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O Fenomenologia

Por:   •  30/5/2019  •  Artigo  •  2.792 Palavras (12 Páginas)  •  146 Visualizações

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Biografia

Maurice Merleau-Ponty nasceu na cidade de Rochefor-sur-Mer no dia 14 de março de 1908, realizou seus estudos na École Normale Supérieure de Paris e graduou-se em filosofia. Em 1945 passou a dar aulas na Universidade de Lyon e, a partir de 1949, atuou na Universidade de Paris I.

Sua obra foi profundamente inspirada pelos trabalhos do matemático e filósofo alemão, considerado o pai da fenomenologia, Edmund Husserl, apesar de negar sua doutrina do conhecimento intencional, preferindo basear sua construção teórica na maneira de se portar do corpo e na captação de impressões dos sentidos. Ele acreditava no organismo como uma configuração integral a ser explorado, o que possibilitaria aos estudiosos entenderem o que se passa depois que ele é submetido a inúmeros estímulos. Entre suas obras destacam-se: "La Structure du comportement" (A estrutura do Comportamento), em 1942 e "Phénoménologie de la perception" (Fenomenologia da Percepção), em 1945.

O filósofo francês Maurice Merleau-Ponty exercitou em sua teoria reflexões sobre a fenomenologia, movimento filosófico segundo o qual, assim que algo se revela frente à consciência humana, o Homem inicialmente o observa e o percebe em completa conformidade com sua forma, do ponto de vista da sua capacidade perceptiva. Na conclusão deste processo, a matéria externa é inserida em seu campo da consciência, convertendo-se, assim, em um fenômeno.

Merleau-Ponty, que já era um antigo conhecido de Sartre, renovou essa ligação com ele em 1941 quando juntos participaram de um pequeno grupo intitulado Socialismo e Liberdade, a partir deste momento tornaram-se mais próximos De 1945 a 1952 foi co-editor (com Jean-Paul Sartre) do jornal "Les Temps Modernes", considerada a mais importante consequência da colaboração entre eles. O objectivo da revista era publicar artigos de politica, filosofia e literatura. Antes com concepções filosóficas e politicas parecidas que acabaram resultando na criação de um partido politico o Partido de Renovação Democrática. A guerra da Coreia em 1950 acabou deixando claras as diferenças de concepções politicas que foram sendo criadas ao longo do tempo entre Sartre e Merleau-Ponty. Após um artigo publicado por merleau-ponty na revista em que ambos colaboravam , mas sem autorização de Sartre, artigo estes que criticava o fato de Sartre ter criticado apenas as contradições do capitalismo , deixando de fora as que o socialismo apresentava. Após estes fatos a relações dos dois permaneceu estremecida, mas após em 1956 se reconciliaram. Merleau-Ponty morreu repentinamente de embolia a 3 de Maio de 1961, com apenas 53 anos, e no esplendor de sua carreira. Em "Les Temps Modernes", Sartre escreveu um tributo a Merleau-Ponty. "Merleau-Ponty vivant".

A obra Conversas, resultado de uma série apresentada semanalmente pelo autor em uma rádio, faz reflexões sobre a interação do homem com o mundo sensível. Merleau-Ponty nos mostra que devemos mudar nossa postura prática, herdada de uma cultura cartesiana de objetividade, já que o pensamento é resultado da interação entre os nossos sentidos e o mundo. Enquanto mantivermos essa postura utilitarista, perceberemos o mundo como a única realidade possível - ou, a melhor possível.

Texto     O Homem Visto de Fora

Para Merleau-Ponty, o mundo é criado relacionando-se presença e significações, mais a integração do sujeito (interação dos sentidos). Ou seja, o mundo não é algo indiferente ao sujeito. Este está no mundo, faz parte do mundo, e a perspectiva é determinante para a interpretação do mundo.

Merleau Ponty recusava a separação entre alma e corpo entre a consciência e  o mundo  ou entre o sujeito e objeto separação que dominava a filosofia e a ciência de sua época.

Ele diz que nós não somos uma consciência cognitiva pura nós somos uma consciência encarnada num corpo. O nosso corpo não é um objeto tal qual descrito pela ciência mas é um corpo humano isto é habitado e animado por uma consciência.

Se através do corpo eu me relaciono com o mundo é também através desse corpo percebido que percebo o outro. Empatia estudada por Edith Stein que me faz debruçar sobre a pessoa humana .

O filósofo propõe um reconhecimento de Humanidade no outro esse encontro com o outro , uma Fenomenologia que busca aprofundar as teses da Fenomenologia como mundo vivido a redução e a Intencionalidade da Consciência através do corpo e no fenômeno da percepção.

O texto de Merleau Ponty me leva a refletir sobre um planeta muito mais pacificado, pois se eu enxergo no outro a minha própria humanidade as divisões políticas religiosas temperamentais não iam se sobrepor a essa humanidade, o corpo seria a reverência para a espécie para a vida.

Segundo Descartes, um dualista que acreditava que existíamos como essência pensante, dizia que quase não podemos falar da união alma e corpo, podemos experimentá-la pela prática da vida. Os psicólogos de hoje insistem no fato de que não vivemos a princípio na consciência de nós mesmos -  nem mesmo, aliás, na consciência das coisas – mas na experiência do outro.

Para Merleau Ponty é preciso recorrer aos procedimentos que conferem segurança, como por exemplo submeter as idéias que se apresentam, ingenuamente ou não, a um exame crítico, de modo que se procure, dessa maneira, isentar-se ou ao menos afastar-se da obscuridade e da opacidade.

Não somente os bebês, como os adultos também dependem necessariamente, de uma cultura, ou, para ser mais abrangente, da linguagem, para que possam encontrar-se consigo mesmos, para que possam, de alguma maneira, aproximar-se de o que é ter consciência do “eu”. A linguagem, portanto (e isso engloba o livro, a arte, a música, a comunicação, etc.), como representante máxima desse conjunto de sistemas dos homens, criadas pelos homens para os próprios homens, é esse verdadeiro agente formador do homem, e do que mais tarde provavelmente viria a se chamar conduta, caráter, personalidade, etc. Ela é o caminho que os homens seguem não para se encontrar somente com o outro, mas, sobretudo, consigo mesmos. E é assim que o espírito só se apresenta como tal e se reconhece como tal quando da “participação do mundo.” 

Portanto o adulto descobre na vida o que sua cultura, ensino, livros e a tradição lhe ensinaram a nela ver. Por isso o título do capítulo “O Homem Visto de fora”, pois nosso contato conosco se faz por meio de uma cultura, pelo menos por meio de uma linguagem que recebemos de fora e que nos orienta para o conhecimento de nós mesmos.

Outro ponto a ressaltar no texto é o de que se é de fato que opomos `a intrusão das ideias que nos chegam pelo meio, só se realiza, em liberdade de fato, por meio da linguagem e participando da vida do mundo.

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