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PRINCIPAIS ELEMENTOS DA CULTURA BRASILEIRA E SUAS ORIGENS. CONFLITOS E CONVERGÊNCIAS ENTRE ELES E SUA PRESENÇA NO NOSSO COTIDIANO

Por:   •  20/9/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.444 Palavras (6 Páginas)  •  383 Visualizações

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SITUAÇÕES DE ETNOCENTRISMO E/OU RELATIVISMO CULTURAL NAS RELAÇÕES COTIDIANAS

SITUAÇÕES DE ETNOCENTRISMO

Identificou-se como situações de etnocentrismo no cotidiano o uso de estrangeirismos como qualificador de uma marca e desejo de consumir marcas importadas, críticas a práticas de povos tradicionais, discurso separatista da região sul, homofobia e criminalização da bigamia, itens desenvolvidos nos parágrafos a seguir.

Há o uso deliberado de jargões estrangeiros em produtos e serviços, principalmente quando há na língua portuguesa termos equivalentes, para passar uma impressão de progresso e qualidade superior. Por exemplo: steakhouse ao invés de churrascaria, gift card ao invés de vale presente, healthy ao invés de saudável, chocolate cake ao invés de bolo de chocolate, entre outros. Percebe-se a presunção de que produtos importados são de qualidade superior aos nacionais e a comum vinculação de algo de notória má qualidade como sendo “do Paraguai”.

Segundo a matéria “As marcas internacionais simbolizam um mundo encantado para os brasileiros”, publicada em 2014 pela revista Veja, o brasileiro idolatra marcas estrangeiras, que, de acordo com a entrevistada Daniella Giavina-Bianchi, “durante décadas, tudo aquilo que era importado foi sinônimo de qualidade, de um universo exclusivo”. São empresas internacionais consolidadas no país, por exemplo, a suíça Nestlé, a francesa Carrefour, a americana Starbucks e a holandesa C&A.

Identifica-se críticas a práticas de comunidades tradicionais, como a caça de focas pelos povos inuítes canadenses e como a caça a baleias pelos japoneses. A comunidade internacional, cujos vínculos com tais práticas parecem ser principalmente o comércio de bens de luxo (casacos de pele com o objetivo de ostentar status social ou consumo de carnes exóticas por lazer), pressiona países a banir costumes tradicionais e continua a criticar as práticas mesmo quando há regulamentação da caça comercial sustentável. Apesar da necessidade de preservação dos ecossistemas e da regulamentação de práticas a fim de preservar as populações animais, o incômodo e a classificação de práticas tradicionais como barbárie inclui animais que não estão ameaçados de extinção, como é o caso das focas, mas exclui práticas da pecuária.

Partes do discurso do movimento separatista "O Sul é o meu país" alegam a superioridade desta região em relação ao restante do Brasil e posicionam a região como possível destaque na comunidade internacional, o que é visto nos seguintes exemplos retirados da Carta de Princípios: “A Região Sul tem todos os requisitos necessários para se tornar uma das nações mais prósperas do planeta”, “Este grande espaço geográfico também apresenta um formidável potencial turístico, maior que a grande maioria dos países que têm nessa área uma de suas atividades mais importantes” e “Nosso litoral, com mais de 1500 quilômetros e seus cinco portos em atividade, causam inveja a países já desenvolvidos”.

Segundo o “mapa-múndi da homofobia”, publicado pelo jornal El País, em 35% dos países é perigoso revelar ser membro da comunidade LGTBI, sendo o ato sexual entre pessoas de mesmo sexo um crime punível até com prisão e até a pena de morte.

Em 50 países é legal ter várias esposas e em outros 20, apesar de não ter proteção legal, a poligamia é culturalmente aceita, segundo a matéria “Onde ainda se pratica a poligamia no mundo?” da revista Super Interessante. No Brasil, a bigamia está registrada no código penal no Título VII – Dos crimes contra a família, Capítulo I – Dos crimes contra o casamento, sendo punível com reclusão, de dois a seis anos. Assim, os interessados podem optar por este estilo de vida, mas não podem registrá-lo legalmente nem pleitear direitos para todos os envolvidos – seria possível alegar união estável entre dois membros de sexos opostos, mas a terceira parte não tem cobertura legal. Assim, um muçulmano não tem a cobertura legal no país para amplamente praticar a sua fé, que o permite ter até quatro cônjuges, em território brasileiro. Observa-se que a matéria da Super Interessante cita o direito de poligamia dando exemplos de um marido com várias esposas, mas não o contrário.

SITUAÇÕES DE RELATIVISMO CULTURAL

Em relação às situações de relativismo cultural, percebeu-se a isonomia na isenção tributária de templos que qualquer culto, atenção às questões de gêneros em pesquisas e na língua, regulamentação do nome social, presença do instituto da união estável, vegetarianismo e diversidade em produções da empresa Netflix.

A isenção de impostos sobre templos de qualquer culto, instituída pela Lei 3.193 de 1957, não oferece vantagem tributária para alguma crença específica assim, ao menos legalmente e neste ponto, entende as religiões são iguais.

Há preocupação com a inclusão da diversidade de gêneros vista em pesquisas, que têm apresentado mais itens à pergunta de gênero além de feminino ou masculino; na linguagem inclusiva ou não sexista, que de acordo com o portal Politize! “é aquela que busca comunicar sem excluir ou invisibilizar nenhum grupo e sem alterar o idioma como o conhecemos”; e a linguagem neutra ou não binária, que “apresenta propostas para alterar o idioma e aqui entram por exemplo as novas grafias de palavras”, segundo o portal.

O uso do nome social o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis ou transexuais é regulamentado pelo Decreto nº 8.727 de 2016, promovendo a inclusão social e contribuindo para a saúde física e mental de transgêneros.

Existe a equiparação da união estável ao casamento (Constituição Federal de 1988, artigo 226), garantindo direitos à unidade familiar independentemente do registro civil, e extensão desse direito à união homoafetiva pelo Supremo Tribunal Federal. Há um projeto de lei do Senado (PLS 612/2011) que propõe a alteração para estabelecer como família “a união estável entre duas pessoas”, ao invés de “união estável entre homem e mulher”, como é a redação da Carga Magna.

Apesar de ainda ser perceptível o preconceito, pela população e geral e dentro da comunidade médica, o estilo de vida vegetariano tem crescido no mundo. Segundo pesquisa do IBOPE, citada em matéria da Sociedade Vegetariana Brasileira, houve crescimento de 75% da população vegetariana nas regiões metropolitanas entre 2012 e 2018, quando 14% da população se declarou vegetariana.

Em relação à diversidade em filmes e seriados, um estudo da University of Southern California (USC) demonstrou que a Netflix demonstrou índices de inclusão de gênero e etnia proporcionais à realidade em suas produções nos EUA, mas ainda há desigualdade no trabalho por trás das câmeras. Considerando que a empresa oferece seus serviços em 190 dos 195 países do mundo, é possível que tais ações incentivem a diversidade e recalibrem as expectativas sobre características de personagens nas novas tramas.

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