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PANORAMA CRÍTICO DOS NARRADORES JAVE PARCEIROS CONFLITO

Resenha: PANORAMA CRÍTICO DOS NARRADORES JAVE PARCEIROS CONFLITO. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  28/9/2014  •  Resenha  •  793 Palavras (4 Páginas)  •  230 Visualizações

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RESENHA CRÍTICA DO FILME NARRADORES DE JAVÉ

CONFLITOS

Em um vale distante no sul da Bahia, há um vilarejo chamado Javé. Seus habitantes formam uma comunidade estritamente oral sem o conhecimento da linguagem escrita. Compõem-se em sua maioria de analfabetos ou semianalfabetos. O vale de Javé está prestes a ficar submerso pelas águas, graças a um projeto do Governo do Estado da Bahia que consiste em construir uma represa no local visando o progresso do estado e do País. A esperança dos moradores é Antonio Biá, o único habitante letrado. É ele quem terá de escrever a História de Javé em um livro e “resgatar”, por meio de histórias narradas por alguns habitantes, toda a sua cultura e toda sua identidade fazendo com que a aldeia faça parte do patrimônio histórico e cultural do país, impedindo assim o seu desaparecimento.

Esse é o enredo – ou o CAUSO – do filme NARRADORES DE JAVÉ (2001, direção de Eliane Caffé) rodado em Gameleiro da Lapa, interior da Bahia. O tema do filme é a diferença entre linguagem oral e linguagem escrita e a importância destas na identidade e na formação cultural de uma civilização.

Como os moradores de Javé são em sua maioria analfabetos (com algumas exceções como o barbeiro e o dono do bar), toda a sua história está centrada na oralidade, nos CAUSOS e nos diálogos entre os moradores. Esta condição torna-se clara logo nos primeiros trinta minutos do filme quando Antonio Biá (José Dumont), para salvar seu emprego como carteiro – “SE NINGUÉM RECEBE CARTA POR QUE TER CORREIO?”, indaga Souza (Matheus Nachtergaele) ao interromper temporariamente o orador do CAUSO Zaqueu (Nélson Xavier) -, envia cartas a parentes e amigos de alguns moradores contando alguns casos e CAUSOS, inventando e FLORINDO alguns fatos. Consegue manter seu emprego as custas da infâmia alheia. Como castigo a personagem é banida da aldeia voltando mais tarde a mando de Zaqueu, um tipo de chefe, mentor e informante dos aldeões que o impõe a condição de escrivão: Biá terá de escrever a história de Javé (o LIVRO JAVÉRICO) a fim de salvar toda a comunidade da catástrofe que se aproxima.

Por Zaqueu ser analfabeto, acredita que, registrando por escrito a história da aldeia, esta passará a compor o quadro sociocultural do país. Não basta apenas que Javé exista na oralidade é preciso documentá-la, registrá-la e imprimi-la em uma linguagem escrita em forma de prosa. É por isso que Zaqueu, ao ouvir dos “homens importantes” que a aldeia só não viria a ser inundada pelas águas caso ela tivesse sua história documentada, associa que, para algo ter uma importância científica, é preciso que esteja impressa no papel e com argumentos “científicos”. Quando lhe perguntam o que é científico Zaqueu não sabe responder exatamente (exploração da falta de letramento da personagem) o que o leva a “criar” uma resposta baseada no senso comum.

Como Javé está isolada das demais cidades, ela torna-se uma espécie de cidade-estado, com suas próprias leis e seus costumes (cena da peregrinação em que o engenheiro declara seu ateísmo – antítese, contraste entre civilização e tribalismo). Não há no filme, por exemplo, evidências de telefone e aparelhos de TV, o que intensifica o seu isolamento e o distanciamento de seus habitantes

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