Psicoterapias: Abordagem Psicodinâmica

Integrantes do Grupo:

Adriana Praxedes Soares RGM 23220210

Cristina Aparecida dos Santos Pasquini RGM 22905430

Helder Parra Ribeiro RGM 25185942

Josiane Miranda de Oliveira RGM 23320940

Patrícia da Cruz Anselmo RGM 24412899

Viviane de Souza Álvares RGM 24843903

Wagner Miotto Hernandes RGM 24763683

Por favor, após discussão em grupo, reflitam e descrevam como responderiam a cada uma das perguntas a seguir:

• Como iniciar um grupo?

É preciso um propósito, um objetivo, isto é, um grupo terapêutico existirá se houver o propósito de, pela prática do cuidado, denodar o que irrompe em nós psíquicos.  Não contém qualquer intenção de indução de comportamentos e ditames do que é certo ou errado, é um processo apoiado pelos princípios da escola soviética em que a aprendizagem e o desenvolvimento da pessoa se dá no grupo, pela observação, pela colaboração mútua, de modo que a aquisição do conhecimento se dá, portanto, pela interação do sujeito com o mundo. Logo, a terapia grupal propõe ser o meio em que as subjetividades encontram apoio para desatar seus nós e ressignificar conteúdos causadores de sofrimento, ao provocar a transformação das subjetividades pelo caminho do fortalecimento psíquico e pelo reconhecimento de suas potencialidades individuais para o enfrentamento das vicissitudes da vida.

• Como definir o perfil dos participantes do grupo?

Geralmente, o grupo terapêutico é constituído por um pequeno número de pessoas, são grupos pequenos reunidos com intencionalidade de desatar um nó específico, cujo conteúdo tenha algo em comum entre os pares. É um microgrupo formado para desatar um nó em comum em que o contato entre os participantes se dá face a face. Possui como características sua temporalidade e efemeridade (breve), está circunscrito em um tempo e a um espaço.

• Quais instrumentos utilizar?

BVS-PSI é uma ferramenta da área da psicologia que reúne diversas fontes de informações e promove o apoio e acesso livre e aberto a elas.

Instrumentos são os recursos, os meios, os expedientes, mecanismos, modos, procedimentos, técnicas, formas, jeitos, maneiras, vias.

A técnica utilizada e parte do trabalho grupal tem como base o materialismo- histórico fundamentada em um procedimento dialético que favorece a prática dialógica, uma formação horizontalizada e sem relação de poder, em que as lideranças surgem de modo espontâneo e no decorrer do processo. Ainda, é uma ferramenta de trabalho que problematiza uma vez que possui como principal abordagem os sofrimentos psíquicos já anteriormente contornados. O grupo não prescinde a escuta e a prática dialógica que se sobrepõem a qualquer prescrição de comportamento, busca o ressignificar das experiências que se contrapõe a qualquer possibilidade de culpabilização das pessoas que o compõe. Nesse sentido, sem que haja separação entre teoria e prática, favorece a prática reflexiva do sujeito para que ocorre a transformação do sujeito que acaba por questionar as circunstâncias que acabam por lhe impor limites e necessidades. Por fim, é a prática grupal questionadora, problematizadora justamente para que as questões reverberem em seus participantes produzindo um pensar analítico e crítico que gera uma subjetividade ativa e portanto, livre e transformadora.

• Como definir os objetivos do grupo?

O grupo terapêutico é formado para desatar nós psíquicos que causam sofrimento entre seus pares e tem como objetivo desatar esse emaranhado através da transformação do mundo pela transformação do sujeito pela conscientização e ressignificar de sua história que acontece no encontro entre o pensar, o sentir e o agir. Além disso, é objetivo do grupo terapêutico fortalecer as potencialidades, individual e coletiva, pela criação de bons encontros que lançam os sujeitos para o movimento da vida.

• Como escolher uma temática para a prática que seja coerente com o objetivo geral do grupo?

Considerando que a intencionalidade do grupo terapêutico é o cuidado, a ampliação de potência e transformação do sujeito, a escolha da temática pressupõe ainda, definições práticas a serem analisadas como: se será um grupo fechado ou aberto, se haverá número fixo de encontros e de participantes e onde ocorrerão os encontros que pode potencializar o desenvolvimento do tema, o quanto a instituição vinculada favorece um ou outro tipo de prática.  

Logo, espaços dedicados às mulheres favorecerão encontros que abordam esse universo, como maternidade ou a valorização do trabalho feminino. Espaços do judiciário podem promover encontros em que o machismo e a violência contra as mulheres sejam o seu mote, logo o grupo será destinado ao encontro de homens abusadores.

• O que fazer quando as pessoas falam e fogem do tema proposto, ou ainda, se não falam nada durante a prática?

No início, as funções do ambiente coletivo se desenrolam pela estruturação das relações entre os participantes e pela discussão da temática em que cada um, a seu tempo e pela sua vontade, expressam seus pontos de vista. Nesse sentido, Vygotsky já dizia que as discussões e a apresentação de pontos de vistas diferentes, são incorporadas e reverberam em cada sujeito provocando a reflexão, uma das metas do processo grupal (VYGOTSKI, 2012a, p. 152).

A prática grupal pressupõe, necessariamente, a fala e a escuta. Para tanto, é preciso aprender a escutar e para Foucault (2006) para que isso aconteça, em primeira instância, é preciso o silêncio e depois uma atitude ativa, muitas vezes, que se dá pela fala.

Embora a formação do grupo se dê de maneira horizontal, sem relação de poder, há um coordenador ou facilitador, geralmente, que é quem planeja o grupo que tem a função de mediar esses encontros, sobretudo quando houver alguma postura sensível, logo proporá perguntas que ampliem as reflexões através da mobilização de estruturas narrativas cristalizadas, favorecendo outras formas de pensar.