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Sexualidade Feminina

Por:   •  22/2/2016  •  Resenha  •  3.056 Palavras (13 Páginas)  •  340 Visualizações

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RESUMO

A sexualidade feminina pode ser entendida como um assunto vasto e polêmico, onde deriva várias abordagens e problemas no contexto sociocultural em que vive a mulher. Freud começou a analisar sua elaboração sobre a existência de um paralelo entre desenvolvimento de organização psicológica de meninos e meninas no Complexo de Édipo, é quando se questiona sobre a questão da diferenciação psíquica entre os sexos: meninos e meninas. Assim Freud elabora sua concepção do complexo de castração, quando se depara com as diferenças anatômicas entre os sexos, diferenciando o feminino e o masculino. A partir daí, suas reflexões, são elaboradas com os caminhos difíceis que a menina tem a se direcionar a feminilidade, e também quando abandona seu objeto inicial de amor (a mãe) para substituir por um novo objeto. 

 

PALAVRAS CHAVE: SEXUALDADE FEMININA, COMPLEXO DE CASTRAÇÃO, FEMINILIDADE. 

 

  1. INTRODUÇÃO

A psicanálise ao longo do tempo buscou explicar o feminino a partir da formação física da mulher/menina. Para tanto, através de seus estudiosos (o principal deles Freud) elaborou/concebeu variadas teorias. Neste contexto o “sexo” que vem da palavra secare (cortar, separar, sexuar), tomou-se uma conotação da identidade sexuada (referências em que se identificam o masculino e o feminino constitutivos do psiquismo) que implica em separação, em corte: a diferença (dos sexos) deve ser marcada e a monossexualidade imposta. Porém, como é possível investigar o tema feminilidade e/ou sexualidade feminina, partindo-se de das vivências e experiências psíquicas, ou seja, realizando uma análise do eu destes indivíduos (meninas/mulheres)? Como esta formação e/ou constituição da sexualidade feminina está diretamente ligada à formação e constituição física do homem/menino? Diante deste cenário o presente trabalho, constituído através de pesquisa teórica, tem por objetivo elucidar e evidenciar (através da citação e exposição dessas teorias psíquicas), como se dá esse processo de constituição, da descoberta à aceitação do ser menina/mulher/fêmea.

  1. SEXUALIDADE FEMININA 

A concepção freudiana sobre o desenvolvimento da sexualidade feminina causou muitas controvérsias e discussões na comunidade psicanalítica. Na época, vários psicanalistas discordaram da posição de Freud e mostraram outros caminhos para pensar este tema. Desde o início do percurso freudiano até os dias de hoje, a questão do feminino tem sido alvo de intensa discussão e produção teórica por parte dos psicanalistas, o que torna esse debate rico e instigante.   Durante a fase do complexo de Édipo normal, encontramos a criança ternamente ligada ao genitor do sexo oposto, ao passo que seu relacionamento com o do seu próprio sexo é predominantemente hostil.

No caso do menino, isso não é difícil de explicar. Seu primeiro objeto amoroso foi à mãe. Continua sendo, e, com a intensificação de seus desejos eróticos e sua compreensão interna mais profunda das relações entre o pai e a mãe, o primeiro está fadado a se tornar seu rival. Com a menina, é diferente. Também seu primeiro objeto foi à mãe. Há muito tempo compreendemos que o desenvolvimento da sexualidade feminina é complicado pelo fato de a menina ter a tarefa de abandonar o que originalmente constituiu sua principal zona genital, o clitóris, em favor de outra nova, a vagina. Agora, no entanto, parece-nos que existe uma segunda alteração da mesma espécie, que não é menos característica e importante para o desenvolvimento da mulher: a troca de seu objeto original, a mãe, pelo pai. A maneira pela quais essas duas tarefas estão mutuamente vinculadas ainda não nos é clara.  Existem muitas mulheres que possuem uma forte ligação com o pai, e para isso não precisam ser de qualquer maneira, neuróticas.

Foi em tais mulheres que Freud  efetuou  as observações que propôs comunicar aqui e que  conduziram a adotar um ponto de vista específico sobre a sexualidade feminina. Dois fatos, sobretudo o impressionaram. O primeiro foi o de que onde a ligação da mulher com o pai era particularmente intensa, a análise mostrava que essa ligação fora precedida por uma fase de ligação exclusiva à mãe, igualmente intensa e apaixonada. Com exceção da mudança de seu objeto amoroso, a segunda fase mal acrescentara algum aspecto novo à sua vida erótica. Sua relação primária com a mãe fora construída de maneira muito rica e multificada. O segundo fato ensinou que a duração dessa ligação também fora grandemente subestimada.

Em diversos casos, durara até os quatros anos de idade, em determinado caso, até os cinco, de maneira que abrangera, em muito, a parte mais longa do período da primeira eflorescência sexual. Na verdade, tínhamos de levar em conta a possibilidade de certo número de mulheres permanecerem detidas em sua ligação original à mãe e nunca alcançarem uma verdadeira mudança em direção aos homens. Sendo assim, a fase pré-edipiana nas mulheres obtém uma importância que até agora não lhe havíamos atribuído. De uma vez que essa fase comporta todas as fixações e repressões a que podemos fazer remontar a origem das neuroses, talvez pareça que deveríamos retratar-nos da universalidade da tese segundo a qual o complexo de Édipo é o núcleo das neuroses. Se, contudo, alguém se sentir relutante em efetuar essa correção, não há necessidade de que a faça. Por um lado, podemos ampliar o conteúdo do complexo de Édipo de modo a incluir todas as relações da criança com ambos os genitores, e, por outro, levar na devida conta nossas novas descobertas dizendo que a mulher só atinge a normal situação edipiana positiva depois de ter superado um período anterior que é governado pelo complexo negativo. De fato, durante essa fase, o pai de uma menina não é para ela muito mais do que um rival causador de problemas, embora sua hostilidade para com ele jamais alcance a intensidade característica dos meninos. A muito tempo, afinal de contas, já abandonamos qualquer expectativa quanto a um paralelismo nítido entre o desenvolvimento sexual masculino e feminino. A compreensão interna dessa fase primitiva, pré-edipiana, nas meninas,  chega como uma surpresa, tal como a descoberta, em outro campo, da civilização mino-miceniana por detrás da civilização da Grécia. 

Tudo na esfera dessa primeira ligação com a mãe me parecia tão difícil de apreender nas análises, tão esmaecido pelo tempo e tão obscuro e quase impossível de revivificar, que era como se houvesse sucumbido a uma repressão especialmente inexorável. Mas talvez tenha ficado com essa impressão porque as mulheres que estavam em análise comigo podiam aferrar-se à própria ligação com o pai em que se tinham refugiado da fase primitiva em questão. Na verdade, parece que as analistas femininas  tais como, por exemplo, Jeanne Lampl-de Groot e Helene Deutsch , foram capazes de perceber esses fatos mais fácil e claramente por terem sido auxiliadas, ao lidarem com as que se achavam em tratamento com elas, pela transferência a uma substituta materna adequada. Tampouco se alcançou sucesso em divisar completamente o caminho em qualquer caso; portanto, Freud se  limita relatar as descobertas mais gerais e fornece apenas alguns exemplos das novas idéias a que chegou. 

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