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Resumo Livro "A solidão dos moribundos"

Por:   •  7/9/2019  •  Resenha  •  911 Palavras (4 Páginas)  •  442 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ESCOLA DE CIÊNCIAS DA VIDA

CURSO DE PSICOLOGIA

NADINE CALZOLARI ANTONIO

     RESUMO DO LIVRO “A SOLIDÃO DOS

MORIBUNDOS”

          CURITIBA

        2019

Norbert Elias em seu livro “A Solidão dos Moribundos” propõe diversas reflexões sobre a morte e o morrer. A principal questão da obra é a exclusão dos que estão partindo e a dificuldade da sociedade contemporânea de lidar com a morte.  

O autor aponta que para entender a relação que os humanos têm com a morte é necessário saber que a visão sobre este assunto varia de uma sociedade para a outra. Portanto o problema não é o fim da vida em si, já que é igual em todos os seres vivos, e sim a consciência da morte- que está presente apenas nos humanos. É essa consciência que se transforma no curso de desenvolvimento social.

        Os seres humanos lidam com a morte por meio de negação, reprimindo e evitando este sentimento. Sob esta visão, os moribundos são afastados do resto da sociedade, pois manter contato com essas pessoas é um lembrete que todos os humanos irão partir um dia, que não somos todos imortais. Este medo de morrer é um sentimento que fragiliza os humanos e afasta os velhos, os moribundos do resto da sociedade. Elias também afirma que esta separação é mais frequente nas sociedades mais avançadas porque atualmente existe uma identificação social maior do que em outros estágios históricos. Ou seja, hoje em dia somos muito mais sensíveis ao sofrimento alheio do que antigamente, onde a morte era literalmente um espetáculo com aplausos e torcida. Porém esta identificação também causa grande desconforto na presença dos envelhecidos e moribundos.

O sociólogo alemão destaca que em sociedades modernas a morte é vista como uma violência e por isso é colocada cada vez mais nos bastidores da vida social. Diferente da Idade Média, onde a morte era um tema mais aberto. Apesar de não mais pacífica, ela era muito mais presente. A literatura da época é prova disso; a morte e os mortos eram muito frequentes em poemas, contos e livros. A vida naquela época era mais curta, cheia de perigos e menos controlável; e seu fim mais familiar e menos oculto.

O cuidado dos mais velhos deixou de ser uma responsabilidade da família e passou a ser terceirizado. O que acaba excluindo-os mais ainda do convívio já que uma relação social pode ser dificultada e, muitas vezes proibida por interferirem no trabalho do cuidador. Portanto, a rede de atendimento institucional aos idosos se perpetua com o possível retardamento da morte biológica, causando este afastamento social e, consequentemente, uma morte antecipada.

Elias introduz uma visão freudiana neste assunto, afirma que a morte é um sentimento recalcado dentro de cada individuo. Ele se refere a todos os mecanismos psicológicos de defesa, que surgem a partir de experiências muito dolorosas na infância, que bloqueiam a memória. Mecanismos de defesa influenciam indiretamente as ações, sentimentos e comportamentos individuais, porém desaparecem da memória.

Uma maneira comum de lidar com a morte, é fingir imortalidade; ignorar o fim da vida ao invés de aceitar como o fato que é. Portanto, manter contato com os moribundos ameaça o sonho acalentado. A morte do outro é uma lembrança da nossa própria morte. “Por trás dessa necessidade opressiva de acreditar em nossa imortalidade, negando assim o conhecimento prévio da nossa própria, estão fortes sentimentos de culpa recalcados, talvez ligados a desejos de morte em relação ao pai, à mãe e aos irmãos, com o temor de desejos análogos da parte deles.” (p.17) Logo, a única fuga deste sentimento de angústia e culpa inconscientes, ligados ao desejo de morte de familiares, é crer em sua própria imortalidade.

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