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Os Idosos E A Depresão

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Por:   •  24/3/2015  •  1.685 Palavras (7 Páginas)  •  234 Visualizações

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Os Idosos e a Depressão

Introdução

O presente trabalho pretende ser uma investigação de vários estudos publicados sobre a incidência de casos depressivos nos idosos, as principais causas que levam ao aparecimento desta doença, o modo como ela está distribuída pelo país, relacionar o índice de casos depressivos entre idosos institucionalizados, utentes de centros de dia e residentes no seu domicilio e ainda o modo como esta doença afecta mulheres e homens idosos.

Palavras chave: depressão, idosos

Processo de envelhecimento

“O envelhecimento não é uma doença: vive-se, logo envelhece-se” (Purificação Fernandes, 2000). Segundo esta autora, ser velho é um conceito fracturante: podemos considerar idade cronológica definida pela idade, a idade biológica, baseada no estado orgânico do individuo e a idade psicológica, definida pelas suas capacidades e comportamentos sociais, que não podemos dissociar da idade orgânica no que respeita a capacidades intelectuais, memória e conhecimentos cognitivos, que permitem ao individuo desempenhar o seu papel na sociedade.

Índice Demográfico

Nas últimas décadas, a população idosa aumentou consideravelmente, fenómeno já denominado por ‘gerontic boomers’ (Lima, 2004a). O INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA, (INE) [1995], citada por FERNANDES [1997]. NAZARETH [1994]; NAZARETH [1999], refere que em Portugal num total de cerca de 10 milhões de habitantes, diminuiu em 40 anos de 3 milhões de jovens com menos de 14 anos para cerca de 2 milhões, enquanto que as gerações com mais de 65 anos no mesmo período duplicaram de 1 para 2 milhões.

Para 2015 estima-se a existência de cerca de 1,760,000 portugueses com 65 anos ou mais, e em 2020 serão cerca de 1,830,000. Em 2000, existiam em Portugal quase um milhão e meio de pessoas com mais de 65 anos, 15% da população, contra 11.5% em 1981, das quais, cerca de 250,000 vivem sós (frequentemente a velhice anda de braço dado com a solidão física ou psicológica) (BARROS DE OLIVEIRA [1999]).

Conceito de Velhice

Em face deste aumento da população idosa novos desafios surgem para a sociedade, é necessário que se estude novas políticas sociais, que procurem e implementem projectos que tragam boas condições de vida para as pessoas dessa faixa etária. As capacidades e possibilidades de desenvolvimento e crescimento na velhice devem ser reconhecidas e estimuladas para que o indivíduo possa envelhecer com qualidade de vida e ser bem-sucedido. (Paula Couto, Koller & Novo, 2006). Na sociedade ocidental, a ideia de velhice é a de um período de doenças, de perdas e de solidão. O idoso é muitas vezes encarado como um peso ou fardo pela família ao qual pertence, e até por ele mesmo.

“A forma com a sociedade considera a velhice afecta o juízo que os idosos fazem de si mesmos” (A depressão no idoso- Purificação Fernandes pag. 32). Na sociedade ocidental a imagem que prevalece sobre o idoso é a de pessoas gastas, solitárias e pobres Meier-Rouge (1988). Para além de inúmeras vezes serem vitimas de discriminação e preconceito, também esta visão negativa da sociedade afecta a imagem que o idoso tem de si próprio ( Berger 1995) e segundo o mesmo autor “os idosos são extremamente sensíveis e vulneráveis à opinião dos outros e à atenção que eles dão aos seus feitos e aos seus gestos…” . Em contrapartida os idosos livres de preconceitos e que consideram a velhice um fenómeno natural, são mais felizes e até reconhecem na mesma aspectos positivos.

Depressão no Idoso

A depressão é uma doença passível de tratamento e não uma consequência natural do envelhecimento. A depressão é uma tristeza profunda e constante. Os casos de depressão no idoso são na grande maioria das vezes motivo de hospitalização e são tão frequentes como os casos de demência.

A Depressão no idoso é causa de incapacidades físicas e consequência de estados de incapacidade. (A depressão no idoso- Purificação Fernandes, 2000). TURNER & NOH [1988], salientam que o risco de sofrer de depressão é três vezes mais elevado nos indivíduos que apresentam incapacidade física, e que a doença ou o seu tratamento, podem originar casos de depressão no idosos.

Para além do aspecto já focado da sociedade e do seu peso na velhice, todo o processo de envelhecimento está associado a mudanças que originam stress, tais como diminuição das capacidades motoras, perdas sensoriais, mortes de entes queridos, alterações no seio familiar, rotura com o trabalho, mais tempo de ócio, isolamento, solidão, perdas financeiras e de estatuto, contacto mais frequente com a dor, doença, etc.) (BUENDÍA In: BUENDÍA, JOSÉ (1993). Segundo Solomon e Davis as perdas originam no idoso, depressão, ansiedade, reacções psicossomáticas, afastamento e descompromisso.

A depressão no idoso em Portugal

Portugal, assim como outros países europeus, está a sofrer um agravamento do envelhecimento e consequentemente um aumento de casos de depressão. A sua distribuição no país não é homogénea: Barreto (1984) determinou uma prevalência de 25% de casos de depressão no Norte do país em contrapartida Seabra (1991) concluíram num estudo realizado no Algarve uma prevalência de 72,7% de depressões entre os reformados. Os estudos realizados zonas urbanas de Sintra por Sousa (1987) e Lisboa por Valente (1991) indicam incidências de 40% e 35% respectivamente.

