Resumo: Recordar, Repetir, Elaborar

Universidade Católica do Salvador - UCSAL

Aluna: Giulia Nara
     Professora: Silvana Grossi
     Teoria Psicanalítica l

Resumo: Recordar, Repetir, Elaborar

As alterações significativas e as transformações sofridas pela psicanálise não podem ser desconsideradas já que os estudos de Freud se modificaram a partir de suas novas ideias e descobertas. A catarse de Breuer, considerada a primeira fase, tinha como finalidade identificar a formação do sintoma a partir dos processos mentais envolvidos que buscavam ajudar o paciente para que o mesmo pudesse recordar e eb-reagir.

Com a exclusão da hipnose, a associação livre passou a ser o método usado para o acesso ao conteúdo inconsciente e a partir da interpretação, era possível driblar a resistência do paciente. O foco de interesse não era apenas identificar o que formou os sintomas, mas considerar os acontecimentos antecedentes para o surgimento do mesmo. Sendo assim, a partir disso, temos a técnica sistemática usada até hoje onde o analista busca analisar todo o contexto e não só um momento específico levando as resistências desconhecidas a serem vencidas, fazendo com que o paciente finalmente relacione e vincule as situações que eram esquecidas até então.

Apesar das grandes mudanças, o objetivo central sempre foi o mesmo: vencer as resistências formadas pela repressão que preenchem as lacunas de memória. As considerações sobre o conceito de esquecimento, é na verdade um conteúdo interceptado onde no momento que o paciente fala sobre, conclui-se que na verdade que o mesmo sempre soube, porém nunca havia pensando sobre.  A amnésia infantil é uma fase importante na teoria, porém é completamente balanceadas pelas lembranças que são encobridoras onde tudo que foi essencial na nossa infância foi retido e a análise serve extrair essas lembranças representadas por anos esquecidos da infância.

Os processos psíquicos que podem ser caracterizados por fantasias, processos de referência, impulsos emocionais, vinculações de pensamento  devem ser considerados de forma separadas da relação entre o esquecer e recordar já que nesses processos acontecem com frequência de ser ‘’recordado’’ alguma coisa que na verdade não poderia ser de fato ‘’esquecido’’, e que em nenhuma ocasião teria sido ‘’notado’’, no caso, nunca tenha sido consciente.

Existem tipos de experiências que são classificadas de máxima importância e que não são lembradas. Tais experiências ocorreram na infância e não foram compreendidas na ocasião e podendo ser interpretadas a partir do sonho, onde o indivíduo poderá então ser obrigado a acreditar com critérios convincentes formadas pela neurose. Há casos em que o paciente não recorda nada do que foi esquecido e reprimido, então esses conteúdos se expressarão pela atuação, não sendo reproduzido como lembrança mas como ação, sem consciência do que está sendo repetido.

A transferência é um fragmento da repetição, e a repetição seria uma transferência do passado que foi esquecida, não só para o médico, mas para um todo. A resistência age de acordo com a atuação, e o recordar será substituído pela repetição. No processo analítico, se a transferência começar a se tornar intensa ou hostil, o recordar abre imediatamente o caminho à atuação, caso precise da repressão, sendo assim, são as resistências que ditam a sequência que deverá ser repetida.

O tratamento pode provocar em si uma mudança na atitude do paciente, criando coragem para levar sua atenção para os fenômenos de sua moléstia. Essa nova atitude sobre a doença, aumenta os conflitos e coloca em evidência os sintomas que até então, eram vagos. No curso do tratamento, é possível surgir outras situações perigosas que podem ser novos impulsos instintuais, que até então não haviam feito sentido e que podem levar à repetição.

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