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O Fichamento Freud e Darwin

Por:   •  8/10/2019  •  Resenha  •  2.046 Palavras (9 Páginas)  •  216 Visualizações

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REFERÊNCIA: VIANA. B. M. Freud e Darwin: ansiedade como sinal, uma resposta adaptativa ao perigo. 163 - 195. 2010.

 Cap. I, II, III,IV e V.

O artigo Freud e Darwin: ansiedade como sinal, uma resposta adaptativa ao perigo, procura investigar a influência de Darwin nos trabalhos de Freud, e apresentar semelhanças no conceito de ansiedade, defendido por ambos autores, “a ansiedade pode ser uma reação adaptativa a situações de perigo”.

Para Freud, a ansiedade é adaptativa não apenas por preparar o animal para lidar com o perigo por meio da mobilização de energia psíquica, mas também por auxiliar na detecção antecipada de novas ocorrências do estado de perigo.

Em 1976 Freud aborda o tem ansiedade no seu trabalho “Conferência introdutórias sobre psicanálise”. Neste trabalho Freud estabelece uma distinção entre ansiedade realística e neurótica, e introduz o que virá a ser conhecido como a grande contribuição de sua segunda teoria sobre ansiedade, a noção de ansiedade como sinal.

Freud no “Projeto” (1976), faz uso da ideia do princípio de constância, de acordo com o qual havia uma tendência inerente ao sistema nervoso de reduzir, ou de manter constante, o grau de excitação nele presente. Em observações clinicas, constata que em casos de Angstneurose sempre era possível descobrir certa alteração da descarga da tensão sexual, a excitação acumulada escapava sob a forma “transformada” de ansiedade segundo Freud, 1976.

Em resumo a tensão sexual física se transforma em ansiedade quando há cumulação, isso ocorre porque de acordo com o “princípio da constância” não é possível fuga dos estímulos sexuais endógenos, só é possível interromper a estimulação por meio de uma reação específica, que evita um novo surgimento de estimulação.

Assim, um afeto sexual não pode ser formado. A tensão física, não sendo psiquicamente ligada, é transformada em ansiedade. E isso pode acontecer devido, por exemplo, ao desenvolvimento insuficiente da sexualidade psíquica (é o que ocorre em virgens), ao declínio desta (é o que ocorre na senilidade) ou ao alheamento que pode ocorrer às vezes entre a sexualidade física e a psíquica (Freud, 1976). Em todos esses casos, a tensão sexual se transforma em ansiedade (Freud, 1976).

Freud distingue dois tipos de ansiedade: a ansiedade realística e a neurótica, ou seja, a ansiedade não é exclusividade dos neuróticos. A ansiedade realística seria racional e inteligível e, para Freud é definida como “uma reação á percepção de um perigo externo – isto é, de um dano que é esperado e previsto”. Este tipo de ansiedade estaria também relacionado ao reflexo de fuga e pode ser visualizada como manifestação do instinto de autopreservação.

Mais adiante, Freud irá dizer que “a reação ao perigo consiste numa mistura de afeto de ansiedade e ação defensiva” (p. 460, parágrafo 2). O que a ansiedade, portanto, possibilita é a preparação para o perigo (e, apenas nesse sentido, ela é vantajosa, argumenta Freud). Essa preparação é levada a cabo por meio de um aumento da atenção e da tensão motora, decorrendo daí a fuga do perigo ou a defesa ativa, a luta.

A ansiedade é um afeto, já que um afeto é a repetição de uma determinada experiência significativa. Um afeto inclui, em primeiro lugar, determinadas inervações ou descargas motoras e, em segundo lugar, certos sentimentos; estes são de dois tipos: percepções das ações motoras que ocorreram e sensações diretas de prazer e desprazer que, conforme dizemos, dão ao afeto seu traço predominante.

Para Freud o nascimento envolve um perigo para a sobrevivência do indivíduo. Trata-se assim, portanto, de uma ansiedade realística e não neurótica.

Freud inicia traçando a distinção entre sintoma e inibição. Afirma que a inibição tem relação com a função e não necessariamente é patológica. Já o sintoma sempre denota a presença de uma patologia. A inibição refere-se a uma redução da função, e o sintoma a uma alteração patológica dessa função.

Para exemplificar a relação entre inibição e função, fala de algumas funções (a função sexual, a do comer, a da locomoção e a do trabalho profissional), argumentando, entretanto, que em qualquer um desses casos, a inibição é sempre a expressão de uma restrição da função do Ego (Freud, 1976f). Já um sintoma é um sinal e um substituto de uma satisfação instintual que permaneceu em estado latente, ou seja, é consequência do processo de repressão,6 que se dá a partir do Ego, quando este, talvez por ordem do Superego, se recusa a associar-se com uma catexia instintual que foi provocada pelo Id (Freud, 1976).

Freud retoma a distinção entre ansiedade automática (espontânea ou realística), patológica (neurótica) e ansiedade como sinal. afirma que a ansiedade automática surge originalmente como uma reação a um estado de perigo, sendo reproduzida sempre que um estado dessa espécie se repete. E, nesse sentido, acrescenta, é possível falar de duas outras formas segundo as quais a ansiedade pode surgir: de uma maneira inadequada (ansiedade neurótica ou patológica), quando tenha advindo uma nova situação de perigo, ou de uma maneira conveniente, a fim de dar um sinal e impedir que a situação ocorra esta é a definição encontrada, no texto, do termo “ansiedade como sinal”.

Se a ansiedade é definida como a reação a uma situação de perigo, resta saber o que pode ser vivenciado pelos indivíduos como “situações de perigo”. Freud enumera diversos eventos específicos que são capazes de precipitar situações de perigo, em diferentes épocas da vida, como o nascimento, a separação da mãe, o perigo da castração e o medo da perda do amor do Superego. Em quaisquer desses casos, o sinal de ansiedade reproduziria, de forma atenuada, a reação de ansiedade vivida primitivamente em uma situação traumática, permitindo o desencadeamento de operações de defesa.

Darwin volta-se para o estudo dos aspectos biológicos das emoções e do comportamento animal, partindo do que Darwin chamará de os três princípios gerais da emoção, “responsáveis pela maioria das expressões e gestos involuntários usados pelo homem e os animais inferiores, sob a influência das mais variadas emoções e sensações” (p. 35, parágrafo 1). São eles:

1) o princípio do hábito associado útil;

2) o princípio da antítese; e

3) o princípio das ações, devidas à constituição do sistema nervoso, totalmente independentes da vontade e, num certo grau, do hábito (ou princípio do transbordamento da excitação excessiva).

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