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Os três ensaios da psicanálise

Por:   •  2/3/2016  •  Resenha  •  1.507 Palavras (7 Páginas)  •  524 Visualizações

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Os três ensaios da sexualidade

Freud já falava sobre sexualidade, no entanto ainda não tinha formulado uma teoria sobre o sexual, muito menos uma teoria sobre a sexualidade infantil. Ao pensarmos sobre o termo “sexualidade infantil” é comum acharmos que se refere a comportamentos sexuais na infância. É importante salientar que a vida psíquica das crianças acompanharia desde o início essa dimensão sexual. Para a fenomenologia não são erradas essas afirmações. Para Freud a sexualidade é concebida de forma perversa e a sexualidade infantil, onde é marcada pela disposição perverso polimorfa, sendo assim o infantil deixa ser apenas uma versão da sexualidade adulta, e passa a ser nomeado por Freud como a sexualidade própria ao saber psicanalítico, quer seja de uma criança ou de um adulto.

O primeiro dos três ensaios é nomeado “ As aberrações sexuais”. Como o próprio título deste ensaio sugere uma nova tentativa de descrever as perversões, mesmo não sendo este o objetivo de Freud. Ao inverso vem tratando muito mais na alteração ao saber existente da época sobre a sexualidade. Ao se analisar a leitura do ensaio percebe-se o sentindo de esclarecer ao final que a sexualidade humana é perversa e aberrante, já que não pode ser percebido um padrão fixo inalterável de comportamento sexual. Assim sendo, a grande propagação das perversões nos leva a supor que as perversões dispostas não são raras, formando-se parte de uma constituição normal.

Ao se referir sobre sexualidade na época existia uma relação básica com o a definição de instinto, que por sua vez era compreendido como um padrão físico de comportamento, que seria comum a todos indivíduos pertencentes a mesma espécie, regressando a um determinado objeto especifico pré-determinado de satisfação, que garantia que sua finalidade fosse alcançada. Diante disso Freud substituiu o conceito de instinto pelo conceito de pulsão, que embora se diferenciassem ambos sempre eram confundidos.

Dessa forma os Três ensaios discorrem da pulsão sexual e não do instinto sexual. Sendo assim Freud estabelece a pulsão ao contrário do instinto, como fator independente de seu objeto que não depende que sua origem seja influenciada por atrativos de seus objetos.  Quando se refere ao objeto Freud designa que é onde a pulsão se diferencia do instinto, a não existência de um objeto especifico que seja adequado e menos pré-definido. Em um dos seus artigos subsequente aos Três ensaios, Freud afirma que o objeto pode ser modificável numa pulsão. Desta maneira a pulsão tem como objetivo a sua satisfação, sendo regida pelo surgimento do prazer e não pela reprodução e a manutenção da espécie.

Freud conceitua a pulsão ao contrário do estímulo, como sendo o modelo psíquico de uma fonte interna, ou seja, endossomática e contínua de excitação, que se constitui como uma forma de exigência de trabalho feita a mente. A pulsão exige o trabalho psíquico permanente e constante, não existindo sujeito para quem a pulsão não se coloque como exigência de trabalho, seja na forma do recalque e dos outros destinos da pulsão descritos por Freud, mais tarde, no artigo As pulsões e suas vicissitudes Neste sentido, o sintoma é uma das formas da pulsão obter a sua satisfação, apesar do sofrimento do sujeito.

Os sintomas histéricos têm sua origem através da aversão excessiva à sexualidade, de acordo a sua condição perversa que é oferecida pelas forças psíquicas, acima de tudo a vergonha e a repugnância. Através dessas forças psíquicas que as pulsões sexuais se transformariam em sintomas neuróticos. Assim entende-se o que Freud quis dizer na seguinte frase “as neuroses são, por assim dizer, o negativo das perversões”. A parte negativa das perversões se refere muito mais a maneira como o neurótico se envolve com a sua própria sexualidade do que o caráter patológico da mesma.

Sabendo que a sexualidade é perversa, Freud é levado por meio de suas reflexões, a investigar a vida sexual das crianças, especificamente os fatores de influência na constituição da sexualidade de uma ideia que começava a se delinear de que a sexualidade dos neuróticos estaria permanecendo em um estado infantil ou seria trazida de volta para ele.

Primordialmente no ensaio sobre a sexualidade infantil, Freud afirma que a criança ao sugar o dedo demostra nesse ato uma das primeiras manifestações sexuais na infância. Nesse ato o bebê procura obter à satisfação da necessidade de nutrição e à satisfação da zona erógena, no caso, a boca. Porém, o fundamental é a satisfação sexual, do contrário, o bebê não repetiria o ato de sugar o dedo. Nesse sentido, a satisfação da necessidade é secundária em relação ao prazer de sugar. Contudo, o mais importante, segundo Freud, é que a pulsão não é dirigida para outras pessoas, mas obtém satisfação no corpo do próprio indivíduo é auto erótico.

As principais características da vida sexual das crianças é que as pulsões sexuais são auto eróticas e parciais em relação à finalidade de reprodução da espécie, que concede primazia à zona genital. Por isso Freud descreveu as fases de desenvolvimento da organização pré-genital, onde o conceito só foi introduzido aos Três ensaios em 1915, pois não imaginava a existência de uma organização anterior à puberdade.

Freud então dividiu a vida sexual de um sujeito em duas fases onde o início da sexualidade é bifásico, a primeira onde a excitação é responsável em manter a ligação do sujeito ao objeto infantil, ou seja, edipiano e que é interrompido durante o período da latência, a segunda fase por sua vez se refere a puberdade, onde só tem lugar na medida em que as escolhas dos objetos da infância revelam-se inutilizáveis.

As fases não representam exatamente etapas, mais sim uma ligação do sujeito com objetos na infância na primeira etapa e a eliminação dessa excitação na segunda fase o que significa uma renúncia aos objetos da infância. Fica evidente que uma fase não é uma etapa a ser superada porque a passar por uma fase não significa que o sujeito que irá abandonar fase anterior, pois haveria sempre um mecanismo de regressão onde o sujeito voltará a recorrer uma antiga posição libidinal a qual já poderia ter renunciado.

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