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Terapia Familiar Cognitiva Comportamental

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Por:   •  9/9/2014  •  3.258 Palavras (14 Páginas)  •  675 Visualizações

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1. Introdução

O presente trabalho irá explicitar sobre as problemáticas na dinâmica familiar e como a terapia cognitiva comportamental pode intervir nessas problemáticas. As dificuldades encontradas na família atual são diversas e na maioria das vezes imperceptível para os integrantes desta e então é papel fundamental do terapeuta deixar às claras aquilo que está invisível.

Por exemplo, pode parecer intrigante dizer que pais reforçam e mantém os comportamentos disfuncionais de seus filhos, e os próprios. E perguntas que não se calam pairam, tais como; por que pais conscientes manteriam os ataques de birra e raiva de seus filhos? Por que os pais jogam os problemas um pro outro? Por que a fala “pede pra sua mãe”, ou “quem decide isso é o seu pai”, é tão comum nas famílias? E por que este é um método tão falível?

Como afirma Nichols (1998) na maioria das vezes os pais respondem os comportamentos problemas de forma repreensível, dando lhes castigos ou sermões nos quais, pode parecer contraditório, mas é uma estratégia reforçadora do comportamento problema, por que de uma forma ou de outra a criança está recebendo aquilo que ela almeja que é atenção, Skinner chamou isso de reforço social.

Desde tenra idade a criança aprende que tem um domínio muito poderoso na vida de seus pais, é muito comum os pais pararem de discutir um com o outro a pedido de um filho. Tão comum quanto, é ver um filho ganhar algo dos pais depois de ter chorado e gritado. Comportamentos problemas dos filhos recaem no relacionamento conjugal dos pais, onde estes na sua inexperiência ou falta de orientação, deixam atrapalhar o seu relacionamento afetivo, criando uma atmosfera de intrigas. São muito frequentes os pais culpabilizarem ao outro pelo problema, gerando uma espiral de comportamentos indesejados, afetando diretamente na harmonia da família (NICHOLS, 1998).

A terapia cognitiva comportamental consiste de uma forma topográfica, e por meio de inúmeros procedimentos, modificar padrões específicos de comportamentos a fim de aliviar os problemas e diminuir o sofrimento. A intenção geral é extinguir comportamentos indesejados e reforçar alternativas positivas (NICHOLS, 1998). Os terapeutas cognitivos comportamentais além de ajudarem seus clientes a reexaminarem suas crenças distorcidas, também ensinam a família a usar estratégias cognitivas para resolverem problemas futuros.

2. Terapia Familiar Cognitiva Comportamental

Durante a década de 1960 e inicio da de 1970 os terapeutas comportamentais utilizaram os princípios da teoria da aprendizagem para lidar com vários comportamentos problemáticos de crianças e adultos, mais tarde os princípios e técnicas comportamentais usados com sucesso no tratamento individual foram aplicados a casais e famílias disfuncionais (DATTILIO, 1997).

Segundo o mesmo as abordagens comportamentais compartilhavam com as abordagens familiares sistêmicas um foco no comportamento observável e nos fatores que o influenciam nos relacionamentos interpessoais. Segundo, os teóricos sistêmicos, eles acreditavam que o comportamento sintomático de um indivíduo servia a uma função na família, o que parecia compatível com a noção dos behavioristas de “análise funcional” ou de antecedentes e consequências dos comportamentos problemáticos, ou seja eles eram focados no comportamento observável e tornavam-se assim simplistas.

Quando os terapeutas de orientação comportamental desenvolveram abordagens para modificar as interações familiares que contribuem para os relacionamentos estressados, seus métodos se tornaram mais atrativos para os terapeutas de casal e família cujo trabalho era guiado pela teoria sistêmica (FALLON, 1988 apud DATTILIO, 1997).

Então no final da década de 1970 as cognições foram introduzidas como um componente do tratamento dentro de um paradigma comportamental. Durante a década de 1980, os fatores cognitivos tornaram-se uma área de enfoque cada vez maior na literatura de pesquisa e a terapia cognitiva comportamental individual foi se estendendo ao tratamento familiar (Margolin e Weiss, 1978).

A Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) caracteriza-se por ser uma abordagem psicoterapêutica de participação ativa entre terapeuta e cliente, focal, de breve duração, orientada para o presente, semiestruturada e especialmente psicoeducativa. A utilização de técnicas cognitivas e comportamentais implica na modificação dos padrões de pensamentos e crenças disfuncionais que causam ou mantêm sofrimento emocional do indivíduo, assim como na modificação da relação do indivíduo com seu contexto a partir de uma análise funcional das contingências (ANDRADE et al., 2009; BAHLS; NAVOLAR, 2004; BECK, 1997; RANGÉ, 2001 apud DATTILIO, 1997).

Dattilio (1997) afirma que terapia familiar cognitivo comportamental foca na interação recíproca das cognições, emoções, ações e os relacionamentos dos membros da família, ela integra uma perspectiva sistêmica apreciando a circularidade e reciprocidade das relações. De acordo com a perspectiva cognitiva comportamental, o ambiente familiar é o local onde as cognições das crianças e pais acontecem.

3. Os esquemas familiares

Segundo Dattilio (2006) a habilidade dos familiares para resolver conflitos e tensões em suas vidas depende em parte de mudar as crenças enraizadas dos membros da família sobre o funcionamento individual e familiar ou sobre os esquemas, que são muito importantes na aplicação da terapia cognitiva comportamental com famílias. Eles constituem as crenças duradouras que as pessoas mantêm sobre os outros e suas relações, são uma estrutura cognitiva estável e não uma inferência ou percepção passageira.

O desenvolvimento e o funcionamento dos esquemas familiares é similar aos dos indivíduos e dos casais, baseados nas experiências de vida pregressas e atuais, da maneira como foram percebidas por cada um dos membros da família. As crenças parentais certamente influenciam o modo como seus descendentes interpretam os diversos eventos da vida, e contribuem fortemente para os conceitos que uma criança forma sobre o mundo. A noção de esquema aplicada as famílias pode explicar algumas das dinâmicas que constituem as crenças centrais e como estas crenças afetam os padrões emocionais e comportamentais desta. (DATTILIO, 2006)

De acordo com o mesmo ao abordar os esquemas familiares de uma perspectiva cognitiva comportamental faz-se importante seguir uma série de passos que podem facilitar o processo de análise do esquema e oferecer os fundamentos necessários à reestruturação.

Passo 1: Descobrir e identificar esquemas

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