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Kaspar Hauser, O Selvagem

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Por:   •  16/12/2014  •  693 Palavras (3 Páginas)  •  412 Visualizações

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Werner Herzog (1974) reproduziu em seu filme “O enigma de Kaspar Hauser” a história de Kaspar Hauser, que foi mantido em um calabouço até aproximadamente quinze anos de idade, sem contato com a sociedade e o mundo, K. Hauser não sabia falar e nem andar, foi mantido em cárcere privado apenas recebendo pão e agua durante todo esse tempo e depois foi deixado na cidade de Nuremberg apenas com uma carta na mão e sabendo dizer somente “ quero ser cavalheiro como meu pai”. Após sua aparição no “mundo real” houve tentativas de fazê-lo aprender e socializar, k. Hauser aprendia rápido, inclusive aprendeu a tocar piano, mas não pensava como os homens civilizados, pois estava livre de preconceitos e das ilusões do mundo civilizado. Seu modo de ver o mundo não foi aceito. K. Hauser foi morto no final do filme e ao estudarem seu cérebro foi descoberto anomalias na anatomia cerebral, não se sabe se essas anomalias foram causadas pelo isolamento ou se ele nasceu com tais anomalias. K. Hauser foi visto pela sociedade como um “selvagem” e sofreu pela privação de convivência e aprendizagem.

Por diversos fatores K. Hauser se tornou um “menino selvagem”, dentre eles as questões de identidade, privação do convívio social, modo diferenciado de pensar e perceber o mundo e isolamento foram primordiais para que ele de fato fosse “selvagem”.

K. Hauser não sabia quem ele era, não sabia suas origens, viveu como se o mundo fosse um lugar estranho e não se sentia parte dele. Em uma parte do filme K. Hauser diz “sou desprezado por todos”, isso ilustra perfeitamente como ele não se encaixava no grupo de humanos ao qual foi inserido.

Aprendemos pelo convívio com outros seres semelhantes a nós, é assim que adquirimos tradições, costumes e cultura e aprendemos o que são as coisas e seus significados. K. Hauser foi privado de ter esse tipo de contato e por isso se tornou tão difícil para ele tentar compreender o mundo civilizado e complexo em que vivemos.

Não seguir os padrões da sociedade tornou K. Hauser um estranho, um anormal, um “selvagem”, ele enxergava de um outro modo, sua mente estava livre dos preconceitos e ilusões humanas, enxergava com pureza e por isso não foi compreendido.

O isolamento tornou K. Hauser um animal, não cresceu com a imposição da razão e quando foi achado seu aprendizado foi como uma domesticação. Ele não conhecia as emoções, sensações e sentimentos no cativeiro. O filme mostra com clareza que K. Hauser não sabia o que era chorar e não sabia que o fogo queimava.

A sociedade nos molda, isso é fato! K. Hauser foi encontrado, alimentado, ensinado, mas não foi compreendido. O isolamento o tornou “selvagem”, mas também o tornou puro, ele foi um ser humano fora do padrão, porem com o pensamento livre. Nascemos dentro de uma sociedade onde a realidade é construída, apenas somos inseridos em um lugar onde não há espaço para a liberdade. A falsa liberdade que vivemos nos torna mesquinhos e consumistas.

A falta de convivo social nos torna “selvagens” e o convívio social nos torna parte de um sistema. K. Hauser não precisava de muito, não ligava para sua estética e nem buscava se vestir conforme o padrão, para ele importava conhecer e buscar compreender o que havia diante dos seus olhos, ele não se importava com o que os outros pensavam dele, mas a sociedade fez com que ele se vestisse bem

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