Resenha - Crash - No limite

Resenha – Crash: No limite

Produzido por Paul Haggis, o filme crash tem como cenário a cidade de Los Angeles, EUA, em um contexto pós-atentado onze de setembro, apresentando um momento de grande insegurança, desconfiança e sensibilidade de sua população. O enredo do filme se desenvolve nos apresentando a diversos personagens pertencentes a diferentes grupos étnicos e sociais, vivenciando situações paralelas que vão se entrelaçando ao longo dos seus 107 minutos.

O filme aborda de maneira objetiva seu tema central, o preconceito. Sem rodeios vai direto ao ponto com cenas que chocam, como por exemplo, o policial branco que mata um jovem negro depois de lhe oferecer uma carona, motivado pelo julgamento precipitado de uma situação, onde ele acreditou que o rapaz negro ao colocar a mão no bolso para pegar a miniatura de uma santa, sacaria uma arma para mata-lo. Ou então a cena em que a esposa branca e rica de um promotor manifesta sua insatisfação e temor por sua segurança, por ter a fechadura de sua casa trocada por um mexicano, entre várias outras cenas que nos levam a refletir sobre nossas atitudes.

É explícito como nossas atitudes são moldadas pela imagem que construímos de determinado objeto ou indivíduo, a partir de nossas crenças, que nos levam a formar um sentimento pró ou contra e assim a nos comportarmos de acordo com esses conceitos pré-estabelecidos, gerando raiva, intolerância e violência contra o outro.

O tema abordado pelo filme está presente em nosso cotidiano, dentro de cada um de nós, e muitas vezes não conseguimos identificar em nossos comportamentos, pensamentos e sentimentos, atitudes negativas em relação ao outro, o que não nos possibilita a reflexão sobre elas e como consequência não é possível uma mudança.