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RESUMO DO LIVRO: O QUE É ÉTICA - DE VALLS

Por:   •  8/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.813 Palavras (12 Páginas)  •  1.733 Visualizações

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

NAYARA EMANUELE DA SILVA FREITAS

RESUMO DO LIVRO “O QUE É ÉTICA”

Porto Velho – RO

2017

Nayara Emanuele da Silva Freitas

RESUMO DO LIVRO “O QUE É ÉTICA”

Resumo apresentado ao curso de Psicologia da Fundação Universidade Federal de Rondônia, como requisito à obtenção parcial de nota na disciplina de Ética, sob orientação do Prof. Dr. Luiz Carlos C. de Albuquerque.

Porto Velho – RO

2017

RESUMO DO LIVRO “O QUE É ÉTICA”, DE VALLS

O livro a ser resumido a seguir é de autoria de Álvaro Valls, publicado no ano de 2000. Valls nasceu em 1947, em Porto Alegre. É doutor em Filosofia pela Universidade de Heidelberg, na Alemanha. É professor-adjunto aposentado do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e atualmente trabalha como professor titular da Universidade do Vale do Rio dos Sinos.

O primeiro capítulo do livro trata sobre os problemas da ética. Primeiramente, o autor afirma que a ética é algo que praticamente todos sabem o que é, mas é difícil de explicar. Trazendo alguns significados, o autor diz que tradicionalmente a ética pode ser entendida como um estudo, reflexão (científica ou filosófica) sobre as ações humanas e os costumes. Desta forma, quando se faz uma reflexão científica das normas, dos comportamentos ela se torna uma ciência normativa, quando trata dos costumes uma ciência descritiva e, seria ainda, uma ciência especulativa quando fala de um dos problemas principais da ética: a liberdade.

Os principais problemas teóricos da ética apontados pelo autor são separados didaticamente em dois grupos. No primeiro grupo estão os problemas gerais e fundamentais (liberdade, leis, consciência, valor, etc.) e no segundo os problemas específicos, de aplicação concreta (ética profissional, ética sexual, matrimonial, bioética). Apesar de separar em tais grupos, o autor deixa evidente que na vida diária é impossível fazer-se estas separações.

A partir do capítulo, percebe-se que o dever da ética é levar à reflexão no dia a dia, que vem dos mais variados âmbitos. Valls cita que a arte também traz problemas à ética, pois traz questionamentos como até que ponto uma música pode ser usada como condicionante dos seres humanos, se uma obra de Dostoievski pode influenciar ou induzir a abolição da ética, se os saberes evangélicos de amor ao inimigo professados são realmente válidos para todos. De todas as formas, existem dilemas éticos e somente a reflexão, levando-se em conta os costumes e a época em que se vive, pode nos levar a algum lugar, como dizer se um homem está ou não certo ou agindo eticamente. Neste viés, o autor destaca que os costumes mudam, de uma sociedade para outra e de época para época. Por esse motivo a ética precisa refletir sobre todas estas variáveis e levá-las em consideração na construção de uma teoria ética. Como exemplos, temos as sociedades antigas como a grega e a romana. Os casos de pederastia, condenáveis atualmente e tão banalizados em tais locais, bem como o abandono de recém-nascidos. Até mesmo o incesto, que aparenta ser uma lei universal, que faria parte de uma ética compartilhada com todos, pode ser questionada, pois em diferentes sociedades e épocas o que se define por incesto e sua criminalização variou e ainda varia.

Neste sentido, o autor nos fala que as teorizações éticas sempre passaram por este problema de buscar entender a variação dos costumes. Grandes filósofos tentaram universalizar a ética de alguma forma. A ética, conforme apontado, deveria pressupor uma universalidade, ao mesmo tempo que abarcasse os diferentes costumes.

Valls cita Sócrates e Kant como dois nomes principais destas tentativas. Sócrates é tido como o primeiro grande pensador da subjetividade. Ele utilizava a maiêutica, fazendo questionamentos para que a própria pessoa chegasse a alguma conclusão. É chamado também de fundador da moral, pois sua ética não se baseava só nos costumes e nas leis exteriores, mas na interioridade, na sua consulta aos “demônios interiores” de cada um. Cada pessoa, desta forma, deveria refletir sobre a justiça das leis. Em Kant, segundo o autor, as ideias de Sócrates culminariam. Kant buscava uma ética universal que se apoiasse somente no princípio de igualdade entre os homens. Ele fala em dever (obrigação moral), que deveria ser a única coisa a reger os comportamentos do homem, pois esse é o único motivo válido para a ação moral. A racionalidade exposta por Kant demonstra que o homem deveria, então, refletir sobre cada ação e decidir conforme o que é dever qual a ação correta a ser tomada. A legalidade é vista como totalmente diferente da moralidade, pois o homem, para ser livre, precisa se perguntar qual é o seu dever, diante de cada ordem, lei ou costume e agir conforme seu dever. Apesar das críticas existentes a Kant e seu pensamento, o autor afirma que hoje em dia é impossível se falar em ética sem abordar suas ideias.

No capítulo seguinte o autor aborda a ética grega antiga. Nele, o autor trata primordialmente dos pensamentos de Platão e Aristóteles. Importante ressaltar que, como o capítulo aponta, a ética grega tecia reflexões acerca do bem moral e de um princípio absoluto de conduta. Começando por Platão, suas ideias de ética pressupõem o Sumo Bem. Para ele, todos os homens buscam a felicidade, sendo esta alcançada após a morte, já que Platão acreditava na imortalidade da alma. Portanto, não seriam os prazeres mundanos que trariam a felicidade, mas a contemplação das ideias, principalmente da ideia do Bem. Além disso, o homem sábio tentaria se aproximar de Deus nessa contemplação de ideias, tendo uma vida virtuosa, baseada na harmonia das virtudes e na dialética. Através da dialética se chegaria a contemplação das ideias e a virtude, a coisa mais preciosa para o homem, estaria em se adequar aos ideais supremos. Para Platão as principais virtudes eram a justiça, a prudência ou sabedoria, fortaleza ou valor e a temperança.

O autor afirma que Platão era muito mais teórico e Aristóteles, seu discípulo, muito mais empírico, por mais que também fosse bastante teórico. Aristóteles tem seu pensamento caracterizado por acreditar na ideia de bens, não um Bem como Platão. Para ele, o homem é um ser complexo, e, portanto, existiria um diferente bem para cada um. Assim, para cada ser existe um bem em conformidade com sua natureza. Desta forma, no capítulo se destaca que o pensamento de Aristóteles é finalista, pois é marcada pelos fins que o homem deve atingir para alcançar a felicidade. O homem precisaria, então, de vários bens para se sentir feliz, sem uma certa variedade de bens ele não pode alcançá-la. O principal bem seria a razão, pois o homem necessita viver racionalmente, de acordo com a razão, sendo que o bem próprio do homem é a vida teórica, de estudos, de contemplação das ideias. Sendo assim, para Aristóteles o pensamento é o bem mais precioso de todos para o homem, e a atividade humana mais feliz é a contemplação. Aristóteles, mais do Platão, valoriza a vontade humana, conforme o livro aponta. Isto significa que o homem tem capacidade de escolher, tem liberdade para escolher viver uma vida virtuosa, adquirindo bons hábitos, ou não, já que o filósofo considera as virtudes como adquiridas, não inatas. Assim, é o homem quem deve escolher transformar suas capacidades naturais em bons hábitos, sendo estes os hábitos intelectuais.

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