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Relação Objetais Lacan

Por:   •  12/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.030 Palavras (5 Páginas)  •  98 Visualizações

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CASTRAÇÃO

Referência

LIVRO: Nasio, J.D. “Lições sobre os sete conceitos cruciais da psicanálise”.

A castração delimita os espaços entre mãe e filho. É o que estabelece limites nas relações.

A castração “designa uma experiência psíquica completa, inconscientemente vivida pela

criança por volta dos cinco anos de idade, e decisiva para a assunção de sua futura identidade

sexual” (p.13).

O objetivo da análise sustenta-se na tentativa de se “admitir com dor que os limites do corpo

são mais estreitos do que os limites do desejo”. Porém, se o corpo fundamenta-se na

linguagem, podemos dizer que os limites da linguagem são mais estreitos do que os limites

do desejo. Nesse sentido, a linguagem limita os desejos na medida em que exige que eles

caibam nela.

O complexo de castração em crianças com pênis divide-se em três tempos:

1- Todos têm pênis: a anatomia autopercebida é universalizada. Enquanto não se tem

contato com corpos diferentes ao seu, a criança considera que todas as pessoas

partilham de mesma morfologia. Ao se deparar com pessoas que não têm pênis, a

criança que o tem teme ficar despossuída dele!

“(...) a precondição da experiência psíquica da castração é essa ficção da posse universal do

pênis”, pois, se todos têm pênis, não há possibilidade de perda (castração).

2- O pênis é ameaçado: a criança recebe as ameaças verbais de nossa cultura (por ex.,

masturbação faz o pênis cair), principalmente as proferidas pelo pai, que “colocam a

criança em guarda contra a perda de seu membro”. As ameaças serão internalizadas e

constituirão o supereu. Porém só influenciarão a criança depois do tempo seguinte:

3- Existem seres sem pênis e, portanto, a ameaça é bastante real: aqui ocorre a

descoberta visual da vagina = falta do pênis. As ameaças verbais que inferem à perda

(caracterizada pelos impedimentos de se obter prazer) do pênis (como consequência,

por exemplo, da masturbação indevida) tornam-se REAIS devido à existência de

pessoas notoriamente despossuídas de pênis. Como defesa a essa possibilidade, a

criança “teima em lhe atribuir [às outras crianças sem pênis] um órgão peniano,

suprindo-o com um comentário: “A menina tem um pênis que ainda é pequenino, mas

ele vai crescer”” (p.16).

4- A mãe também é castrada; emergência da angústia: a criança com pênis acredita que

crianças sem pênis haverão de ter um quando mais velhas (por ex., a mãe), pois ele

ainda irá crescer. Porém, em decorrência de mais experiências visuais (como tornar-se

ciente de como ocorre o parto), percebe que isso não irá acontecer e angustia-se

definitivamente pela possibilidade de perder o pênis – como sua mãe. Por isso, os

corpos sem pênis despertam, na criança com pênis, "a lembrança de ameaças verbais

– reais ou imaginárias – anteriormente proferidas pelos pais e visando a interditar o

prazer que ele extraía da excitabilidade de seu pênis” (p.16). Nota-se que todo esse

processo é inconsciente.

A visão da ausência do pênis e as ameaças verbais constituem os dois princípios básicos da

castração das crianças com pênis.

5- Término do complexo de castração e término do complexo de Édipo: a criança

renuncia à mãe como parceira sexual em prol de continuar com seu pênis, afirmando

uma suposta identidade masculina.

Podemos dizer que a ameaça de castração é a ameaça a uma integridade do corpo, ao invés de

limitar-se ao pênis, e que a renúncia à mãe como parceira sexual equivale à adoção da

linguagem como único meio de se desenvolver dentro da sociedade que a utiliza. Em outras

palavras, a criança deve moldar seus desejos à cultura.

O complexo de castração em crianças sem pênis divide-se em quatro tempos. Antes,

porém, há a separação do bebê da mãe pelo desmame, gerando ódio dele para com ela.

1- Todos têm um clitóris (no caso, lido como um pênis): novamente, há a

universalidade da anatomia da criança.

2- O clitóris é pequeno demais para um pênis: “socorro, fui castrada!”: aqui ocorre a

descoberta visual do pênis e, com ela, a constatação de que “não tenho um pênis e

quero tê-lo”, fundamentando a inveja do pênis. “(...) o menino vive a angústia da ameaça, enquanto a menina vivencia a inveja de possuir

aquilo

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