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RESENHA CRÍTICA SOBRE INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA DE DEMANDAS ESCOLARES NOS CONTEXTOS CLÍNICO E INSTITUCIONAL COMUNITÁRIO

Por:   •  22/3/2018  •  Resenha  •  1.536 Palavras (7 Páginas)  •  428 Visualizações

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UNIVERSIDADE PARANAENSE -  UNIPAR

CURSO DE PSICOLOGIA

RESENHA CRÍTICA SOBRE INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA DE DEMANDAS ESCOLARES NOS CONTEXTOS CLÍNICO E INSTITUCIONAL COMUNITÁRIO

UMUARAMA-PR
2018

ANA MARIA AMADO RA: 01047990

RESENHA CRÍTICA SOBRE INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA DE DEMANDAS ESCOLARES NOS CONTEXTOS CLÍNICO E INSTITUCIONAL COMUNITÁRIO

Trabalho apresentado à disciplina de Psicologia e Relações Educacionais do curso de Psicologia da Universidade Paranaense - UNIPAR, como requisito para a obtenção da nota parcial referente ao 1º bimestre.  Sob a orientação da profª Me Maria Adelaide Pessini.

Umuarama
2018

A psicologia escolar é uma área que se desenvolveu juntamente com a Psicologia geral. Os conhecimentos produzidos dentro do campo de atuação da aprendizagem da percepção e memória, possibilitaram reflexões referentes aos processos de ensino/aprendizagem, os quais possibilitaram o surgimento do campo de atuação escolar no final do séc. XIX. Neste séc., as ideias psicológicas ligadas a educação eram pensadas e construídas de maneiras mais institucionalizadas (GUZZO, 2010).

Embora não seja possível delimitar especificadamente um local e data de surgimento, uma vez que, as questões históricas e culturais sobre o desenvolvimento da psicologia de diversos países, trabalharam de formas distintas a aplicação de seus conhecimentos e práticas com intuito de promover o bem-estar humano no universo escolar, é possível listar alguns momentos marcantes no que tange o desenvolvimento da psicologia escolar/educacional (GUZZO, 2010).

        Um dos primeiros movimentos da psicologia escolar se deu nos Estados Unidos, através do psicólogo Stanley Hall e do surgimento de clínicas e revistas ligadas a divulgação da área da psicometria e da psicologia experimental. Na Europa, o desenvolvimento da psicologia escolar sofria forte influência das práticas e atuações desenvolvidas na França, as quais eram caracterizadas principalmente pela intervenção psicológica junto aos alunos com necessidades escolares especiais e pelos trabalhos desenvolvidos por Alfred Binet, que focalizava, o desenvolvimento de instrumentos psicométricos capazes de avaliar a inteligência humana (GOMES, 2004).

No Brasil, bem como em outros países, no início da criação da Psicologia Escolar, a atuação da referia área baseava-se nos modelos de atuação norte-americanos e franceses. Desta forma, trabalho era voltado para crianças, sobretudo as que apresentavam dificuldades de aprendizagem, onde todo o foco era no ajustamento e na adaptação desses alunos, em que o psicólogo realizava uma série de diagnósticos. Nesse período a visão da psicologia não estava voltada para conceitos educacionais amplos, como de atuação multidisciplinar, mas sim para uma clínica do diagnóstico, o que enquadrava os alunos, por não considerar as dinâmicas dos espaços, o que direcionava a problemática exclusivamente a criança (PATIAS; GABRIEL, 2012).

Desta forma, evidenciava-se o caráter clinico e terapêutico das intervenções realizadas no período, onde muitos psicólogos usavam como base o livro “noções de pedagogia experimental”, o qual apresentava diagnósticos sobre capacidades cognitivas e mentais, bem como definições claras e enquadrantes sobre retardários escolares, deficientes visuais e auditivos, seguindo os pressupostos de precursores como Binet, Simon e Pestalozzi, autores importantes para a compreensão da configuração do campo psicologia escolar como espaço clínico de atuação diagnóstica (PATIAS; GABRIEL, 2012).

Seguindo esse modelo de atuação e construção da psicologia nos espações educacionais, os psicólogos voltavam-se para medição e classificação de indivíduos em instituições educacionais e médicas, utilizando instrumentos psicométricos em larga escala, como a Escala Binet-Simon, diagnosticando a capacidade cognitiva, com o objetivo de reagrupar esses sujeitos a partir dessa leitura. Esse movimento foi tão expressivo que podemos afirmar, inclusive, que a Educação Especial para os alunos portadores de necessidades especiais funcionou como um incentivo para o desenvolvimento dessa especialidade da Psicologia (CRUCES, 2006).

Segundo a psicóloga Patto (1997), esse movimento influenciou o desenvolvimento da psicologia escolar no Brasil em três principais períodos, sendo o primeiro de período 1906 a 1930, onde psicólogo na escola delimitava sua atuação ao psicodiagnóstico. Neste período prevaleceram estudos em laboratório sobre problemas de aprendizagem através de experimentação, sem intervir na realidade contextual. Não havia contato com as crianças e nem com quem elas se relacionavam. O segundo período, de 1930 a 1960, onde o uso do modelo americano de prática tecnicista, enquadravam as crianças em resultados de testes psicológicos, sendo o diagnóstico expedido sob a luz do mesmo, e por fim o terceiro período datado de 1960, onde o psicólogo se preocupava em solucionar problemas de comportamento e aprendizado.

A partir desse período o psicólogo tem uma postura adaptacionista, objetivando-se na busca pela adaptação da criança no ambiente escolar. Era esperado da psicologia nessa época que solucionasse todos os problemas da escola. Uma visão fortalecida pelos próprios profissionais que reforçaram essa ideia, tanto no aprendizado quanto no comportamento na década de 60. Na década de 70, a lei 5.692, estabeleceu o ensino de primeiro grau que fortaleceu a demanda de psicólogo na escola, porém mesmo nessa época, o psicólogo ainda mantinha-se enraizado a práticas de realização da avaliação psicológica e ações normatizadoras, pois nessa época o psicólogo pensava que para diagnosticar, bastava apenas avaliar o nível mental (hoje chamado capacidade intelectual). Utilizava-se apenas testes psicológicos e com os resultados provenientes dos mesmos, qualificava os indivíduos em normal e anormal, onde os anormais iam para uma “sala especial” (hoje chamado classe especial) (BARBOSA; MARINHO-ARAÚJO, 2010).

Até a dec. de 80 os psicólogos eram formados nas instituições para desenvolver práticas remediativas nos ambientes escolares, pois aplicavam-se técnicas aprendidas na graduação. Somente a partir da dec. de 80 e 90 é que essa prática mudou, sendo a atuação do psicólogo escolar voltada para práticas que abordassem tanto o contexto escolar, quanto as relações que aconteciam neste meio. Esse momento pode ser considerado um grande marco para o delineamento das práxis da psicologia escolar, uma vez que ela se opõe a décadas de desenvolvimentos normativos e diagnósticos classificatórios dos indivíduos, partido dos aspectos orgânicos, psicológicos e familiares dos alunos e das características de culpabilização individuais dos professores (BARBOSA; MARINHO-ARAÚJO, 2010).

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