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Resumo livro minha profissão é andar

Por:   •  27/5/2015  •  Resenha  •  4.077 Palavras (17 Páginas)  •  2.265 Visualizações

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  • A História:

Irmão do cantor e compositor Toquinho, João Carlos Pecci, teve uma vida normal até seus 26 anos, quando, em 1968, sofreu um acidente automobilístico, que o deixará entre a vida e a morte, enquanto ia para o Rio de Janeiro em suas férias. Na época ele trabalhava como economista. Com acidente sua medula espinal foi afetado pela sexta vértebra, o que o fez perder praticamente todos os movimentos.

João precisou ficar no hospital por 80 dias, e além do sofrimento e angustia dele e seus familiares, inicia-se uma luta para a retomada de seus movimentos.

Nesta jornada, a fisioterapia desempenhará um papel fundamental, mas suas forças mentais, onde encontrará energia, determinação e ânimo, também serão de suma importância para tal conquista. Outra fonte de ajuda será sua família e amigos que se solidarizam totalmente com os desafios por ele encontrados.

Para melhorar os movimentos da mão, começou a pintar quadros, que de terapia passou a ser profissão. Assim concretizou-se mais uma etapa em sua trajetória, que encontrou na paraplegia uma porta que abriu o caminho para a pintura e que fez crescer seu lado humano, sua sensibilidade e a percepção pela beleza das coisas e das pessoas. Ele expos seus quadros na Praça da República, em importantes galerias, clubes e salões de São Paulo.

Depois de muita persistência e luta de vontade, hoje João consegue andar com a ajuda de bengalas canadenses e dirigir carros adaptados.

  • Resumo:

Devido a fratura na vertebra, João teve seu crânio perfurado, para que os médicos parafusassem uma chapa de ferro ligada no pescoço, para que não houvesse nenhum tipo de movimento que pudesse atrapalhar a vertebra de voltar para seu lugar.

João precisou usar uma sonda em seu pênis para que pudesse esvaziar a bexiga, porém, muitas vezes a sonda entupia, sendo necessário desentupi-la, ou mesmo trocá-la. Para João a sonda o fazia sentir-se ainda mais impotente, pois para ele, a virilidade do homem estava em seu pênis, principalmente um, de vinte e seis anos. Houve vez em que ele deveria já ter urinado meio litro, mas, devido ao entupimento da sonda, normalmente causada pelo excesso de cálcio, urinará apenas 80ml

João ficou quase dois meses imóvel, em um colchão ortopédico, sem travesseiro, de barriga para cima, olhando o teto e com a cabeça puxada pela tração cervical, quando na verdade deveria ter ficado em um colchão especial. Como seu caso fora de emergência, não havia possibilidade de esperar a chegada do colchão que era importado, e nem seria possível transferi-lo de um colchão para outro caso chegasse, pois ele não podia ser movido, por haver risco de morte ou risco de piora da fratura na medula ou vertebra. Situação que o deixou indignado, achando que o hospital deveria ter melhores estruturas para situações de emergências como essas.

Após dois meses deitado, João já poderia começar a se sentar, e os ferros que estavam parafusados a sua cabeça foram retirados. O procedimento para que ele pudesse sentar seria feito devagar, com auxílio de um enfermeiro, para que levantasse a manivela da cama aos poucos. Conforme a cama subia ele reparava no movimento da rua pela janela, no céu azul, nas arvores, nos carros, coisa que antes ele não dava muito valor.

        No começo ficava tonto, chegou a desmaiar. A mãe sempre preocupada, já o pai, orgulhoso do progresso do filho e o provocava, perguntando se ele conseguiria assistir ao jogo de futebol. Depois que começou a sentar, João passou a alimentar-se melhor, com as comidas feitas por sua mãe, e sentado. Nesta parte do livro, João fala de sua relação com o pai, que apesar de não se falarem muito, entregavam-se em atitudes e que o pai sempre o ensinara a como começar com coragem, continuar com paciência e conseguir com vontade. Mostrando como o apoio da família era essencial.

Por causa da imobilização formou em suas costas, na região do cóccix, uma ferida tão profunda, que dava-se para ver o osso de sua coluna. Foi contratado um enfermeiro chamado Edson, designado à limpar e cuidar da escara, ajudá-lo a mudar de posição e no auxílio para colocá-lo sentado na cama. O enfermeiro o chamava carinhosamente de “Micansa”, João acreditava que era devido ao trabalho que dará ao enfermeiro.

Uma das primeiras notas que o livro traz sobre sua estadia no hospital, é de seu irmão entrando com um violão na mão, acompanhado de um amigo, reclamando que uma enfermeira não o deixará ligar o gravador no corredor, pois sua intenção era que João ouvisse a música sem saber de onde era. Então seu irmão começa a tocar, cantar e dançar, quando entra no quarto a enfermeira que o repreendeu, para dar a medicação, ele entrega o violão ao amigo e a pega pelo braço, para que pudessem dançar.

Lá pelo décimo segundo dia de internação, João sentia-se sujo, mesmo logo após o “banho”, que consistia em passar um pano húmido em seu corpo, na parte da frente do tronco, e nos membros, pois nem o lençol da cama podia ser trocado, que com o tempo, apresentava na altura das costas, manchas esverdeadas e pastosas. A mãe pediu que o lençol fosse trocado, mas, por não poder tirar João da posição não seria possível. A mãe então sugeriu que rasgassem o lençol.  “O lençol foi rasgado, puxado. A parte sob as costas saiu com sangue e pus misturados. E o pedaço das nádegas surgiu com um círculo bem vermelho. Sangue puro.”

Em alguns momentos, conforme seus amigos iam o visitar, João lembrava de situações vividas, em uma delas ele narra a força que tinha nas mãos, quando rebatia uma bolinha com uma raquete, na praia, durante um jogo de frescobol, com sua amiga Cleide, que agora, o ajudava a abrir e fechar suas mãos e dedos, conforme recomendação médica, pois quanto mais exercícios fizesse, melhor seria sua recuperação.

Ao ver que João já estava ficando sentado, o médico pediu para que ele se sentasse mais vezes durante o dia, por períodos mais curtos de tempo, explorando outras posições, e para que o organismo se acostumasse a levantar e sentar. A ideia era passar o João para a cadeira de rodas, contudo o médico advertiu-lhe que pudesse ser necessário que amarrassem a cadeira, caso o tronco não tivesse força para sustenta-lo.

No dia marcado para colocarem-no na cadeira, ele precisou fazer alguns exercícios, como ficar sentado na beira da cama, para que pudessem avaliar seu equilíbrio e ativasse mais a circulação. O médico chegará à noite, e atrasado, por volta das 21 horas, para a transferi-lo da cama para a cadeira, e a mãe que era contra essa passagem, pois achava que seria perigoso, achava que seria melhor fazer isso durante o dia. João ainda tentou acalma-la dizendo que daria na mesma, de manhã ou à noite.

No momento da passagem da cama para a cadeira de rodas, ficaram apenas os homens dentro do quarto, para o ajudaram, sua tia e sua mãe, que estavam no quarto aquela hora, foram para fora, agoniadas.

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