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Regionalismo, Classe Socioeconômica Como Aspectos Influenciadores Na Escolha Do Futuro De Adolescentes

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Por:   •  18/11/2013  •  5.362 Palavras (22 Páginas)  •  369 Visualizações

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Faculdade de Educação - FEUSP

Arlis dos Santos Amorim

Camilla de Sylos Moreno

Felipe Carvalho Montagnoli

Roberto Scarciello Santos

Regionalismo, classe socioeconômica como aspectos influenciadores na escolha do futuro de adolescentes

Junho/2013

Introdução:

O estado de São Paulo possui uma população em idade escolar de aproximadamente 8.730.160 habitantes, de acordo com o IBGE 2010.

Sabe-se que muitos desses alunos são imigrantes, que passaram a maior parte da infância no Brasil, porém fora do Estado de São Paulo. Esse trabalho apresenta a análise de resultados desenvolvida a partir de entrevistas realizadas com dois alunos que se enquadram nesse contexto. O critério essencial para a escolha dos alunos a serem entrevistados, foi o fato desses adolescentes terem estudado e vivido parte da infância fora do estado de São Paulo, uma vez que, colocamos como prioridade analisar as opiniões entre sujeitos oriundos de outras regiões, que possuam como diferencial, a princípio, apenas o fato de estudar em escola privada ou pública.

A entrevista abordou a realidade de suas vivências escolares, considerando a região de origem, o cenário sociocultural e econômico, e como esses fatores contribuíram para determinar a sua postura e percepção diante do futuro. Através da análise estatística, abordada na disciplina de MAE1512 do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP) no segundo semestre de 2011, será concluído a influência da escolarização e do nível socioeconômico dos pais na escolha profissional dos filhos, no caso os alunos entrevistados.

Entrevista

As conversas com os entrevistados foram extremamente proveitosas e interessantes. São pessoas com realidades bem distintas porém com um ponto em comum, ambas nasceram fora do Estado de São Paulo.

Narrativa - Entrevistado 1

O primeiro entrevistado foi do sexo masculino, nascido em julho de 1999, cursando o 9º ano do ensino fundamental em uma escola particular da região de Osasco/ SP. Ele aparentou timidez no início, mas aos poucos se sentiu mais a vontade, porém com muitas respostas monosilábicas e um linguajar informal. É confuso em seus argumentos e muitas vezes contraditório.

Mesmo ainda novo tem planos para o seu próprio futuro, sabe que a escola é uma peça fundamental para alcançar seus objetivos e mesmo assim não valoriza as oportunidades que tem. Encontra dificuldades nas escolas e com o apoio da família consegue recomeçar em uma nova instituição de ensino. Para ele o mais impotante de uma instituição de ensino são os amigos que pode fazer e não nega com orgulho o êxito.

Nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, assim como seus pais e seus avós. Seu pai é engenheiro e sua mãe psicóloga e diretora de recursos humanos. Não sabe muito sobre os avós, apenas de sua avô viva, que ainda reside em Minas Gerais, e costumava ser costureira.

Em 2005, foram transferidos e aparentemente promovidos para São Paulo. Então, o menino deixou para trás uma parte feliz da sua infância, seus avós e alguns amigos, conta desta época com saudosismo de uma vida simples e tranquila e das dificuldades que enfrentou na nova cidade.

Sua família sempre teve condições financeiras suficientes para que ele e sua irmã, com 9 anos de idade, estudassem em escolas particulares. Quando começou a ser necessário passou a ter professores particulares para auxiliá-lo com as atividades, atualmente ele tem fixo um professor de matemática que vai em sua casa quatro vez por semana e acompanha seu desempenho escolar em matemática, que aparentemente tem dificuldades. Com apenas 13 anos já estudou em 4 escolas particulares, uma em Minas Gerais e as outras três em São Paulo.

Os planos para seu futuro estão intimamente ligadas às amizades. Diz que seus planos não tiveram nenhuma influência da escola, mas ainda assim em uma ideia da importância desta instituição. Não se considera um bom aluno, assume não conversar na hora da aula, colar em provas e de não gostar de estudar em casa. Gosta de usar seu tempo para andar de skate, jogar video game e ficar com os amigos do condomínio.

Lembranças da vida escolar

Sua primeira escola foi em Belo Horizonte, Minas Gerais. Era uma escola pequena e aconchegante, as crianças se divertiam. Porém, ao se mudar para São Paulo, foi para o Colégio Santa Clara onde sentiu um pouco da mudança. De acordo com ele as escolas eram muito diferentes em relação a disciplina exigida e também sentiu alguma dificuldade com o modo em que as pessoas do lugar novo falavam.

Em BH, eu gostava bastante de lá porque o recreio era bem legal, todo mundo ia de superman ou de batman. Era pequenininha, mas tinha um parquinho bem legal, tinha uma quadra média que dava para brincar. Os professores eram legais porque a gente era meio burro, criança pequena não sabia ler, nem escrever. E a cantina servia sorvete.

[...] Da disciplina, lá éramos mais livres e aqui a gente tinha muita regra para seguir. O sotaque dos professores também era diferente. E aqui eles falavam recreio e lá era intervalo isso me deixou meio confuso no começo. Mas fora isso, a adaptação foi fácil.

O entrevistado comenta da sua primeira escola em São Paulo e como não gostou dela por causa da nova disciplina que tinha que seguir e não estava acostumado e dos novos professores. Também cita como a sua “falta de inteligência” faz com que a escola fique difícil. Podemos nos embasar no texto de Moysés (Inteligência abstraída, crianças silenciadas: as avaliações de inteligência) que mostra essa rotulação que o aluno se dá e não só em relação a escola mas também em relação aos amigos, pois chega a dizer que por eles estudarem em uma escola “mais difícil” eles são mais espertos. Provavelmente o método avaliado, ou falta de incentivo fez com que ele se tornasse uma criança insegura, e esta criança criou um bloqueio intectual. É necessários nesses momentos ter em mente questões como: “É possível avaliar o

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