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Preocupaçao Materno Primaria

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Por:   •  27/5/2014  •  834 Palavras (4 Páginas)  •  341 Visualizações

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Preocupação materna primária

Para Winnicott a criança nasce indefesa. É um ser desintegrado, que percebe de maneira desorganizada os diferentes estímulos provenientes do exterior. O bebê nasce também com uma tendência para o desenvolvimento. A tarefa da mãe é oferecer um suporte adequado para que as condições inatas alcancem um desenvolvimento ótimo.

A preocupação materna primária corresponde a um estado organizado (que seria uma doença no caso de não existir uma gravidez) e pode ser comparada a um retraimento ou dissociação, na qual um determinado aspecto da personalidade prevalece temporariamente. Em um primeiro momento, a mãe parece padecer de uma doença esquizoide ou regressiva, porém temporariamente, já que tende a se recuperar dela algumas semanas ou meses após o parto. O autor destacou que ela se torna ensimesmada, retraindo-se e deslocando o foco de sua atenção de todos os interesses anteriores, como se estivesse deslocando todos os seus sentidos para o bebê. Winnicott enfatizou a necessidade de a mãe ser suficientemente saudável para adoecer dessa forma especial neste período, assim como para retomar, gradativamente, suas atividades e interesses pessoais, recuperando-se desse estado. Winnicott cunhou o termo preocupação materna primária para se referir a um estado psicológico muito especial da mãe, que a torna sensível às necessidades básicas de seu filho. Tal estado tem início ainda na gestação, sendo acentuado no seu final, estendendo-se até as primeiras semanas ou meses após o parto. Dificilmente as mães o recordam depois que o ultrapassam, sendo que essa lembrança tende a ser reprimida. De acordo com Winnicott, a base para todas as teorias sobre o desenvolvimento humano é a continuidade do ser, que tem início antes do nascimento propriamente dito do bebê, ou seja, o nascimento ocorre antes do parto concreto. Para que o potencial herdado seja desenvolvido em continuidade com a linha da vida, a presença de um ambiente facilitador é fundamental. O autor referiu que, inicialmente, o bebê ainda não estabeleceu uma distinção entre o eu e o não-eu, nem um vínculo entre psique e corpo. Durante essa fase, a continuidade do ser é o resultado da identificação da mãe, que se encontra em preocupação materna primária com seu bebê. Como descreveu Winnicott, a preocupação materna primária possibilita que o bebê caminhe em direção ao seu desenvolvimento, destacando que o centro da gravidade do ser não se inicia com a criança e sim com a unidade mãe-bebê e que este irá se constituir a partir de uma sustentação e um manejo geral maternos desde a gestação. Portanto, no início, o ser se constitui na relação com o outro. Com o suporte materno que se encontra em preocupação materna primária, a mãe se adapta às necessidades de seu filho e ao ritmo próprio do bebê. Esse apoio materno funciona como uma concha protetora que, à medida que o bebê se desenvolve, é gradativamente retirada, a mãe deverá estar disponível no tempo e no espaço, não bastando estar fisicamente presente: ela deve estar pessoalmente bem a ponto de manter uma atitude constante durante um período de tempo, permitindo que o bebê não experimente suas ansiedades impensáveis, pois ainda não possui estrutura suficiente para elaborá-las. Dias (2003) chamou a preocupação materna primária de bondade suficiente, da qual fazem parte a

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