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Fundamentos Psicanalíticos: Teoria, Técnica e Clínica

Por:   •  31/10/2021  •  Resenha  •  611 Palavras (3 Páginas)  •  136 Visualizações

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No livro Fundamentos psicanalíticos: teoria, técnica e clínica – uma abordagem didática de David E. Zimerman, temos o capítulo 27 intitulado “O setting (enquadre)”. Nele é abordado sobre a conceituação de setting, que pode ser descrito como as “regras” do processo analítico, suas atitudes e combinações, como as formas de pagamento, quantidade de sessões por dia e por semana, tempo de cada sessão, quando haverá férias, dentre outros.

Percebemos durante a leitura que o setting tem uma função predominantemente ativa na evolução da análise, pois com o que é discutido e acordado para o setting é que o paciente terá garantias de um local em que ele poderá abordar suas velhas e novas experiências.

Embora o setting conte com inúmeros fatores determinantes para a análise, é importante que não se confunda o enquadre propriamente dito com a situação analítica, sendo que a primeira se foca nos detalhes técnicos e o segundo na soma de fenômenos que surgem entre analista e paciente.

É interessante notarmos que no pensamento dos seguidores de Winnicott, o setting funciona especialmente bem para paciente regressivos, como os autistas, pois é ali que esses pacientes com tendências narcisistas irão ter na sessão uma espécie de útero psicológico, onde terão uma proteção de sua parte psíquica. Sendo que o psicanalista não se torna uma mãe para o paciente, mas sim age com uma condição de maternagem, preenchendo os vazios psicológicos deste analisando.

Dessa forma, é notável a importância das funções do setting, como aporte para definir ao seu paciente o que faz parte dos princípios de realidade e o que faz parte de princípios do prazer, com isso o analisando passa a entender o espaço do “eu” e o espaço dos “outros”, sabendo os limites disto.

Posteriormente, outro conceito é inserido no capítulo, o de “parâmetros”. Essa definição surgiu citada por Eissler (1953), indicando uma transgressão do que é acordado no enquadre, devendo ser considerado, portanto, como um parâmetro.

É importante notar que para que um analista decida utilizar dos parâmetros há algumas regras, que se apoiam no psicanalista de segurança sobre o que ele faz, ou seja, como aborda seu setting e seus parâmetros, além disso, ele deve ter certeza que a inclusão de parâmetros não irá alterar a essência e evolução da análise.

Embora muitos autores achem a inclusão de parâmetros algo muito positivo, vê-se a necessidade de que isso parta do analista depois que ele analisar bem a situação, visto que, pacientes que insistem muito nessas mudanças, podem estar passando por um momento de acting.

São os casos de pacientes que insistentemente pedem para mudar o preço já pré-estabelecido das sessões, ou que insistem para mudar o local em que é feito a análise, assim quando esses casos acontecem, é importante que o terapeuta realize uma profunda análise da situação, além de somente incluir parâmetros no caso de saber ser possível retomar as condições estabelecidas pelo setting.

Por fim, com a leitura percebemos a importância de se estabelecer todas os detalhes técnicos das sessões, para que estas ocorram com a melhor evolução possível. Além disso, o texto nos traz algo a nos questionarmos: o real motivo do movimento psicanalítico estar sob ameaça de uma crise.

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