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Resumo - Saber Cuidar Ética do Humano - compaixão pela terra

Por:   •  3/4/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.146 Palavras (5 Páginas)  •  246 Visualizações

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Nome: Luciane Cordeiro dos Santos

Matéria: Ética

Prof.: Ramon

Curso: Psicologia

RESUMO

Saber Cuidar - Ética do humano - compaixão pela terra - Leonardo Boff

A sociedade contemporânea (sociedade da comunicação) cria cada vez mais falta de comunicação e solidão entre as pessoas. Existem dois mundos, Internet versus a   realidade concreta; criou-se um mundo virtual, um habitat para o ser humano centrado em si mesmo caracterizado pela falta do toque, tato e contato humano. Essa anti-realidade afeta a vida humana naquilo que ela possui de mais fundamental: o cuidado e a compaixão.

Mitos antigos e pensadores contemporâneos nos ensinam que a essência humana está no cuidado, este é o suporte para criatividade, liberdade e inteligência. No cuidado se encontra o ethos fundamental humano (conjunto dos costumes e hábitos fundamentais, no âmbito do comportamento e da cultura, característicos de uma determinada coletividade, época ou região).

A nossa sociedade tem ameaçado o cuidado. Criando seres virtuais e substituindo seres humanos por inteligências artificiais. Exemplo disso é o Tamagochi, bichinho virtual, criado para suprir a necessidade de cuidado do ser humano. A solidão é cada vez mais imperativa. O Cuidado não pode ser suprimido. Sempre encontra brechas, apesar da desumanização da nossa cultura, a essência não se perde, embora o cuidado seja transferido para um aparelho eletrônico.

Há a necessidade de uma nova forma de convivência que funde uma relação mais intima com a Terra e inaugure um novo pacto social entre os povos no sentido de respeito e de preservação de tudo o que existe e vive.

Há um difuso mal-estar da civilização. Aparece sob o fenômeno do cuidado, do descaso e do abandono, numa palavra, da falta de cuidado: Descuido pela vida de crianças; Descuido pelos pobres e marginalizados; Descuido pelos aposentados e idosos; Descuido pela dimensão espiritual; Descuido pela coisa pública; Descuido pela terra. Há um abandono da reverência, indispensável para cuidar da vida e de sua fragilidade.

Atulhados de aparatos tecnológicos vivemos tempos de impiedade e insensatez.

Embora muitos se rebelem contra essa situação, existe a sensação de impotência. Muitos perdem a fé. Alguns tem esperança, mas propõem remédios inadequados que tratam apenas os sintomas de uma doença coletiva.

Por detrás do edifício da modernidade científico-técnico surge o funcionamento de uma determinada filosofia: o realismo materialista, uma realidade independente do sujeito que a observa. Não há objeto sem sujeito e sujeito sem objeto. Esta filosofia é pouco realista porque reduz o âmbito da realidade, ao não incluir nela o fenômeno da subjetividade, da consciência, da vida e da espiritualidade.

Após séculos de materialismo, buscamos: Espiritualidade baseada na percepção do mistério do universo e do ser humano, compaixão, solidariedade, honestidade e competência.

É preciso resgatar a sabedoria ancestral para aprendermos a construir um novo ethos e assim melhorar a convivência entre os humanos e os demais seres da comunidade biótica planetária e cósmica e adquirirmos valores, comportamentos e atitudes consoantes as várias culturas e espiritualidade para salvaguardar o planeta. Uma nova ética nascerá de uma nova ótica.

O que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuidado. Cuidar é mais que um ato, mais que um momento de atenção, caracteriza uma atitude de ocupação e envolvimento afetivo com o outro. O essencial é que qualquer coisa feita, tem que ser acompanhada de cuidado. O cuidado entra na natureza e constituição do ser humano, sem cuidado, ele não é humano. Desestrutura, definha, perde o sentido e morre.

Os mitos e as religiões elucidam a essência humana. Convém revisitar o conhecimento dos antigos, valorizar suas contribuições e escutar suas lições. Mitos decifram fenômenos profundos. Por exemplo, amor. É preciso aliar o rigor científico com a inteligência emocional - mitos.

Não somos monoteístas, mas plurais, as muitas divindades representam as múltiplas emoções do ser humano. Os mitos são representações da consciência coletiva, utilizam narrativas simbólicas, como deuses, céu e terra, ou histórias verdadeiras para expressarem valores que não podem ser reduzidos a conceitos.

O mito do cuidado tem origem grega, mas foi reelaborada por Higino (escravo levado para Roma por Júlio Cesar e liberto tempos depois) nos termos da cultura romana.

São quatro os personagens deste mito: Júpiter, Saturno, Terra e Cuidado. A fábula-mito cuidado expressa o sentido do cuidado para a vida humana.  Forças universais atuam no seu surgimento: céu (júpiter), pai e senhor da Luz que representa a transcendência e a doação do sentido da vida, a espiritualidade; terra (Tellus) que representa o lar, o organismo vivo; e a história e a utopia(saturno), modelo de governo sábio, legislador, justo e de soberania. Saturno/Cronos também relacionado com o tempo. Desta forma o ser humano é utópico e histórico-temporal.

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