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Psicologia Científica e Profissional

Por:   •  9/5/2016  •  Projeto de pesquisa  •  4.041 Palavras (17 Páginas)  •  314 Visualizações

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Psicologia Ciência e Profissão- Psicol. cienc. prof. vol.23 no.1 Brasília Mar. 2003

RIBEIRO DO VALLE, Luiza Helena de Almeida. Psicologia Escolar- Um duplo desafio ( Artigo Científico). Portal Scielo Brasil.

A autora do artigo parte do princípio que a educação é a parte da construção do futuro de uma nação. E essa ação não vem do acaso e sim de um esforço expressivo e constante. A Psicologia Escolar tem o papel de facilitar o desenvolvimento humano, mas sua atuação é pouco conhecida. O psicólogo escolar precisa ter claro seus objetivos- enfrentando os desafios como: ser aceito na escola (sem que sua função fique limitado, pois isso atrapalha o seu trabalho na busca da promoção do desenvolvimento infantil. O profissional ainda precisa buscar apoio para realizar suas atividades, seja elas de forma preventiva ou de intervenção.

Os países desenvolvidos valorizam a educação, investem maciçamente na formação dos professores e procuram superar as dificuldades.  “A criança é o elo mais fraco e exposto da cadeia social. Nenhuma nação conseguiu progredir sem investir na infância. A viagem pelo conhecimento da infância é a viagem pela profundeza de uma nação. A situação da infância é um fiel espelho de nosso estágio de desenvolvimento econômico, político e social” (Dimenstein,1994, p. 8-9). O desenvolvimento psicossocial é um estudo fundamental para criar estratégias que transcendem a realidade educacional, o psicólogo não pode ser alienado nessa questão. O psicólogo escolar luta pela compreensão social da sua função, mas esbarra em dois desafios.

Tem que fazer parte do papel de inclusão na escola para que seu trabalho não termine distorcido ou limitado, assim como sua participação, com o corpo docente, em programas de intervenção para que juntos promovam o desenvolvimento infantil, de forma que Psicologia e Pedagogia se complementem, alcançando os objetivos idealizados.

Sua atuação preventiva tem que ser ampla, envolvendo a escola e a família, que precisam valorizar e compreender a necessidade de sua participação, não apenas remediativa .

Segundo os integrantes do EFA (Education for All, Tailândia, 1990), o Brasil foi um dos países que apresentaram alta taxa de analfabetismo e reprovação escolar. É necessário mudanças no ensino e esforços tem sido feito para diminuir a defasagem existente nas diversas regiões mas, mesmo obtendo resultados positivos, como o crescimento do número de matrículas e queda na distorção idade-série, houve uma tendência geral de rebaixamento dos resultados na avaliação dos testes de português e matemática, conforme conclui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica

Segundo a análise dos dados da pesquisa do SAEB, a cultura da repetência,  inexistente em países avançados, ainda permanente aqui, e na maioria das vezes pais e professores responsabilizam o aluno pelas dificuldades em seu aprendizado, isso gera uma desmotivação no aluno e pode levar a evasão escolar e a repetência. A Pesquisa educacional traz muitas hipóteses que influenciam a aprendizagem do aluno. E é aí que entra o papel do psicólogo escolar pois com o seu olhar crítico no ambiente escolar pode fazer a ponte entre professores, pais e alunos, porque as dificuldades podem estar no ambiente escolar como a didática do professor, ou esse aluno pode estar se sentindo intimidado no grupo da sala ou problemas sociais, tudo isso só professores e pais não conseguem reconhecer.

Apesar disso o campo de psicólogo escolar é pouco valorizado e sua atuação pouco conhecida. Antigamente o psicólogo dessa área tinha um papel só remediativo voltado para aplicação de testes.

O psicólogo escolar tem sua especialidade ainda pouco difundida. Apenas em 1990, com a formalização da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE), houve possibilidade de fortalecimento desse campo de atuação no Brasil, conforme Pfromm Netto (1995) comenta: “o surgimento da ABRAPEE constituiu o coroamento dos esforços de todos quantos vinham se empenhando para dar uma posição de relevo à Psicologia Escolar em nosso meio para consolidar seu status de área de atuação, de investigação científica e de preparo profissional”.

Numa perspectiva histórica da Psicologia Escolar no campo internacional, Batsche e Knoff (1995, p. 569-570) enfatizam a tendência inicial da realização de diagnósticos classificatórios para encaminhamento de crianças a classes especiais, a partir de uma lei americana de 1975 (Public Law 94-142, apud Hightower, Johnson e Haffey, 1995) destinada a garantir a Educação para crianças com deficiências. A atuação do psicólogo escolar era, marcadamente, remediativa e focalizada no indivíduo, uma vez que a tendência psicometrista predominava, enquanto a prática da Psicologia se apoiava na aplicação de testes. Nessa tentativa de participar do corpo administrativo escolar, o psicólogo precisava limitar-se ao cliente-aluno, evitando interferir nas decisões docentes, como se o seu campo de estudo pudesse estar alheio à influência do ambiente. Entretanto, os problemas escolares como evasão, repetência, diferenças sociais, associados aos avanços da ciência, levaram o psicólogo a buscar um outro nível de contribuição eficaz. O modelo clínico passou a ser criticado na escola porque não questionava o sistema escolar (Andaló, 1984, p.43-46). Surgiu a preocupação em valorizar o processo de aprendizagem, priorizando-se uma atuação mais abrangente e indireta, voltada para programas de treino para alunos com dificuldades, preparação e treinamento de professores, o que Almeida e Guzzo (1992, p.126) apontam como um salto marcante que resultou em “uma prática mais incisiva, presente e eficiente da Psicologia no contexto educativo”. O psicólogo tornou-se requisitado como um solucionador de problemas, numa intervenção remediativa, porém com foco de atuação institucional.

A mudança para um enfoque preventivo decorre, segundo Almeida e Guzzo (1992), de movimentos da Educação e da Psicologia, rompendo com uma visão reducionista para lançar-se em objetivos amplos, onde a saúde mental passou a ter relevância, abarcando a responsabilidade pelo desen-volvimento integral dos educandos. A prevenção primária, embora mais difícil, procura mudar a incidência de novos casos, intervindo proativamente, isto é, antes que os distúrbios ocorram (Knoff, 1995). São diversas as vantagens:

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