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“O ÊXTASE DE SANTA TERESA” E O GOZO FEMININO

Por:   •  27/11/2022  •  Artigo  •  1.174 Palavras (5 Páginas)  •  181 Visualizações

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“O ÊXTASE DE SANTA TERESA” E O GOZO FEMININO

BALDIN, Lediane[1]

RESUMO:

Esta produção foi realizada a partir do estudado no Grupo de Estudos de Psicanálise, o qual gerou um maior interesse na conceitualização do desejo e gozo e diretamente a forma como os mesmos foram retratados na obra “O Êxtase de Santa Teresa”, levando em consideração a eroticidade apresentada na escultura e a interpretação de um desejo não carnal representada nela.

         Para encontrar informações sobre a obra e o desejo específico foi necessário, principalmente, pesquisas em sites e vídeos que comentavam sobre, além do uso da autobiografia de Santa Teresa e de Seminários do autor Lacan, estando ciente de que algumas das questões trazidas não foi possível encontrar a fonte oficial, apenas citações da mesma.

 Além disso, a produção textual nos apresenta a existência desse desejo espiritual e místico trazido e representado na expressão facial e corporal da Santa na escultura, além de ser apresentada também na descrição feita por Tereza, em sua autobiografia, a qual foi base para a criação da obra.

Palavras-chave: Gozo. Santa Teresa d’Avila. Psicanálise.

1. INTRODUÇÃO

        

Neste trabalho realizado com função de conclusão do Grupo de Estudos de Psicanálise, partiremos de uma pesquisa bibliográfica, com informações retiradas de sites e vídeos que juntos complementarão o resultado deste texto. Nele será utilizado o conceito de desejo psicanalítico, com foco Lacaniano, para explicar e comentar sobre a obra “O Êxtase de Santa Teresa”.

A obra, produzida pelo artista italiano de arte barroca Gian Lorenzo Bernini, está localizada na Capela Camaro que fica na Igreja de Santa Maria Della Vittoria em Roma. Ela se trata de uma escultura em mármore e bronze, que conta com 350 centímetros de altura e foi produzida entre os anos de 1645 e 1652.

Por muitos, Santa Teresa foi considerada uma mulher revolucionária que comentou sobre gênero e sobre uma eroticidade mística e não carnal que não era tratada por mulheres, muito menos no local onde Teresa estava inserida.

Além de tudo, como forma de facilitar a compreensão do texto também conceitualizamos o termo místico, que caracteriza-se em um contato direto ou intuitivo, além de si, com a divindade. E, a partir da fala “A fonte de todos os desejos do ser humano é o desejo de ser desejado sempre” (LACAN, p.422, livro 06) de Jacques Lacan, adentramos na análise e explicação da obra. 

        

2. DESENVOLVIMENTO

        A escultura mostrada na imagem 1 representa Santa Tereza em situação de abandono do corpo e alma, a posição de seu corpo leva a crer que ela está desfalecida de emoção, muitas vezes dito que ela carrega uma mística carga erótica. Já sua expressão facial produz uma interpretação dela estar a soltar um som, possivelmente um gemido, em direção aos céus.

Imagem 1: Escultura Intitulada “O Êxtase de Santa Teresa”

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Fonte: https://virusdaarte.net/bernini-%CC%B6-o-extase-de-santa-teresa/, 1645-1652.

        Toda a ação e representação da obra foi baseada na descrição feita pela própria Teresa em sua autobiografia “Livro da Vida” onde ela exprime estar em um êxtase místico, no qual se encontrava fora de si e do mundo sensível, ela estava completamente unida ao transcendente:

Um dia apareceu-me um anjo com uma beleza nunca antes vista. Eu vi na     sua mão uma longa lança de ouro cuja ponta parecia ser uma ponta de fogo.  Ela parecia penetrar várias vezes no meu coração e perfurar as minhas entranhas.
A dor era tão grande que me fez gemer, muitas vezes, em alta voz, ainda assim foi superando a doçura desta dor excessiva, eu não pude querer livrar-me dela. Nenhuma felicidade terrestre pode dar um prazer assim tão grande. Quando o anjo tirou a sua lança, senti um enorme amor por Deus.

        Adentrando a psicanálise, no seminário 20 de Lacan, observa-se que o gozo feminino vai além dos significantes, pois, a mulher, ou o feminino em si, é ausente de um significante capaz de representá-la, ela possui então um gozo suplementar que vai além do gozo fálico e é impossível de significar, e principalmente impossível de resistir. Esta mesma situação ocorre no gozo místico, no qual gozam no Outro sem uma representação, gozam de Deus de uma forma além da imagem.

Consta na história dela que quando queria resistir aos êxtases, parecia que algo impossível de dominar lhe advinha: “debaixo de meus pés levantavam-se forças tão grandes que não sabia a que compará-las. Todo meu corpo era suspenso de tal maneira que eu não podia mais tocar a terra” (Santa Tereza,2010, p.179).

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