Grupo de apoio a família enlutada

PROJETO EMPREENDEDOR:

GRUPO DE APOIO A FAMILIA ENLUTADA

Introdução

O presente trabalho abordará como projeto empreendedor a terapia em grupo, acreditando que este traz benefícios no ramo da psicologia, uma vez que o profissional psicólogo possui todo o conhecimento teórico preciso para exercer a função de terapeuta, porém não possui a experiência, a vivência e o pleno entendimento do sentimento do cliente.

Uma vez traçado o modelo de psicoterapia, será demonstrado através deste as ideias que compõe o Grupo de Apoio a Família Enlutada, partindo do mesmo principio citado acima, onde os membros necessariamente perderam entes queridos e uma vez colocados em um mesmo grupo, tendem a dividir seus sentimentos com os demais colegas, sendo estes, semelhantes na dor da perda. O psicólogo, neste caso, terá a função de nortear a conversa, sendo mediador por vezes, e transmitindo seu conhecimento técnico profissional para o grupo.

 

GRUPO DE APOIO A FAMÍLIA ENLUTADA- GAFE

Objetivo: Fornecer alívio e conforto através das experiências partilhadas nas reuniões, com apoio mútuo e solidariedade de iguais pela dor da perda do ente querido. Oportunizar a verbalização do sentimento. Buscar manter a família unida no luto. Trata-se de um trabalho profissional, baseado em técnicas psicológicas e na teoria da mesma.

Os encontros: Acontecerá aos sábados das 10:00h às 11:30h, para que o cliente se sinta motivado a buscar atividades de lazer durante a semana (esportes, artes, religião, etc), não sendo este o objetivo do grupo, mas um incentivo a vida social e lazer. Totalizarão, inicialmente, 3 meses, ou seja, 12 encontros, pois acreditamos que após este período, o caso torna-se dignos de maiores cuidados individuais, para identificar estes casos, será avaliada a condição psicológica, o luto e os progressos ou regressos.

O conteúdo será flexível, pois não há como prever o “caminho” da conversa, uma vez que o grupo envolve pessoas de diferentes personalidades e experiências, mas possuirão temas norteadores para cada encontro, podendo ser alterado havendo necessidade de um tema específico. Após o término de cada encontro, a psicóloga conclui com uma ideia principal do que foi conversado e um pensamento de conforto. Haverá sessões de cinema com filmes relacionados, mas a prioridade será a verbalização (conversa), reflexão e discussão.

ROTEIRO NORTEADOR DOS ENCONTROS DO GRUPO DE APOIO A FAMÍLIA ENLUTADA- GAFE

1. Abordagem sobre o grupo, os membros e seus aspectos comuns. Conversar sobre o luto e a perda de modo a estimular a primeira verbalização. Falar sobre a importância de passar pelo luto e de superá-lo.

2. Dimensão Emocional do Luto: Sensação de falta, perda, choque. Discutir o sentimento contido no luto. Deixar expressoaos membros que sentir estes aspectos emocionais fazem parte do processo de superação. Manias adquiridas, hábitos.

3. Sessão de aconselhamento: Ouvir os relatos dos participantes e promover reflexão com intuito de confortar, e não conformar. Discussão sobre desapego aos objetos materiais. Pedir aos participantes que tragam objetos, fotos, entre outras coisas que guardam do ente querido e que os lembram mais da pessoa e uma caixa de sapato com tampa, no próximo encontro.

4. Dimensão intelectual do luto: Descrença, preocupação, baixa concentração, desorientação.. Confecção da “Caixa da lembrança” fazendo uso de diversos tipos de materiais, de diferentes cores e aspectos, para que a pessoa consiga decorar de forma a lembrar do ente perdido, O desafio será desapegar do que não está na caixa, ou ao menos, buscar o desapego parcial, fazendo doações ou do método que achar mais adequado, além de estimular a concentração e oportunizar uma maneira do membro “encontrar” o ente perdido em algum lugar. Aqueles que não conseguirem, será desafiado a guardar o objeto fora do ponto de vista fácil.

5. Como foi a semana? Quem desapegou dos objetos materiais? Como foi? Como está se sentindo?

Conversar sobre a importância de buscar a superação do luto, abordar que superar não significa ser alheio à perda e como gostariam que ficassem as pessoas que amam no caso da sua morte. O que pensam da morte?

6. Dimensão física do luto: aperto no peito, boca seca, falta de ar, distúrbios do sono e alimentares, entre outros. Discutir este aspecto baseando nas vivências do grupo.

7. Dimensão espiritual do luto: sonhos, perda da fé, raiva de Deus, questionamento de valores, traição de Deus. Trecho dos filmes: As mães de Chico Xavier/ Aparecida: O milagre. Discussão sobre o filme com abordagem no: Aspecto religioso, sem indução religiosa, o objetivo será embasado nos aspectos espirituais citados. O papel que a religião vem desempenhando nos aspectos de aceitação da ideia de morte independente de suas vertentes, por este motivo, abordaremos a questão, tal ideia também é defendida pela pedagogaErenice de Jesus Souza. Orientarei o grupo a não julgar a religião em si de seus companheiros, não criticar ou defender determinada religião em particular.

8. Desorganização familiar. Estrutura familiar, apoio entre familiares. Vida social. Tempo dedicado ao lazer: Incentivo a atividades agradáveis, por questão social e hormonal (Serotonina). Importância de organizar a vida cotidiana, reestabelecer novos hábitos e lembrar os antigos (se alimentar nos horários, higiene, saúde, etc).

9. Dimensão social do luto: perda de identidade, isolamento, falta de interação, perda da habilidade de se socializar. Ressaltar que a perda não altera a sua própria identidade e que é preciso reestabelecer a vida, cultivar pensamentos positivos e se adaptar as mudanças.

10. Sessão de aconselhamento: Falar sobre o ente perdido. A forma como ocorreu a morte. Como foi o sentimento. Estimular o enlutado a expor sua dor e os colegas a se solidarizarem. Abordar a importância de não “guardarmos” os sentimentos