Apesar de não estarem supridas todas as necessidades, o apoio aos idosos evoluiu de forma significativa nos últimos anos, com a criação de estruturas de convívio (Centros de Dia), que combatem o isolamento e a exclusão social, prevenindo ou retardando a institucionalização do idoso.

Incidência de casos depressivos nos idosos institucionalizados, Utentes de Centros de Dia e Residentes no Domicilio

Para além da dependência e perda de autonomia o isolamento e a solidão são os principais motivos para a admissão dos idosos em instituições. A institucionalização é uma condição geradora de stress e potenciadora de depressão Vieira (1996). O idoso perde o contacto com a família, altera radicalmente a sua rotina diária, perde a sua privacidade e partilha o seu espaço com desconhecidos. Há uma significativa perda de identidade, liberdade e de auto estima . Segundo Peace, Kellaher e Willcocks (1997) os próprios idosos têm medo e aversão aos cuidados institucionais.

Estudos feitos por Purificação Fernandes,(2000) indicam-nos que a incidência de casos depressivos nos idosos institucionalizados é mais elevada (38,46%), comparativamente com Utentes de Centros de dia, que apresenta um valor intermédio de 32% e com os residentes no domicilio de menor índice (22,36%).

Este estudo possibilita a justificação da mais alta incidência de casos depressivos em idosos institucionalizados, através de estudos paralelos, como a idade dos idosos que é mais elevada nos institucionalizados, que em centros de dia ou residentes no domicilio. Uma das consequências do avançar da idade é o seu grau de dependência (necessidade de ajuda para realizar as actividades diárias) que aumenta e a sua autonomia (capacidade de decidir o seu modo de vida) diminui ou anula-se. Indica-nos também, que a dor está relacionada com a depressão, com a idade e com a solidão, e que, aumentam proporcionalmente.

Os idosos Utentes de Centros de Dia, são mais novos, têm mais autonomia, são mais independentes, mais activos física e intelectualmente e sofrem menos de solidão.

O facto de possuir casa própria, uma situação económica estável e ter apoio familiar é de maior significância para a mais baixa incidência de casos depressivos em residentes no domicilio. As expectativas que criaram relativamente á velhice foram de certa forma atingidas.

Depressão em Mulheres Idosas

As depressões tem muito mais significado na mulher idosa comparativamente ao homem , ela está presente em 25% das mulheres e apenas em 12% dos homens BERG; MELLSTROM; PERSSON et al. [1981]. Sugere ainda este estudo, que a situação familiar é uma variável determinante para o aparecimento da depressão consequência da solidão e que a mulher, à medida que envelhece se torna mais vulnerável a sofrer do sentimento de solidão e que a mulher casada ou a viver com, atenua esses efeitos.

Conclusão

O presente trabalho teve por objectivo identificar os casos depressivos nos idosos e as causas que levam ao seu aparecimento, relacionar o índice de casos depressivos entre idosos institucionalizados, utentes de centros de dia e residentes no seu domicilio e a forma como a depressão atinge o homem e a mulher na velhice.

Verificou-se que:

Que esta faixa etária está a aumentar significativamente e que a sociedade ocidental tem sobre a velhice uma visão negativa que se reflete no que os idosos pensam de si mesmos.

A solidão, a incapacidade física, o elevado grau de dependência, a fraca autonomia, as expectativas goradas quanto à velhice, as perdas de entes queridos, de empregos, de capacidades financeiras e a dor, são causas determinantes para o aparecimento de casos de depressão nos idosos.

A incidência de casos em Portugal é mais elevada no Sul do que na região Norte e que quanto maior são as zonas urbanas maior é a taxa de incidência desta doença.

Constatou-se ainda os idosos institucionalizados apresentam um número mais elevado de casos depressivos comparativamente aos utentes dos Centros de Dia e são os Residentes no Domicilio os que apresentam o nível mais baixo de depressão.

A depressão afecta mais a mulher idosa que o homem e que o facto de viver com ou estar casado é significativo para uma baixa taxa de incidência da doença.

A actividade física e intelectual tem um papel importante na prevenção e tratamento da doença.

Bibliografia:

Referência – Revista de Enfermagem - Escola Superior de Enfermagem de Coimbra - Unidade de Investigação em Ciências da Saúde - versão impressa ISSN 0874-0283 - Programa de Terapia de Remotivação em idosos institucionalizados: estudo piloto Lia Araújo*; Verónica Gomez**; Catarina Teixeira***; Óscar Ribeiro ****

Psicologia, Saúde & Doenças -versão impressa ISSN 1645-0086 Psic., Saúde & Doenças v.11 n.1 Lisboa 2010 Relacionamento familiar em pessoas idosas: Adaptação do Índice de Relações Familiares (IFR) M. Graça Pereira1 & Joana Roncon2

Psicologia, Saúde & Doenças versão impressa ISSN 1645-0086 Psic., Saúde & Doenças v.12 n.1 Lisboa 2011 Cuidar de idosos com demência em instituições: Ana L. Barbosa1, Joana Cruz1, Daniela Figueiredo2,3, Alda Marques2 e Liliana Sousa1,3

: Catarino, Mónica 2011 DSpace at ISMT > Ciências do Comportamento > Dissertações de Mestrado Psicologia > Título: Sintomas Psicopatológicos e Afecto Positivo nos Idosos Catarino, Mónica 2011 Editora: ISMT

Purificação Fernandes, 2000. - A depressão no idoso

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