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Revisão de Literatura à respeito do Uso da Maconha na adolescência

Por:   •  17/9/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.869 Palavras (12 Páginas)  •  358 Visualizações

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Campus Poços de Caldas
Curso: Psicologia - 5º Período
Disciplina: Estágio Supervisionado em Práticas Investigativas
Professora: Camila Alves Fior
Alunas: Amanda Guimarães; Carolina Mendes Vieira e Flávia Avelar

Revisão de Literatura

MACONHA

A Cannabis sativa é um arbusto da família das Moraceae, conhecido pelo nome de "cânhamo" da Índia, que cresce livremente nas regiões tropicais e temperadas. Os seus efeitos medicinais e euforizantes são conhecidos há mais de 4 mil anos. Na China, existem registros históricos das suas ações medicinais desde o século III a. C.1(D). No início do século passado, passou a ser considerada um "problema social", sendo banida legalmente na década de 30. O seu uso médico declinou lentamente, pois pesquisadores não conseguiram isolar os seus princípios ativos em função da rápida deterioração da planta. Alguns países começaram a relacionar o abuso da maconha à degeneração psíquica, ao crime e à marginalização do indivíduo. Nas décadas de 60 e 70, o seu consumo voltou a crescer significativamente, chegando ao ápice no biênio 1978/1979. A maconha é a droga ilícita mais usada mundialmente A Cannabis sativa contém aproximadamente 400 substâncias químicas, entre as quais se destacam pelo menos 60 alcalóides conhecidos como canabinóides. Eles são os responsáveis pelos seus efeitos psíquicos e classificados em dois grupos: os canabinóides psicoativos (por exemplo, Delta-8-THC, Delta-9-THC e o seu metabólico ativo, conhecido como 11-hidróxi-Delta-9-THC) e os não-psicoativos (por exemplo, canabidiol e canabinol). O Delta-9-THC é o mais abundante e potente destes compostos As taxas de absorção oral são mais elevadas (90% a 95%) e lentas (30 a 45 minutos) em relação à absorção pulmonar (50%). Os efeitos farmacológicos pela absorção pulmonar podem demorar entre 5 a 10 minutos para iniciarem10(D). Devido à sua lipossolubilidade, os canabinóides acumulam-se principalmente nos órgãos onde os níveis de gordura são mais elevados (cérebro, testículos e tecido adiposo)11(D). Alguns pacientes podem exibir os sintomas e sinais de intoxicação por até 12 a 24h, devido à liberação lenta dos canabinóides a partir do tecido adiposo12(D). Complicações agudas Um cigarro de maconha ou baseado típico contém cerca de 0,3 a 1g de maconha. A concentração de Delta-9-THC nas diferentes apresentações da Cannabis (maconha, haxixe, skunk) varia de 1% a 15%, ou seja, de 2,5mg a 150mg de THC 12(D). Estima-se que a concentração mínima preconizada para a produção dos efeitos euforizantes seja de 1% ou um cigarro de 2 a 5 mg. Os efeitos da intoxicação aparecem após alguns minutos do uso11. - olhar quadro 2 Déficits motores (por exemplo, prejuízo da capacidade para dirigir automóvel) e cognitivos (por exemplo, perda de memória de curto prazo, com dificuldade para lembrar de eventos, que ocorreram imediatamente após o uso de canabis) costumam acompanhar a intoxicação13 - olhar quadro 3 Sintomas psiquiátricos O consumo de maconha pode desencadear quadros temporários de natureza ansiosa, tais como reações de pânico, ou sintomas de natureza psicótica. A maconha é capaz de piorar quadros de esquizofrenia, além de constituir um importante fator desencadeador da doença em indivíduos predispostos. Complicações crônicas Ainda há pouco consenso a respeito das complicações crônicas do consumo de maconha. As investigações acerca da existência de seqüelas ao funcionamento cognitivo e de dependência da maconha tem sido escassas Dependência Devido à dificuldade de quantificar a maconha que atinge a corrente sangüínea, não há doses formais definidas de THC que produzem a dependência. O risco de dependência aumenta conforme a extensão do consumo17(B). Apesar disso, alguns usuários diários não se tornam dependentes ou desejam parar o consumo. A maioria dos usuários não se torna dependente e uma minoria desenvolve uma síndrome de uso compulsivo semelhante à dependência de outras drogas20(B). Para complementar a formalização da dependência da maconha, a síndrome de abstinência desta droga, apesar de reconhecida como fato pelo CID-1021(D), só havia sido descrita em laboratório. Não é possível ainda determinar a natureza dos sintomas da abstinência22(D) - ver quadro 4

ADOLESCÊNCIA

O termo “adolescência” tem sua origem na palavra latina “adolesco”, que significa crescer. Significa, portanto, o crescimento ou o processo de crescimento. O ECA -Estatuto da  Criança  e  do Adolescente - , Lei nº 8.069/90, categoriza que a adolescência se inicia a partir dos doze anos de idade. Este marco, entretanto, determina o conceito jurídico de adolescência, fazendo-se necessário explicar as características e problemas próprios desta fase, que se constitui permeada por aspectos biológicos, cognitivos e sócio-culturais. Para (Dinah Martins, 1987, pág. 28) ‘’A caracterização da adolescência não constitui tarefa muito fácil, porque aos fatores biológicos específicos, atuantes na faixa etária, se somam as determinantes sócio-culturais, advindas do ambiente onde o fenômeno da adolescência ocorre.’’

  • Aspecto biológico

         Durante muitos séculos, o termo adolescência foi definido quase que exclusivamente, em função dos seus aspectos biológicos, (p.26). A adolescência é marcada por um período denominado puberdade, quando as funções reprodutivas amadurecem, os órgãos sexuais se evoluem e as características secundárias aparecem. Esse processo leva cerca de quatro anos, sendo que, nas meninas começam em média aos 9 ou 10 anos, atingindo maturidade sexual aos 13 ou 14 anos. Já nos meninos a puberdade inicia-se aos 12, e a maturidade sexual aos 14. Não há compreensão total sobre o porquê da puberdade começar em determinado momento ou que mecanismo é responsável por desencadeá-la. Sabe-se apenas que, em um momento determinado biologicamente, a glândula pituitária envia uma mensagem para as glândulas sexuais dos jovens, que então secretam hormônios. Portanto, a puberdade ocorre em resposta a mudanças no sistema hormonal do corpo, que são desencadeadas por algum sinal psicológico. Esta resposta nas meninas se direcionam aos ovários, para a produção de estrógeno, já nos meninos aos testículos, aumentando a produção de andrógenos (testosterona).
         Os hormônios também são intimamente associados com as emoções, especificadamente com sentimentos agressivos nos meninos e com agressão e depressão nas meninas (Brooks-Gunn, 1988). Alguns pesquisadores atribuem o aumento da emocionalidade e do mau humor no início da adolescência a hormônios, mas é importante lembrar que as influências sociais condizem com as hormonais e podem predominar      

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