Resumo - A importância do Psicopedagogo no desenvolvimento do educando

Introdução

Tomando o processo de ensino como algo vivo, a psicopedagogia está profundamente comprometida com a apreciação do aluno como um indivíduo único, cuja personalidade é construída através da vivencia social e cultura, mas sobretudo, a partir das internalizações que faz acerca da pratica social, das demandas ambientais e de suas próprias necessidades. Compreender o processo educativo implica no reconhecimento da existência de funções psicológicas superiores, as quais caracterizam o funcionamento psicológico tipicamente humano e que para que a verdadeira aprendizagem ocorra, é necessário que todas as funções intelectuais sejam vivenciadas. Diante das considerações, o presente estudo objetiva apresentar a importância do psicopedagogo no desenvolvimento do educando.

Os pressupostos da Psicopedagogia

A psicopedagogia consiste numa nova área do conhecimento que, através da interdisciplinaridade, recorre a aspectos específicos da psicologia e da pedagogia. O diagnóstico psicopedagógico é um processo no qual, é analisada a situação do aluno com dificuldade dentro dos limites da escola e da sala de aula, a fim de proporcionar orientações e instrumentos de trabalho aos professores que sejam capazes de modificar o conflito estabelecido. Todo diagnostico psicopedagógico é uma investigação sobre o que não vai bem com o sujeito em relação a uma conduta esperada. Visto que a ideia básica de aprendizagem é a de um processo de construção que se dá na interação permanente do sujeito com o meio que o cerca.

A psicopedagogia tem um profundo compromisso com o caráter preventivo, podendo não somente sanar os problemas de aprendizagens como também melhorar o desempenho das crianças. O trabalho preventivo é feito em diversos níveis de prevenção, dependendo se o seu objetivo é diminuir a frequência dos problemas de aprendizagem ou tratar dos problemas já instalados.

Um olhar psicopedagógico no processo educativo se ocupa das relações sociais, dos mecanismos das interações entre aluno e professor, das ações do processo ensino-aprendizagem e das implicações sócias desse processo, que representa muito mais que uma relação formal e superficial em que o aluno ser “adestrado”.

O trabalho em sala de aula deve oferecer à criança oportunidades e situações que a levem a vivenciar ativamente essa importante fase do desenvolvimento da personalidade. Tanto na família como na escola é considerada um ambiente social como um todo. O ambiente social só se transforma em estimulo ao desenvolvimento psíquico da criança quando ela interioriza suas vivencias a partir da troca de emoções e afetos que deve se dar entre a mãe e a criança e, mais tarde, entre o professor e o aluno.

A atuação do psicopedagogo no meio escolar

A atuação do Psicopedagogo na instituição escolar parte da premissa de que as escolas têm deficiências em saber as causas das dificuldades de aprendizagens apresentadas pelas crianças, pois a falta a preparação dos professores frente a essas dificuldades leva-os a encarar tais questões apenas como não-aprendizagens. Com a intervenção psicopedagogia reconhece que as dificuldades de aprendizagens evidenciam-se quando há presença de problemas emocionais e comportamentais no desenvolvimento de uma criança.

O comportamento das crianças com dificuldades de aprendizagens podem ser marcado pelo isolamento, a inibição e a inquietação. As queixas referentes às dificuldades de aprendizagem estão ligadas a conflitos emocionais que são manifestados internamente, através de fugas e inibições.

Uma das formas pelas quais o Psicopedagogo atua diante das dificuldades de aprendizagem é através da avaliação psicopedagogia, que é um processo de apoio a decisões tomadas a respeito da situação escolar dos alunos.

De acordo com Ferreira (2002), existem seis fases bastante definidas no processo, são elas:

Aproveitamento da informação que a escola já possui sobre o aluno:

É o ponto de partida da avaliação psicopedagogia, baseado no primeiro contato com a família, na qual as informações que foram passadas a sua ficha pessoal são aplicadas através de entrevistas com os pais, comparando-as com as novas informações do professor ou família, em cada etapa da escolarização:

- Na educação infantil, são pontuados os hábitos, atitudes, normas e pautas educativas familiares, capacidades relativas à comunicação, expressão e compreensão da linguagem, desenvolvimento motor, memoria, atenção, entre outros.

- No ensino fundamental, considera-se a autonomia e organização pessoal e hábitos de higiene, capacidades de linguagem e habilidades motoras, tarefas escolares, atitude pessoal em relação a família, amigos, dependência ou independência nas relações, etc.

- No ensino médio, além das informações acima, são consideradas informações espontâneas sobre a família e a vida escolar, amigos, interesses, problemas, etc.; atitudes em casa, cumprimento das normas familiares; autonomia, reação de pais e familiares em caso de conflitos, responsabilidades pessoais relativas ao trabalho escolar; tempo dedicado a leitura de livros não escolares, etc.

Avaliação:

Uma Avaliação inicial pé feita após a solicitação de intervenção e se orienta pelas informações já obtidas sobre a situação inicial do aluno e os motivos da solicitação de avaliação pedagógica. E é registrado por escrito o que o aluno é capaz de fazer em relação às áreas instrumentais, para comparação da visão inicial do orientador com a obtida através da avaliação psicopedagógica. Após isso, é feita uma análise da evolução da situação inicial em três etapas:

1º Observação em sala de aula