PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

CURSO DE PSICOLOGIA

KELY CRISTINA DE DEUS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADE

PRODUÇÃO DE DIAGNÓSTICOS INFANTIS NA ATUALIDADE

Trabalho apresentado ao Curso de Bacharelado em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, como requisito parcial de avaliação do 3º período, referente à disciplina de Psicologia Social.

Professor: Neuzi Barbarini

 

CURITIBA

2018

Quando tratamos sobre diagnósticos infantis, os transtornos de neurodesenvolvimento ganham destaque, sendo que um dos mais comuns de se cogitar é a síndrome de Asperger (SA), pontualmente caracterizado por relações sociais prejudicadas e comportamentos e interesses delimitados. Essa síndrome compromete socialmente a criança, tornando-a diferente se comparada aos seus colegas.

Dessa forma, esse diagnóstico pode – e acontece de - ser equivocado e até mesmo confundindo com outras psicopatologias, como, por exemplo, o TDAH, ou transtorno de comunicação social pragmática, o qual apresenta características meramente semelhantes se colocados em contraste com essa síndrome.

De acordo com o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5), para se estabelecer um diagnóstico preciso é necessário levar em consideração todos os aspectos apresentados pelo pacientes, além de perceber questões diagnósticas relacionadas à cultura e ao gênero ao analisar o caso.

É possível inferir que profissionais principiantes ou que dispõem de pouco contato com o paciente possuem algumas dificuldades em identificar com exatidão alguns casos clínicos, resultando, em diagnósticos equivocados. Assim, pode-se notar a subjetividade incluída em cada caso isolado das crianças. Um exemplo dessa situação é uma ocorrência pessoal na qual um menino de quatro anos de idade visitou anteriormente dois psicólogos, não havendo nenhuma determinação de algo errado com ele na primeira situação e suspeita de TDAH com o segundo profissional. Em uma terceira avaliação com um neuropiscólogo, em apenas uma sessão, foi determinado que este possuísse, possivelmente, um caso do transtorno de espectro autista de grau acentuado, ou síndrome de Asperger.

Nota-se, assim, uma dificuldade em estabelecer o caso da criança, tendo em vista que ela apresentava apenas leves atrasos no desenvolvimento da linguagem e no desenvolvimento social, o que é considerado patologia por alguns especialistas e vetado como evolução natural por outros, levando em consideração que esse menino não usufruía de contato com outras crianças da mesma faixa etária e passava uma boa parte do seu dia assistindo desenhos animados. O diagnóstico foi inferido através de fatos apresentados pela mãe, que detém uma proteção exacerbada pelo filho, e o comportamento da criança diante do profissional – exames foram pedidos para a confirmação.

Nesta situação real descrita, é imprescindível evidenciar que, ao começar a frequentar a escola em horário regular e estabelecer maior contato com animais de estimação que o menino possui afeto, o garoto apresentou melhora em seu desenvolvimento social e linguístico, chegando a notar, sozinho, sua dificuldade para acompanhar, a título de exemplo, a professora em momentos de cantar músicas educacionais em sala de aula.

Os profissionais tendem a receitar psicofármacos às crianças muito jovens, sendo que essa não é uma indicação correta, pois o desenvolvimento psicomotor e linguístico do indivíduo ainda está sendo moldado. Elementos culturais, como religiosidade, por exemplo, e questões sociais influenciam os indivíduos em todos os corpos sociais existentes, vindo a determinar características não apenas do sujeito em si, mas de uma determinada época e geração.