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Perfil de Agressores de Mulheres em Situação de Violência

Por:   •  2/12/2022  •  Artigo  •  5.131 Palavras (21 Páginas)  •  75 Visualizações

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PERFIL DOS AGRESSORES DAS MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA ATENDIDAS NO CENTRO DE REFERENCIA ELIZABETH NASSER NO MUNICÍPIO DO NATAL/RN.

Aline Monteiro do Nascimento[1]

Flaviane Rodrigues Silva[2]

Maria Aparecida França[3]

RESUMO

No presente artigo apresentamos o perfil sócio demográfico dos agressores de mulheres em situação de violência, bem como caracterizamos os tipos de violências sofridas por essas mulheres. Para a tanto, delimitamos como  recorte o Centro de Referencia Elizabeth Nasser, localizado no município do Natal/RN. Como procedimento de pesquisa analisamos as fichas de atendimento de mulheres atendidas no referido centro, de maneira a possibilitar a composição do perfil do agressor. Dos resultados obtidos com o estudo, verificamos que grande parte dos agressores reside em Natal, na capital do estado do Rio Grande do Norte, particularmente na Região Administrativa Norte.. Constatamos, ainda, que os agressores, em sua maioria, apresentam características como faixa etária entre 20 e 50 anos, com concentração maior entre 31 e 40 anos; e com ensino fundamental. São prestadores de serviços e não tem carteira assinada, sendo a renda familiar é entre um e dois salários mínimos. Há muitos estudos que buscam traçar o perfil das mulheres em situação de violência, porém poucos estudos em relação ao agressor. Sendo assim, decidimos traçar o perfil desse agressor como forma de contribuirmos com políticas de enfrentamento à violência contra as mulheres e, assim, promover mudança na sociedade, de um lado. De outro, buscamos colaborar com avanço de outros estudos que abordem questões de relacionadas à violência doméstica.

Palavras Chave: Agressor. Violência contra a Mulher. Violência Doméstica.

ABSTRACT
In the present article we present the socio-demographic profile of the aggressors of women in situations of violence, as well as characterize the types of violence suffered by these women. To that end, we delimit as a cutout the Elizabeth Nasser Reference Center, located in the municipality of Natal / RN. As a research procedure, we analyzed the records of the care of women attended at the referred center, in order to allow the composition of the profile of the aggressor. From the results obtained by the study, we found that most of the aggressors live in Natal, in the capital of the state of Rio Grande do Norte, particularly in the Northern Administrative Region. We also found that the aggressors, Age between 20 and 50 years, with a higher concentration between 31 and 40 years; And with elementary school. They are service providers and do not have a formal contract, the family income being between one and two minimum wages. There are many studies that seek to trace the profile of women in situations of violence, but few studies regarding the aggressor. Therefore, we decided to outline the profile of this aggressor as a way to contribute to policies to combat violence against women and, thus, to promote change in society, on the one hand. On the other, we seek to collaborate with the advancement of other studies that address issues related to domestic violence.
Keywords: Aggressor. Violence against Women. Domestic violence.

INTRODUÇÃO

Desde a antiguidade que a mulher é tida como o “sexo frágil”; é agredida, explorada, humilhada e mantida dentro de casa pelo marido porque como diz o dito popular: “lugar de mulher é em casa, cuidando da casa e dos filhos”. Hoje, algumas mudanças vêm acontecendo, e nosso cenário tem outra face: a mulher que cuida da casa e dos filhos é a mesma que é independente, tem sua profissão, sua própria renda e seus negócios.

Na atualidade, a mulher pode ser executiva, psicóloga, engenheira, médica, autônoma, doméstica, arquiteta, e ainda assim ter tempo de ser mãe, mulher, filha e dona de casa. Mas essa geração de mulheres que vive e sobrevive sozinha não é aceita por alguns homens. Muitas vezes o sair de manhã para trabalhar e o voltar à noite são motivos geradores de desconfiança, ciúmes e agressões.

É no cenário doméstico que ocorre a maioria das agressões sofridas pelas mulheres. Neste sentido, “Estudos internacionais apontam altas prevalências da violência doméstica nos serviços de saúde uma vez que os episódios são repetitivos e tendem a se tornarem cada vez mais graves...” (ANDRADE e FONSECA, 2008. p. 593). É naquele cenário que acontecem os piores sofrimentos, humilhações e explorações que se possam imaginar. A violência sofrida ali, no quarto, no canto da sala, é guardada para sempre e mantida num lugar dentro de cada mulher que, vez ou outra, há de se lembrar. Não há como esquecer a dor que o pai dos filhos ou o parceiro de todos os dias, o companheiro de vida, provocou. “Mulheres que são vítimas de violência exprimem sentimentos de solidão, tristeza crônica, desamparo, irritação e descrença”. (ADEODATO e CARVALHO, 2005. p. 113).

No Brasil, cerca de milhares de mulheres são violentadas a cada ano. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU, 2013), sete em cada dez mulheres no mundo já foram ou serão violentadas em algum momento da vida. Para sermos mais específicos 18,4% do ano de 2003 a 2013, segundo o dado do Mapa da Violência (BRASIL, 2015). Esses dados são alarmantes e nos deixam com várias questões a se pensar. Será que um dia vamos poder nos ver livres de tanta violência? E as mulheres, será que terão a liberdade de ir e vir, de trabalhar, de ser o que quiserem ser, sem temer algum tipo de violência? Sem temer o agressor?

Nesse contexto, destacamos a importância de marcos regulatórios como a Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres (BRASIL, 2011). Tal política apresenta os princípios que são a igualdade e respeito à diversidade, equidade, autonomia das mulheres, laicidade do Estado, justiça social, transparência dos atos públicos e participação e controle social (BRASIL, 2011). A política para mulheres busca, portanto, direitos iguais para a promoção de uma sociedade igualitária, na qual a mulher não sofra nenhum tipo de violência em decorrência do machismo. Uma sociedade na qual as mulheres possam ir e vir sem medo de possíveis agressores, que não estão somente dentro de casa, mas também nas ruas, circulando livremente; enquanto há mulheres que ainda permanecem encarceradas nelas mesmas e em seus medos.

Sendo assim, no presente artigo objetivamos apresentar o perfil sócio demográfico dos agressores de mulheres que foram atendidas no Centro de Referencia Elizabeth Nasser, no município do Natal-RN entre os anos de 2013 e 2016.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Vivemos em sociedade em que a violência está em alta, os assassinatos, as agressões, as brigas de trânsito, enfim, tudo corrobora para o aumento e agravamento da violência em nosso país. Dentre esses vários tipos de violência, encontramos a violência contra a mulher, que se expressa de várias formas, ao passo em que em que é detentora de múltiplas faces.

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