Pesquisa sobre psicologia da gestalt

1. A PSICOLOGIA DA GESTALT

        A Psicologia da Gestalt surgiu entre os anos de 1910 e 1912 na Alemanha, tendo como principais representantes Max Wertheimer (18801943), Kurt Koffka (18861941) e Wolfgang

Köhler (18871967). O nome Gestalt vem de uma palavra alemã cujo significado é de difícil tradução, sendo muitas vezes citada como forma, formato ou configuração.

        Tal Psicologia surgiu como um movimento em oposição a teoria cientifica então vigente, a chamada Psicologia de Wundt, ao mesmo tempo em que o Behaviorismo, que também era contrário à teoria citada, surgia nos Estados Unidos. O behaviorismo, apesar de ter surgido mesmo período, configura-se como uma teoria completamente oposta e independente da Gestalt.

        É importante ressaltar que, deve-se tomar cuidado para não confundir Psicologia da Gestalt, que é uma teoria científica, com a Gestalt Terapia, que é uma das abordagens humanistas da Psicologia, ou seja, uma forma de psicoterapia, que tem como premissa o fato de ressaltar o aqui e o agora, a focar a atenção no que está presente, de redescobrir.

A teoria tem como principal premissa a ideia que há mais coisas na percepção do que veem os nossos olhos, que a nossa percepção vai além dos elementos sensoriais, dos dados físicos básicos fornecidos pelos órgãos dos sentidos. (SCHULTZ, SCHULTZ, 2007).

Os psicólogos da Gestalt acreditavam que não se deveria fragmentar ou dividir nada para se estudar, pois esse processo faria com que suas propriedades se perdessem, dado que a percepção não é simplesmente um conjunto de elementos ou a soma das partes, e sim um todo, uma Gestalt, e se reduzir a pequenas partes ou elementos, esse todo se destruirá. (SCHULTZ, SCHULTZ, 2007).

No geral, os gestaltistas defendiam a bandeira de que a soma das partes não é igual ao todo, pois ao se combinarem, os elementos sensoriais formariam um novo padrão ou uma nova configuração, ou seja, uma nova Gestalt. (SCHULTZ, SCHULTZ, 2007).

Para os Psicólogos dessa teoria,

[...] percebemos os objetos do mesmo modo que observamos o movimento aparente, como unidades completas e não como agrupamentos de sensações individuais. Esses princípios da Gestalt seriam as regras fundamentais por meio das quais organizamos nosso universos perceptual. (SCHULTZ, SCHULTZ, 2007, p.327).

Ainda de acordo com eles, o cérebro é um sistema dinâmico em que todos os elementos interagem em determinado momento. Desenvolveram então conceitos sobre a organização perceptual, que são:

• PROXIMIDADE: partes próximas no tempo e no espaço parecem unidas e tendem a ser percebidas juntas.
• CONTINUIDADE: tendência à seguir uma direção para conectar elementos num fluxo contínuo numa direção específica.
• SEMELHANÇA: partes similares tendem a ser vistas juntas, formando um grupo.
• PREENCHIMENTO: tendência de completar figuras incompletas, preencher lacunas
• SIMPLICIDADE: tendência em vermos a figura como tendo boa qualidade sob as condições de estímulos.
• FIGURA/FUNDO: tendência de organizar percepções do objeto (a figura) sendo visto e do fundo (a base) sobre o qual ele aparece. A figura parece mais substancial e parece destacar-se do fundo.

Dentre os teóricos da Psicologia da Gestalt, destaca-se:

• WOLFGANG KÖHLER– Foi o porta-voz do movimento da Gestalt. Ele sugeriu que a teoria da Gestalt consistia em uma lei geral da natureza que pode ser amplamente aplicada em todas as ciências.
• MAX WERTHEIMER -  É um dos principais fundadores da psicologia da Gestalt e fazia parte do primeiro grupo de estudiosos a fugir da Alemanha nazista para os Estados Unidos, chegando em Nova York em 1933, onde permaneceu até a sua morte.  
• KURT KOFFKA– Foi o mais criativo dentre os fundadores da psicologia da Gestalt; definindo a preocupação mais ampla dos processos cognitivos, as questões relacionadas ao pensamento, a aprendizagem e outros aspectos da experiência consciente e trabalhou com a psicologia do desenvolvimento infantil.

1. A PSICOLOGIA DA GESTALT E A APRENDIZAGEM

        Os estudos dos psicólogos da Gestalt sobre a Aprendizagem tiveram início com s experimentos de Köhler, onde este investigou a inteligência dos chimpanzés por meio das habilidades na solução de problemas, onde mantinha-os em jaulas com uma vara de pescar, e fora das jaulas, bananas.

        Assim, para se alimentarem, os macacos deveriam perceber não só a banana e a vara, separadamente, mas compreender que através da vara ele conseguiria pegar a banana, ou seja, os elementos sozinhos não ensinariam nada, mas a percepção de que eles juntos são um todo, gerariam aprendizagem.

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