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Influências Fisiológicas na Psicologia

Por:   •  2/4/2017  •  Seminário  •  2.172 Palavras (9 Páginas)  •  967 Visualizações

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GV/GO: As influências Fisiológicas na Psicologia

Tópico 01: A Importância do Observador Humano

        Historicamente o papel do observador humano tornou-se importante após serem encontradas diferenças nas medições da passagem de uma estrela de ponto a ponto por dois astrônomos: Nevil Maskelyne e seu assistente David Kinnebrook. As medições do assistente David Kinnebrook foram de meio segundo de atraso à 8 décimos de segundo. O assistente acabou sendo demitido por esse motivo, sem saber que havia desempenhado um papel de suma importância na fundação da nova ciência da psicologia.

        20 anos depois o astrônomo alemão Friedrich Wilhelm Bessel passa a estudar os erros de medição. Segundo ele não se tratava de erros de medição e sim diferenças individuais – distinções pessoais sobre as quais as próprias pessoas não tem controle. Esse fenômeno passa a ser chamado de “equação pessoal”.

        Bessel concluiu que a natureza humana do observador deve ser levada em consideração, já que as características e percepções pessoais necessariamente influenciam as observações. E que, as demais ciências que dependiam dos métodos de observação também deveriam levar em conta o papel do observador humano.

        Alguns filósofos empiristas – método de experimentação – como Locke e Berkeley, debatiam a natureza da subjetividade humana argumentando que nem sempre há – ou que muitas vezes não há- correspondência exata entre a natureza de um objeto e a nossa percepção desse objeto. O trabalho de Bessel comprovou a teoria com os dados de uma ciência pura: a astronomia, forçando os cientistas a concentrar no papel do observador humano como responsável pelos resultados das experiências. Os órgãos dos sentidos humanos – dos quais recebemos informações a respeito do universo, como forma de investigação dos processos da sensação e da percepção - passaram a ser estudados. Desse modo, os fisiologistas começaram a aplicar essa metodologia no estudo da sensação e a psicologia estava a um passo de seguir o mesmo caminho.

Tópico 02: Os Avanços Iniciais da Fisiologia

        A pesquisa fisiológica que estimulou e orientou a nova psicologia era produto do trabalho científico do final do século XIX. Mas esse trabalho já tinha alguns predecessores que lhe serviram de base. A fisiologia tornou-se uma disciplina voltada aos experimentos, durante a década de 1830, tendo forte influência do fisiologista alemão Johannes Muller, que era defensor do método experimental. Muller era um prestigioso professor de anatomia e fisiologia da universidade de Berlim, com vários trabalhos produzidos. Manteve esse ritmo por 38 anos até suicidar após uma crise depressiva.

        O Handbook of the physiology of mankind (Manual da fisiologia da humanidade) é sua obra de maior influência. Contendo resumos das pesquisas fisiológicas desse período, mostrando um vasto conhecimento da área. Os volumes foram traduzidos para o inglês, confirmando o interesse dos cientistas de vários outros países além da Alemanha na pesquisa fisiológica.

        A teoria da energia específica dos nervos também foi importante para a fisiologia e a psicologia. Segundo a teoria, a estimulação de determinado nervo sempre provocava uma sensação característica, cada nervo sensorial possuía energia específica própria. Estimulou, assim, a realização de muitas pesquisas para localizar as funções dentro do sistema nervoso e apontar os mecanismos sensoriais receptores nas regiões periféricas do organismo.

Nota: nervos sensoriais (visão, audição, paladar, olfato e tato) levam informações da periferia do corpo para o sistema nervoso central.

Tópico 03: O Mapeamento Interno das Funções Cerebrais

        Começou com os primeiros fisiologistas realizando suas pesquisas diretamente nos tecidos cerebrais., o que contribuiu para o estudo das funções cerebrais, determinar as partes específicas do cérebro responsáveis pelo controle das diferenças funções cognitivas – percepção, atenção, memória, linguagem, etc.

        O médico escocês Marshall Hall foi o pioneiro na investigação do comportamento por reflexo. Observou que animais decapitados continuavam a se mover por algum tempo, mediante o estímulo de várias terminações nervosas. Concluiu que os diversos níveis de comportamento têm origem nas diferentes partes do cérebro e do sistema nervoso. Ou seja, postulava que:

  • Movimento Voluntário (andar, falar) dependia do cérebro;
  • Movimento Involuntário (batimento cardíaco) da estimulação direta dos músculos;
  • Movimento de Reflexo (luz forte nos olhos provoca contração pupilar) da medula espinhal;
  • Movimento Respiratório da medula.

        A pesquisa de Pierre Flourens envolvia a destruição de partes do cérebro e da medula espinhal dos pombos e a observação das consequências. Concluindo que o cérebro controlava os processos mentais mais elevados:

  • Partes do cérebro médio: controlavam os reflexos visuais e auditivos;
  • O cerebelo: controlava a coordenação;
  • Medula: controlava o batimento cardíaco respiração e outras funções vitais.

        As descobertas de Hall e Flourens embora válidas no aspecto geral, são secundárias para os nossos propósitos em relação ao uso do método de extirpação – técnica para definir a função de determinada parte do cérebro animal, removendo-a ou destruindo para observar as mudanças no comportamento.

        Na segunda metade do século XIX surgem duas novas abordagens experimentais complementares à pesquisa do cérebro:

  • Método Clínico, desenvolvido por Paul Broca, consiste num exame pós-morte das estruturas do cérebro para detectar as áreas lesionadas consideradas responsáveis pelo comportamento do indivíduo antes da morte. Considerada uma espécie de “extirpação pós-morte”.
  • A Técnica dos Estímulos Elétricos, aplicada em 1870 por Gustav Fritsch e Eduard Hitzig, consiste na aplicação de fracas correntes elétricas para a exploração do córtex cerebral. Com o surgimento de equipamentos mais sofisticados essa técnica tornou-se extremamente produtiva para o estudo das funções cerebrais.

Tópico 04: O Mapeamento Externo das Funções Cerebrais

        Franz Josef Gall, que antes tentava realizar o mapeamento interno do cérebro, dissecando cérebros de animais e pessoas mortas, constatou substância cerebral branca e acinzentada, a conexão de cada lado do cérebro ao lado oposto da medula espinhas por meio de fibras nervosas e a ligação por fibras de ambas as metades do cérebro.

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