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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER: Conhecendo o perfil em um município do interior de Rondônia.

Por:   •  11/2/2020  •  Artigo  •  4.530 Palavras (19 Páginas)  •  230 Visualizações

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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER:[pic 1]

Conhecendo o perfil em um município do interior de Rondônia.

Jarismara Quednau[1]

Resumo: A violência contra a mulher revela as desigualdades entre os gêneros, bem como é considerada um problema de saúde pública não só por afetar o estado físico, psicológico e emocional da mulher em situação de violência, mas porque afeta os direitos humanos e o exercício da cidadania. Percebe-se que nos últimos anos ocorreu uma evolução nas políticas de proteção e prevenção, entretanto, não o suficiente para extinguir a violência onde a mulher é a principal vítima. Neste contexto, a pesquisa apresentou e descreveu o perfil das mulheres em situação de violência no município e comparou estes dados com o relacionamento existente entre a mulher e o vitimizador com o tipo de violência vivenciado. Trata-se de um estudo de caráter documental, com delineamento e abordagem quantitativa-descritiva. Os dados foram obtidos por meio de informações contidas nos boletins de ocorrência registrados na Delegacia de Polícia local. Constatou-se que 4,5% das ocorrências registradas eram de violência de gênero e na maior parte dos casos a violência é perpetrada pelo ex-cônjuge. A pesquisa revelou ainda que existem lacunas no atendimento a este tipo de violência nas delegacias de polícia civil.

Palavras-chave: Perfil. Mulher. Violência. Psicologia.

DOMESTIC VIOLENCE AGAINST WOMEN:

Knowing the profile in a municipality in the interior of Rondônia.

Abstract: Violence against women reveals gender inequalities as well as being considered a public health problem not only because it affects the physical, psychological and emotional state of women in situations of violence but because it affects the human rights and exercise of citizenship. It can be seen that in recent years there has been an evolution in protection and prevention policies, but not enough to extinguish violence where women are the main victims. In this context, the research presented and described the profile of women in situations of violence in the municipality and compared these data with the relationship between the woman and the victimizer with the type of violence experienced. This is a documentary study with a quantitative-descriptive design and approach; the data were obtained through information contained in the incident reports registered at the local police station. It was found that 4.5% of recorded incidents were of gender violence and in most cases violence is perpetrated by the former spouse. The survey also revealed that there are gaps in attending to this type of violence in the civil police stations.

Keywords: Profile. Woman. Violence. Psychology.

1 INTRODUÇÃO

Ao longo do tempo a violência contra a mulher tem sido considera um problema doméstico e não uma violação de direitos humanos, como de fato é, pois revela as desigualdades entre os gêneros, sendo um problema de saúde pública não só por afetar o estado físico, psicológico e emocional da vítima, mas porque afeta os direitos humanos e o exercício da cidadania.

Percebe-se que nos últimos anos tem ocorrido uma evolução nas políticas de proteção e prevenção, entretanto, esta parece não ser suficiente para extinguir a violência onde a mulher é a principal vítima. Existe uma ligação entre o alto índice de violência doméstica contra as mulheres e o histórico patriarcal, ressaltando a necessidade de uma ação sistêmica, feita a partir de mudanças na percepção do fenômeno e principalmente na garantia do reconhecimento dos direitos da mulher.

Existe a necessidade de um olhar diferenciado para as mulheres em situação de violência, no sentido de conhecer o perfil dessas mulheres para que seja possível uma intervenção efetiva por parte das políticas públicas. Neste sentido este estudo se propôs a conhecer e descrever as características das mulheres nesta situação, bem como qual é o seu vínculo com o vitimizador e o tipo de agressão.

Para tanto, trata-se de uma pesquisa documental de abordagem quantitativa-descritiva, onde realizou-se um levantamento das características de identificação tais como idade, tipo de violência sofrida e relação com o agressor a fim de descrever tais aspectos, comparando os dados e correlacionando o perfil das mulheres com o tipo de violência sofrida e o vínculo com o vitimizador. Este é um assunto que vem sendo amplamente discutido, entretanto, as pesquisas para conhecer quem são essas mulheres no município onde a pesquisa foi realizada, são escassas, o que desencadeou o interesse pelo tema.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Violência de gênero e doméstica

Violência contra a mulher é qualquer ato de violência de gênero que resulte ou possa vir a resultar em prejuízo psicológico, físico, sexual, moral ou patrimonial, bem como sofrimentos tais como: ameaças, chantagens, coação e privação da liberdade, manipulação, controle, tanto na vida pessoal quanto na vida pública (LEÔNCIO et al., 2008). A violência contra a mulher revela as desigualdades entre os gêneros, é um problema de saúde pública não só por afetar o estado físico, psicológico e emocional da vítima, mas porque afeta os direitos humanos e o exercício da cidadania (ILHA; LEAL; SOARES, 2010)

A redução das desigualdades de gênero devem ser o eixo de uma ação governamental para políticas públicas. Farah (2004) salienta que quando se fala em reduzir desigualdades de gênero não significa negar a diversidade e sim reconhecer o diferente e a diversidade entre homens e mulheres, porém atribuindo-lhes igual valor, assentir, portanto, que suas necessidades nem sempre iguais, devem ser reconhecidas e contempladas pela sociedade e pelo Estado com a igualdade dentro da especificidade de cada um.

Visando a igualdade, a proteção, o atendimento e o apoio a mulher em junho de mil novecentos e oitenta e seis (1986) foi criada a Delegacia Especializada de Apoio à Mulher - DEAM. Hermann e Barsted (2004) reforçam que a DEAM está capacitada para receber queixas e apurar crimes como lesão corporal, ameaça, estupro e atentado violento ao pudor, maus-tratos, abandono de incapaz, constrangimento, sequestro, cárcere privado, aborto provocado por terceiro, corrupção de menores, homicídio, assédio sexual, ato obsceno, supressão de documento, violência psicológica, extorsão, coerção, abuso sexual. Os profissionais inseridos nas DEAM, são em sua maioria mulheres, capacitadas para acolher mulheres em situação de violência de maneira adequada e segura.

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