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Livro: Nunca lhe prometi um jardim de rosas

Por:   •  14/4/2021  •  Artigo  •  716 Palavras (3 Páginas)  •  267 Visualizações

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GREEN, H. Nunca lhe Prometi um Jardim de Rosas (4ª Ed). Coleção Romance e Psicanálise. Imago: Rio de Janeiro, 1993.

O livro de Hanna Green, escrito em 1964, conta a história de Deborah Blau, uma jovem de dezesseis anos, de origem judia, bonita, inteligente e que vem passando por um longo processo de sofrimento mental. A autora procura, de forma primorosa, fazer com que os leitores entendam o que se passa na cabeça de Deborah, tratando a questão da doença mental, de forma alinhada, falando sobre a vida, a patologia identificada nela e os sintomas psicóticos da garota. Além disso, trás também a perspectiva dos familiares, abordando diversas temáticas e somos convidados a percorrer junto com Deborah todo o processo em busca de um amadurecimento para enfrentar seu sofrimento, acompanhando suas narrativas psicóticas e experienciando os mundos conflitantes que ela viveu. Após um longo tempo de sofrimento e alucinações, Deborah emergiu em seu mundo próprio, lugar onde não havia nenhum sofrimento ou aflição para suportar, nem passado, nem futuro. Após uma tentativa de suicídio, os pais de Deborah, Jacob e Esther decidiram com muita tristeza a levar para um hospital psiquiátrico, a caminho do hospital, a menina estava tranquilizada diante a segurança que o “seu mundo” lhe passou na noite passada: para Deborah a viagem poderia durar para sempre, que a liberdade serena que sentia podia ser um novo presente dos deuses e habitantes de Yr. O pai de Deborah não parecia estar totalmente confortável em deixa-la, mas a mãe o lembra de que haviam pensado e discutido muito sobre o assunto e que certamente lá descobririam o que ela tinha. Já Deborah, em sua entrevista de triagem com a Doutora Fried, tentou mostrar-se “normal” ao discursar de forma clara e direta, para não ser classificada como louca o que até conseguiu por alguns momentos. Contudo, acabou por dizer palavras desconexas, coisas que não existiam na realidade, um linguajar próprio e a fala sobre alguns personagens que habitavam o seu mundo interno, cada um com um papel caracterizado, como o que zombava de seus sentimentos, o que lhe criticava, o que se interpunha entre as suas palavras e ações, entre outros, todos próprios de seu inconsciente.

A obra circunstancia bem sobre as duas realidades enfrentadas por Deborah, em dois mundos, um externo e outro interno. O exterior é aquele ao qual sua família e a sociedade faz parte, no qual ela não se sente como parte integrante, cheio de relacionamentos estabelecidos com base em preconceitos, tanto no meio familiar, como escolar. Uma realidade vista como dolorida para Deborah, ao ter que viver com sua família, com seus medos e traumas. Em contrapartida, seu mundo interno, é nesse que ela encontra refúgio, um mundo habitado por seres cósmicos e míticos, onde pode se opor à realidade do mundo exterior, um mundo sentido por ela como sofrido, carregado, ao qual não deseja se incluir, criando, entretanto, o mundo interior, que tem um lugar chamado quarto nível, um espaço de sombras onde não existiam as emoções, sentimentos, tempo. Essa realidade paralela criada por ela não é o ideal, mas é aquele em que ela consegue se proteger do mundo, que consegue se sentir parte integrante dele e protagonista da própria vida. No decurso da história ela descreve o ambiente hospitalar, suas alas, seus funcionários e sua relação

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