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Resenha Crítica Documentário Babies

Por:   •  8/6/2022  •  Trabalho acadêmico  •  700 Palavras (3 Páginas)  •  160 Visualizações

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Babies é um documentário de 2010 dirigido por Thomas Balmés, diretor de fotografia francês, que mostra o primeiro ano de vida de quatro crianças em diferentes regiões do mundo, com o objetivo de comtemplar os estágios mais importantes do desenvolvimento sob uma narrativa cultural. Nele são apresentados duas meninas, ambas de área urbana: Mari, japonesa, e Hattie, norte-americana; e dois meninos, ambos de área rural: Ponijão, namibiano, e Bayar, mongólico. De maneira lúdica, Thomas os posiciona como protagonistas, os bebês são centralizados nas filmagens de cenas cotidianas enquanto se percebem e interagem com o mundo ao redor de acordo com as especificidades dos hábitos e costumes do meio de cada um.

As imagens dos bebês no filme foram intercaladas de forma que se verifique uma ligação no processo de desenvolvimento entre eles, concomitante a evidentes contrastes culturais. Logo há semelhanças nas suas relações com a figura materna e na maneira deles em descobrirem o meio exterior.

A universalidade na relação mãe-bebê é vista desde a gestação: o ato de acariciar a barriga executado pelas mulheres na Mongólia, Japão e Namíbia, até as aulas preparativas para o parto feitas pela mongólica, demonstram a construção, antes mesmo do nascimento, de uma atmosfera de segurança, vínculo e cuidado, amparada de forma natural nas regiões rurais e por aparelhos eletrônicos nas urbanas.

Após a criança nascer, são apresentadas cenas das mulheres deitadas enlaçadas pele a pele com os filhos, os acariciando, sendo possível observar um desprendimento de tempo das mães para os bebês, uma espécie de submersão afetiva que Winncot (1981) denomina de “preocupação materna primária”, onde o corpo da mãe tira a energia de outras tarefas e direciona para o bebê. A exploração do toque físico é comtemplada: o ato de segurar, abraçar o neném de forma que ele sinta o calor e a respiração, proporciona uma percepção de acolhimento, sustento físico, identificação de presença, o possibilita compreender o limite entre ele e o externo.

Tendo em vista que “o ego corporal refere-se ao esboço mais primitivo que o ego pode ser” (Winnicot, 1981, p. 61), o vínculo mãe-bebê, é acompanhado, juntamente do toque físico, da satisfação das necessidades fisiológicas. São registrados nas quatro regiões os momentos de amamentação e higiene, da mãe estadunidense que toma banho com o filho na banheira, até a mãe mongólica jogando o leite dos seios no rosto da criança ou a namibiana limpando o bebê com lambidas e os dejetos dele em seu joelho.

Ao longo do crescimento, o filme mostra o estabelecimento de uma maior interação dos bebês não apenas com a mãe, mas também com o pai, irmãos, avós, parentes e amigos da família. É possível visualizar a importância e o papel que as pessoas próximas possuem no desenvolvimento da criança: os atos de brincar, manipular, cantar, conversar, apresentar objetos, trazer o mundo externo e outras pessoas, estimular os sentidos com sons, imagens, brinquedos e danças são vistos como fatores comuns.

Observa-se que apesar das semelhanças no processo de desenvolvimento dos bebês, há diferenças culturais nos mecanismos de cuidado das famílias e na socialização das crianças. Esses contrastes são perceptíveis principalmente entre os costumes do rural e o urbano. Enquanto as meninas da cidade são

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