O Brincar e a Busca Pelo Self

O Brincar e a busca pelo self

De acordo com o artigo Winnicott o processo de brincar é de extrema importância para a criança, já que é nesse momento que a criatividade é desenvolvida e que a criança consegue se identificar em algumas brincadeiras e assim descobrindo o seu self.

O ambiente deve ser propício para a criatividade e o processo de brincar, facilitando com que o terapeuta e o paciente consigam conhecer o verdadeiro eu e se conectar com ele, seja um adulto ou uma criança, a importância do brincar é igual para ambas às fases na busca do self. Existe também a necessidade assim como em qualquer outra relação e processo de autoconhecimento o dever de se ter um ambiente totalmente confiável, para buscar com que o indivíduo consiga se sentir o mais relaxado possível e consequentemente se sentir seguro para buscar seu self e se conectar a ele.

Segundo Franco (2003) o self não pode ser encontrado através a partir de ações ou pensamentos, o self é encontrado por um processo natural e inconsciente, onde é em um processo não intencional que o indivíduo encontra o seu self e se conecta com ele.

Um conceito não muito trabalhado por Winnicott é sobre o brincar ser uma forma de o indivíduo controlar sua ansiedade, o que faz sentido quando é falado que a brincadeira ajuda tanto a criança quanto o adulto no processo de relaxamento.

Outro fato que aparece segundo Winnicott (1993) é quando falamos sobre brincar e a busca pelo ser é a questão da comunicação, quando estamos em contato com alguma brincadeira estamos praticando a comunicação, seja com terceiro ou com a comunicação com o seu self, por conta dessa comunicação que acontece através de pensamentos e sentimentos o self acaba se tornando cada vez mais presente, fazendo com o que o trabalho do terapeuta seja agradável e o paciente se sinta mais a vontade e possa melhorar no processo de busca pelo self.

Logo podemos perceber que por trás do brincar existe muita coisa além de uma simples ação, o brincar está diretamente ligado com a busca do self, então o brincar é uma ferramenta utilizada por terapeutas para explorar o nosso eu mais profundo e trazer ele para a realidade, com o intuito de entendermos quem somos de fato e desenvolver o processo de auto aceitação, através das brincadeiras descobrimos o auto conhecimento, seja adulto ou criança.

Referências:

FRANCO, Sérgio de Gouvêa. O brincar e a experiência analítica. Ágora (Rio J.), Rio de Janeiro, v. 6, n. 1, p. 45-59, June 2003.

WINNICOTT. D. W.O Brincar e a Realidade. Imago Editora Ltda, Rio de Janeiro, 1993.

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