em sua produção, observou-se a ausência de informações unificadas sobre o assunto o que suscitou e motivou a busca de dados que pudesse subsidiar um texto coeso e objetivo sobre o tema. Ao agrupar tais conhecimentos novos horizontes de investigação se abriram, culminando em um arranjo estruturado e ao mesmo tempo sensível a pesquisa para a comunidade científica.

Ao longo da construção desta pesquisa pode-se observar a vivência de sentimentos ambivalentes, tanto pelos desafios ao se deparar com a escassez de artigos publicados sobre a proposta do tema, quanto pela satisfação e possibilidade de construir algo novo mesmo diante de limitações.  Assim a partir desta proposta, o texto se estruturou em sua organização apresentando primeiramente os fundamentos filosóficos de modo concisos, fundamentos teóricos mencionando alguns dos mais relevantes autores e a seguir uma breve explanação sobre o método a partir do qual se estrutura esta pesquisa bibliográfica.

Ao fazer menção da relevância dos fundamentos filosóficos e seus respectivos filósofos que contribuíram das mais diversas formas de pensar para surgimento da Terapia Cognitivo-Comportmental, não se pretende aqui fazer explanações exaustivas se atendo a nenhum dos filósofos que serviram de inspiração para tal, mas, achou-se pertinente constar um breve relato de alguns deles para melhor situar o tema e compreensão, considerando que suas obras e escritos são ricamente amplos no campo científico.

A filosofia estóica tem como pano de fundo os grandes pensadores como Epíteto, Cícero, Sêneca, dentre outros. Há quase dois mil anos antes do surgimento da terapia cognitiva-comportamental os estoicos já vislumbravam muito dos conceitos que hoje são estudados nesta abordagem.  

        Para Coelho (2011) Sêneca foi um grande pensador estóico que influenciou outros filósofos contemporâneos. Ele acreditava e defendia que as grandes conquistas que um homem podia fazer na sua existência seriam aquelas que se desenvolvem no interior do próprio homem e isso ocorreria independente da sua realidade externa.

        Ainda segundo Coelho (2011) este filósofo exalta a sabedoria filosófica como norte que pode guiar o homem a ter uma vida sábia que não se fundamenta nas exterioridades, mas na compressão do seu próprio ser. Sêneca faz então a seguinte interrogação: “quem é dono de si próprio não pode perder nada, mas quantos sabem ser donos de si próprios?”

        De Boni, (2003, P. 56-57), contribui nesse sentido afirmando que o homem sábio vive acima das coisas passageiras da vida, os prazeres que sobrevém a isso podem ser vividos, mas estes prazeres não poderiam sobrepor ao sentido do agir humano.

De acordo com Sangalli (1998) na concepção do filósofo estóico Sêneca, o homem feliz seria aquele que sabe suportar qualquer que seja a dificuldade no curso da vida, porque a lei natural proporciona essas dificuldades e obedecer à lei da natureza significaria obedecer a Deus, nisso residiria a liberdade.

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