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Filme Instinto

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Por:   •  21/11/2013  •  2.313 Palavras (10 Páginas)  •  1.500 Visualizações

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Análise do Filme “O Instinto”

O filme “O Instinto” trata da questão do comportamento humano. Ele prova que com a evolução da espécie, o homem foi perdendo suas características instintivas naturais e comprova a teoria que diz que quase todo o comportamento humano é aprendido.

De acordo com o filme, o homem desaprendeu a viver como um homem animal e aprendeu a viver como um homem artificial. Todo esse processo evolutivo fez com que as características instintivas de sobrevivência, naturais no homem, fossem abandonadas (parcialmente). Perdemos a nossa visão e audição aguçadas de caçadores porque deixamos de utiliza-las e fomos perdendo muitas outras características naturais durante todo longo caminho da evolução.

Será que o que vivemos hoje é realmente uma evolução? Sem dúvida evoluímos tecnologicamente, mas e humanamente, evoluímos? O que se observa é uma completa regressão comportamental humana. Na observação do comportamento de animais, percebe-se que há respeito e companheirismo entre eles. Um animal jamais mataria outro por puro prazer, já o homem mata outro homem só porque não foi com “a cara dele”. O homem tem ódio e medo da sua própria espécie por isso a caça. Enquanto os animais protegem-se uns aos outros nós nos protegemos uns dos outros.

A infinita busca do homem é pelo poder. E é essa sem dúvida, a principal causa de uma perda de valores que só tende a aumentar. Para alcançar o que deseja, o homem age como um perfeito predador, eliminando todos e tudo que estiver á sua frente.

O homem pensa que se ele tiver poder ele vai ter também a liberdade. E é essa procura por uma verdade fictícia que faz com que o homem se torne um animal irracional.

Ethan Powell (Anthony Hopkins) é um antropólogo que foi pra Uganda pesquisar a vida dos gorilas e lá passou um tempo vivendo como “um integrante aceito” no grupo desses antropóides. Mas acontece uma trama onde Ethan é acusado de crimes ambientais e acaba sendo extraditado para os EUA.

Nos EUA ele é encarcerado em uma prisão famosa por abrigar criminosos psicopatas do mais alto potencial. Na prisão, o médico Theo Caulder (Cuba Gooding Jr.) vê em Ethan um grande material para desenvolver uma pesquisa para se consagrar enquanto psiquiatra. Nesse ínterim as coisas tomam rumos bem diferentes, onde “cliente” e “terapeuta” fazem parte de um papel só.

Essa é mais ou menos a sinopse do filme Instinto (Instinct, 1999); insossa como costumam ser as sinopses – de livros e filmes.

Antes do que virá, uma nota: quero deixar claro que as pontuações abaixo não pretendem fazer parte daquelas “críticas de cinema” que querem enquadrar o filme em “verdades”, como se fosse possível dizer que um filme é isso ou aquilo, senão o que se apresenta aos olhos do espectador de acordo com sua visão de mundo. Pretendo apontar algumas considerações de acordo com a minha perspectiva sobre o filme em um dado momento. Para além de apontar críticas ou elogios sobre enredos, atores, tramas e desenvolvimento, serão pontuadas algumas questões para reflexão sobre o homem, a civilização e os animais.

Outra pontuação é sobre a imagem que optei nesse post, ao invés de utilizar simplesmente a ilustração do filme em cartaz . Sei que a foto é chocante, pensei muito antes de utilizá-la, mas também não é uma montagem, é uma triste realidade, que talvez sirva para tirar o mundo dos trilhos e nos levar a (re)pensá-lo; em um momento onde vemos a técnica (o mundo da tecnologia e da racionalização - da instrumentalização), ser cultuada, talvez, como nunca antes; e a vida se perde dando lugar ao que os produtos da técnica criaram: a vida se torna enquadrada antes no que a técnica dita.

Instinto é um daqueles filmes que podem colocar nossos pensamentos dem chamas, onde ficamos “paralisados”, após o término, acompanhados dos créditos que passam desapercebidos como se fossem pano de fundo.

A questão filosófica central gira em torno da antípoda civilização x “selvagem” – com aspas para sinalizar que selvagem não está empregado no sentido pejorativo como costuma ser usado pelos civilizados.

Powell acabou se encantando com suas observações sobre os gorilas, uma espécie que continua sendo brutalmente caçada pelo homem. Todos os dias ele contemplava um grupo desses símios na Uganda e retornava à sua cabana. Mas isso acabou não sendo o suficiente, o encanto de Powell necessitava de algo mais.

Sem planejar, avisar a família e a guarda florestal de Uganda, Powell largou tudo e passou a viver integrado no grupo dos gorilas, pois percebeu que ele era aceito: “os gorilas aceitaram-me, não como um membro da espécie, mas como um diferente.”

Daí surge algo que impressionou Powell: os gorilas aceitaram uma espécie diferente, coisa que ele não encontrava entre os humanos que costumam não aceitar nem os seus semelhantes.

Convivendo com os gorilas o antropólogo se vê longe daquela “necessidade” de sempre querer mais além do necessário – o acúmulo de riquezas -; além do extermínio intra e inter espécie – algo que só os humanos fazem. A civilização é doente e terrivelmente mefítica quando Powell se vê diante de uma paz na vida selvagem com os gorilas que ele pontua e enfatiza: uma paz que os humanos não são capazes.

Se antes Powell havia partido com a intenção de elaborar estudos teóricos sobre os gorilas, um material que serviria à ciência, em meio ao grupo ele abdicou da civilização. O mundo sustentado pelas palavras e teorias inventadas pelo homem se esvaeceu por completo, restando somente a contemplação, o encanto, o mistério: a vida vivida e não explicada. Algo que Heidegger pontuava como a clareira do ser.

Essa condição não se trata de misticismo, mas um modo de existir do homem para além do mundo desencantado pela técnica e racionalização, aquele que só é visto através de conceitos, idéias, palavras e dados empíricos. O encantamento do homem diante do mundo é o encontro do sentir com o inefável onde nenhuma palavra é capaz de sustentar aquele modo de existir.

Isso não significa uma oposição à ciência, mas compreende esta como apenas um meio que poderia ser utilizado para intensificar o viver, sabendo-se que são meras ilusões, desautorizando-a enquanto palavra de verdade, pois o mundo é legítimo em seus enigmas e conflitos insolúveis. A ciência é destronada do trono que ela ocupou após destronar Deus, pois o existencialismo entende que o homem está sobre um abismo sem fundo e sob um céu vazio: lançado ao nada. E esse nada não é aquele niilista, é uma condição humana reconhecida e que, justamente a partir dela, do nada ser, que o homem pode inventar

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