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O SELVAGEM DE AVEYRON

Por:   •  11/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  975 Palavras (4 Páginas)  •  369 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho foi construído na perspectiva da psicologia social a partir do filme: O garoto selvagem (L’enfant sauvage), de 1969, narrando a história verídica de Victor, um menino encontrado em Aveyron (França). Aparentemente entre 10 e 12 anos, não demonstrava resquícios de sociabilidade. O médico Jean Marc Itard acredita poder humanizar o “garoto selvagem”, tornando-o apto para viver em sociedade e apropriado dos processos psicológicos.

2 O SELVAGEM DE AVEYRON

“Para convencer-se de que os pássaros não cantam por instinto, mas aprendem a cantar, vale a pena fazer a prova: tire dos canários a metade dos ovos e os substitua por ovos de pardais; ou também misture aos canarinhos filhotes de pardais bem novinhos. Coloque-os num cômodo onde não possam ouvir os pardais de fora; eles aprenderão dos canários o canto e assim teremos pardais cantores. É estupendo o fato de que toda espécie de pássaros conserva em todas as gerações um certo canto principal; assim, a tradição do canto é a mais fiel do mundo”. (FEIJÓ apud KANT, 2007)

O garoto selvagem (L’enfant sauvage) filme de François Truffaut, lançado no ano de 1969, narra a história verídica de um garoto encontrado na floresta de Aveyron, com idade entre 10 e 12 anos, aparentemente em isolamento social e comportamentos iguais a um de um animal selvagem.

Quando ocorre a captura, o menino encontra-se sem roupa, com andar curvado e comendo raízes. Não fala e parece não escutar, além de não parar de se mexer, querendo fugir, como se o ambiente social fosse hostil a ele.

O médico Jean Marc Itard realiza uma bateria de exames com o garoto, onde constata que ele é indiferente a barulhos fortes, como, por exemplo, uma porta fechando, mas, por outro lado, quando uma noz quebrou ele olhou, pois, vivendo na floresta, a compreensão desse som (noz quebrando) fez-se necessária. Seu sentido mais desenvolvido era o olfato.

Apresentava muitas cicatrizes, semelhantes a mordidas de animais. Inclusive, uma sutura na traqueia que carrega a hipótese da qual alguém o teria deixado degolado no bosque e as folhas fizeram a cicatrização, entre 3 e 4 anos, de fato, porque mais novo não seria capaz de sobreviver.

Ele não comia carnes ou doces e recusava-se a dormir na cama, deitando no chão. Não chorava ou demonstrava qualquer emoção, além de não apresentar interesse em nada, sempre inquieto e correndo.

Posteriormente, foi mandado para o Instituto Nacional de Surdos-Mudos por não reconhecer os sons. Pinel, um dos médicos, relatava que o menino era retardado, por apresentar comportamentos de não parar de se mexer, etc. Em contrapartida, Itard acreditava que a partir da reeducação o menino podia ser humanizado, ou seja, apto para vive no ambiente social.

Segundo Feijó (2007), as metas pedagógicas de Itard baseavam-se em: interesse pela vida social, despertar a sensibilidade nervosa, ampliar esfera de ideias, levar ao uso da fala, exercitar operações da mente.

Junto com sua governanta, Madame Guérin, Itard começaram o processo de aprendizagem, após dar-lhe o nome de Victor. Para Pereira e Galuch (2012):

Itard demonstra, não sem esforços e constantes dificuldades, que o garoto selvagem de Aveyron, possuía capacidades intelectuais e biológicas passíveis de desenvolvimento, na medida em que respondia, embora vagarosamente, aos métodos e experimentos realizados na tentativa de socialização do menino.

Foi ensinado para Victor a importância da roupa, até um momento do filme, ele tenta e consegue vestir-se sozinho, sem ajuda. Itard percebe a dificuldade do garoto em acompanhar e a tendência a começar a correr, porém seu andar era ereto e não mais curvado, como quando fora encontrado.

O garoto aprende a tomar leite no pote e a colocar os talheres na mesa. Faz uso da linguagem

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