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Observação de um Adolescente

Por:   •  13/5/2016  •  Relatório de pesquisa  •  1.164 Palavras (5 Páginas)  •  1.888 Visualizações

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Dados de identificação:

Sexo: Feminino                       Idade: 13 anos

A adolescente observada tem em média cinquenta e seis quilos, e um metro e sessenta centímetros de altura. Pele e cabelo morenos, olhos castanho escuro, com cílios bem grandes, sobrancelha no tom do cabelo e boca bem avermelhada.

No primeiro dia de observação estava vestindo uma camisa branca e uma bermuda jeans.

        Já no segundo dia de observação encontrava-se vestindo o uniforme do colégio ao qual estuda, e, horas depois, se encontrava vestindo seu pijama.

Local da Observação:

No primeiro dia de observação, a adolescente observada ficou na sala de TV, um lugar bem iluminado e aconchegante; as paredes são em tom claro, combinando com o tom do sofá e dos pufes.

        Já no segundo dia de observação a adolescente ficou em dois ambientes. O primeiro é a varanda, um ambiente aberto e amplo, onde há cadeiras, um banco de madeira e uma mesa de centro. O segundo ambiente é o quarto da adolescente e de seu pai, um lugar bem iluminado e arejado, não muito grande, as paredes são em tons de azul; no quarto à cama, armários e uma mesa.

Relato da observação:

Domingo, 18 de outubro de 2015 (13horas às 15horas)

Ao chegarmos a casa fomos recebidas pelo pai que descansava na varanda, logo a adolescente observada nos cumprimentou com um aceno rápido, em seguida retornou a sala, onde ligou a TV, deitou em um dos sofás e ficou mexendo no celular.

A adolescente largava o celular apenas para assistir algo que estava passando na TV, quando a interessava, no restante do tempo ficava com o celular na mão, ria supostamente de alguma conversa que deveria estar tendo e faz pouco caso quando seu pai fala com ela.

Enquanto está deitada no sofá, fica o tempo todo com o dedo na boca, roendo as unhas. Levanta algumas vezes para tomar água e comer alguma coisa e já volta pra sala.

Seu pai pede pra que o ajude nos afazeres de casa, ela o responde de maneira rude e não vai ajudar. A única coisa que fez, bem depois de seu pai ter pedido, foi arrumar a cama onde os dois dormem.

        Depois de ter arrumado a cama, retornou ao sofá, continuou deitada, com o celular na mão e acabou pegando no sono por algum tempo.

        Quando acordou saiu para caminhar com sua amiga, mesmo contra ordens de seu pai.

Sexta – Feira, 23 de outubro de 2015 (19h30min. às 21horas)

        Ao chegarmos fomos recebidas pela adolescente, seu pai e sua irmã que se encontravam na varanda da casa tomando chimarrão, apenas o pai levantou para nos cumprimentar, a adolescente e a irmã apenas nos deram um aceno dos seus lugares.

        Enquanto permaneceram na varanda os três conversavam sobre o dia e sobre assuntos da família, a adolescente era a que menos interagia, respondendo apenas o que lhe perguntavam e com pouco caso.

        Depois de cerca de meia hora que estávamos lá, ela levantou e foi se organizar para tomar banho. Pegou seu pijama para vestir e deixou a roupa que usava, seu uniforme, jogado no chão do quarto.

        Quando terminou seu banho passou na cozinha para pegar comida, retornou na varanda onde seu pai e sua irmã continuavam conversando, permaneceu lá até que terminou de comer.

        Após se alimentar foi até seu quarto onde permaneceu deitada, mexendo no celular e ouvindo música com seu fone de ouvido. O pai, depois de certo tempo entrou para pedir se a adolescente queria jantar, ela apenas balançou a cabeça em negação.

        Ela ficou no quarto com o celular e ouvindo música e depois acabou pegando no sono com o fone no ouvido.

Relação Teoria/Prática:

TEORIA

PRÁTICA

Segundo Aberastury, o adolescente opta por uma “identidade negativa”, já que para ele, “é preferível ser alguém perverso, indesejável, a não ser nada” (Aberastury e Knobel, 1989, p. 32).

A adolescente observada contradiz seu pai e sua irmã; convive pouco com ambos, apesar de morarem juntos; trata-os de maneira rude e é bastante calada.

Para Aberastury, “o grupo (amigos) constitui, a transição necessária no mundo externo para alcançar a individualidade adulta” (Aberastury e Knobel, 1989, p. 37).

A adolescente tem uma relação muito boa com suas amigas. No primeiro dia de observação, mesmo contra as ordens do pai, saiu para caminhar com uma dessas amigas.

Aberastury dia que os “momentos de solidão costumam ser necessários para que fora possa ficar o tempo passado, o futuro e o presente, convertidos assim em objetos manejáveis” (Aberastury e Knobel, 1989, p. 43). Segundo ela, essa capacidade de ficar só é um sinal de maturidade que só é atingido após essas experiências de solidão, que se mostram adolescentes na adolescência.

A adolescente passa a maior parte do tempo sozinha nos ambientes da casa, e se mostra mais confortável nesses momentos.

Outra característica marcante do período da adolescência é a contradição. Segundo Aberastury (1989), somente mais tarde, com a maturidade, o indivíduo poderá aceitar ser independente dentro de um limite necessário de dependência. Enquanto isso não acontece, prevalece a contradição, a ambivalência, a dor e as fricções com o meio familiar e social.

A adolescente contradiz seu pai em vários momentos. Quando ele pede ajuda nos afazeres e a convida para ir até a cozinha jantar ela é rude e o contradiz.

Um dos lutos da adolescência é o luto pelos pais da infância. Assim como o adolescente, a família também enfrenta o luto. Aberastury e Knobel comentam que “não só o adolescente padece esse longo processo, mas também os pais têm dificuldades de aceitar o crescimento como consequência do sentimento de rejeição que experimentam frente à genitalidade e à livre manifestação da personalidade que surge dela”.

A adolescente ainda dorme com seu pai. Apesar das divergências na relação de ambos, o pai parece ter dificuldade de se desprender disso.

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