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O Corpo e o FPS

Por:   •  9/12/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.201 Palavras (5 Páginas)  •  71 Visualizações

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O corpo e o FPS

Não somos nosso corpo em carne e osso, somos o que sentimos e vemos de nosso corpo. (Juan David Nasio)

O texto traz pra nós a princípio o impacto da ciência sobre a medicina em vários âmbitos, rompendo a hierarquia da função do médico, este que, por sua vez, tem sua figura ligada à uma função sacerdotal. A ciência coloca nas mãos do médico novos agentes terapêuticos, químicos e biológicos, o médico por sua vez coloca isso a disposição do público e a ciência pede que o médico os coloque à prova.

Lacan nos diz que a ciência quando exclui a subjetividade é capaz de saber o que ela pode, mas não o que ela quer. O sujeito vai ao médico pra ser curado mas não entendo o sentido da sua enfermidade.

  • Estádio de Espelho

Mas antes de falarmos mais sobre o fenômeno psicossomático precisamos entender o que Lacan diz sobre o corpo. O mesmo diz que o corpo não se constitui a partir da sua própria imagem, mas sim da imagem do outro. Na teoria do estádio de espelho, Lacan nos diz que a partir de uma experiência de identificação fundamental, durante a qual a criança faz a conquista da imagem de seu “próprio” corpo através da imagem do corpo do outro. Segundo ele a princípio há um estranhamento da própria imagem e só depois há o reconhecimento do próprio reflexo, produzido pelo espelho ou pelos semelhantes humanos.

Lacan argumenta que, por ainda estar em processo de reconhecimento da imagem com a ajuda do espelho – e nas figuras externas – a criança inicia sua missão, digamos assim, na necessidade de fazer parte do contexto em que está inserida, e faz isso através de uma linguagem, inicialmente expressa pelo choro e mímica. A criança, para ele, "é um ser humano, de que nasceu num estado de impotência, e que, muito precocemente, as palavras, a linguagem, lhe serviram de apelo, e de apelo dos mais miseráveis, quando era de seus gritos que dependia sua comida."

Lacan mostra o estádio do espelho como uma identificação e, identificar-se é perceber e relacionar-se com os objetos externos. Essa relação com o exterior é capaz de formar características positivas ou negativas no sujeito. O estádio do espelho é um texto que aponta para a questão da identificação e da constituição do eu.

  • Pulsão

Outra coisa que precisamos entender, agora na visão de Freud é sobre Pulsão. Na teoria de Freud, pulsão designa a representação psíquica de estímulos originados no organismo e chegam até a mente. É como se fosse um impulso muito forte agindo no interior do sujeito, levando-o a tomar atitudes e praticar ações.

  • A pulsão de vida diz respeito a conservação de unidade. É resumidamente a preservação da vida e a existência de um organismo vivo. Assim, o sujeito cria movimentos e mecanismos que o ajudem a se mover em escolhas que priorizem sua segurança. Ela deseja estabelecer formas de organização que ajudem a proteger a vida. Trata-se de ser constante positivamente, de modo que um ser vivo se direcione à preservação.

  • A pulsão de morte nos leva a diminuição por completo das atividades de um ser vivo. É como se a tensão se reduzisse ao ponto de que uma criatura viva atinja o estado de destruição. A meta é fazer o caminho inverso ao crescimento, nos levando à nossa forma mais primitiva de existência. A pulsão de morte mostra caminhos para que um ser vivo caminhe em direção ao seu fim sem interferência externa. Dessa maneira, retorna ao seu estágio inorgânico do seu próprio modo. O que sobra é o desejo de cada um morrer ao seu próprio modo.

É importante destacar, de acordo com o que foi visto em sala de aula, que a pulsão de vida e morte não são duas, mas estão sempre unidas, unificadas, existe a pulsão, e de acordo com o nível de organização do sujeito, é como se um lado dessa pulsão prevalecesse, o da vida ou da morte.

  • O FPS

A respeito do fenômeno psicossomático podemos afirmar que o corpo é o centro da questão, o corpo que fala, que grita, que reclama, que denuncia sua existência através do sofrimento, o corpo não silenciado, que expressa suas fragilidades, imperfeições, o corpo com suas estranhezas, que dói e que não responde aos comandos do seu dono.

Observamos que, muitas vezes a anatomopatologia não é suficiente para explicar a doença, uma vez que essa pode estar ligada a história do sujeito enfermo. Existe uma relação entre o corpo, a história, o processo de adoecimento e simbólico. Não se trata só da doença em si mas, o modo particular que cada sujeito vivencia esse processo de adoecimento, suas experiências traumáticas, que o levam a inscrever no corpo essa falta de elaboração simbólica.

No texto podemos entender que a estrutura da linguagem separa corpo e gozo, e esse gozo estar reservado a certas zonas do corpo que são propicias, mais do que outras, a funcionar como erógenas. Normalmente, esse gozo separado do corpo, retorna no corpo, recuperando aquele ápice do gozo, no fenômeno psicossomático esse retorno do gozo ao corpo funciona de modo particular, onde na volta, ao invés de atingir esse ápice, ele ataca o corpo.

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