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Transtorno de Condutas

Por:   •  3/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.760 Palavras (8 Páginas)  •  763 Visualizações

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TRANSTORNO DE CONDUTA

O transtorno de conduta, de acordo com Bordin e Offord (2000) é um dos transtornos psiquiátricos mais frequentes na infância. Infelizmente o transtorno ainda é confundido com comportamentos inadequados, como problemas escolares, portanto os autores destacam a importância de esclarecer os critérios diagnósticos do transtorno de conduta antes de rotular crianças e adolescentes.

O transtorno de conduta caracteriza-se por um padrão de comportamento repetitivo e persistente de violação de direitos de outros indivíduo, ou regras sociais. Segundo o Manual diagnostico e estatístico de transtornos mentais – DSM V (APA, 2014) os critérios diagnósticos do transtorno de conduta são (1) provocar, ameaçar ou intimidar os outros; (2) frequentemente iniciar brigas físicas; (3) usar armas que podem causar danos físicos a outros; (4) Ser fisicamente cruel com pessoas; (5) ser fisicamente cruel com animais; (6) roubar durante confronto com uma vítima; (7) forçar alguém a atividade sexual; (8) envolver-se na provocação de incêndios; (9) destruir propriedades de outras pessoas; (10) invadir casa ou carro de outra pessoa; (11) mentir para obter bens materiais, favores ou evitar obrigações; (12) furtar itens de valores consideráveis, sem confronto; (13) ficar frequentemente fora de casa a noite, mesmo com a proibição do pai, antes dos 13 anos; (14) fugir de casa e passar a noite fora pelo menos duas vezes; (15) faltar à aula frequentemente antes dos 13 anos. É necessário que o indivíduo preencha três critérios dos quinze mencionados, nos últimos 12 meses anterior à avaliação, sendo pelo menos um nos últimos seis meses (APA, 2014).

Considerando que a adolescência é a fase mais complexa e dinâmica do ponto de vista psicológico, é imprescindível estudar os desequilíbrios e instabilidades, os períodos de elevação e introversão, desinteresse ou apatia, para auxiliar o adolescente a estabelecer a sua identidade, já que o estado de agitação da adolescência algumas vezes pode ser considerado como psicopatologia. Em contrapartida, as mudanças da adolescência auxiliam também a identificar um distúrbio pouco evidente até então. Por isso é importante avaliar as dificuldades psicológicas na adolescência, pois elas podem evoluir para transtornos psiquiátricos na vida adulta (SOUZA e RESENDE, 2012).

Segundo as autoras, o transtorno de conduta é grande exemplo disso, e torna os adolescentes menos capazes de compreender o caráter ilícito de seus comportamento delituosos. Sendo assim, esses jovens ficam a mercê de um sistema falho, que muitas vezes não propiciam o tratamento adequado, e não auxiliam no prognostico. As principais características psicológicas encontradas nesses adolescentes, segundo pesquisas são: bloqueios emocionais, insegurança, ansiedade, agressividade, dissimulação, depressão, imaturidade, inadaptação ao ambiente social e retraimentos afetivos.

O transtorno de conduta pode ter inicio da infância, quando os critérios aparecem antes dos dez anos de idade, ou na adolescência, quando não é identificado nenhum sinal de transtorno de conduta antes dos dez anos de idade. Pode ser acrescido ao diagnóstico de transtorno de conduta o subtipo com emoções pró-sociais limitadas, quando preenche pelo menos duas das seguintes características nos últimos 12 meses: (1) ausência de remorso ou culpa, falta de preocupação com as consequências negativas de suas ações; (2) insensível, falta de empatia, não se preocupa com o sentimento de outras pessoas; (3) despreocupado com o desempenho, não se preocupa com seus resultado negativos na escola, trabalho ou outra situações; (4) afeto superficial ou deficiente, não expressa sentimentos, nem demostra emoções para os outros, exceto quando superficial para conquistar algum objetivo, obter algum ganho (APA, 2014).

O transtorno de conduta é mais comum em indivíduo do sexo masculino e frequentemente, apresentam déficit de atenção e hiperatividade. Pode estar associado também ao uso problemático de substancias, com frequência e a ideação suicida. A estimativa de prevalência varia de 2 a 10%, com uma media de 4%, aumentando da infância para a adolescência (APA, 2014). Dias (2012) acrescenta que embora o transtorno de conduta seja de 2 a 3 vezes mais comum em meninos, a população de meninas com transtorno de conduta também é elevada, demonstrando a importância de políticas públicas de prevenção, em escolas, grupos para pais e reuniões e palestras com a comunidade em geral.

O transtorno pode ser diagnosticado na vida adulta, embora seja raro o início depois dos 16 anos. Na maioria dos casos há remissão dos sintomas na vida adulta, podendo atingir um ajuste social e profissional quando adultos. É importante considerar que o subtipo com início precoce é preditor de um prognostico de risco para o comportamento criminal. Indivíduos com transtorno de conduta podem apresentar transtornos de humor, ansiedade, estresse pós-traumáticos, de controle de impulsos, psicóticos, transtornos de sintomas somáticos e transtornos relacionados ao uso de substâncias (APA, 2014).

Comportamentos como agressividade, desobediência e birras são inerentes à infância e adolescência, por isso, ao realizar uma avaliação diagnóstica é importante que o profissional faça um estudo aprofundado para diferenciar o patológico da normalidade (DIAS, 2012).

São considerados fatores de risco para o transtorno de conduta: temperamento infantil de difícil controle, inteligência abaixo da media, principalmente em relação ao QI verbal; rejeição e negligencia parental; disciplina agressiva; abuso físico ou sexual; psicopatologia familiar; exposição à violência; fatores genéticos; ambientes onde os padrões de comportamento disruptivos são considerados quase normais (APA, 2014). Dias (2012) apresentou pesquisas que encontrou prejuízos significativos nas funções executivas e na atenção em indivíduos que tem transtorno de conduta e comportamentos desviantes ao longo da infância.

Barros e Silva (2006) esclarecem que cada tipo de comportamento pode ser adaptativo ou desadaptativo de acordo com o ambiente, e que podem ser modificado, tendendo a acompanhar o ambiente com que o individuo interage. Destaca que o período da infância é bastante flexível a mudanças, abrangendo a importância do desenvolvimento das habilidades sociais nessa faixa etária, construindo habilidades sócio emocionais, evitando comportamentos negativos como teimosia e birra.

As variáveis do ambiente interagem com o desenvolvimento da criança e interferem na formação do comportamento agressivo. Comumente estudos mostram a relevância dos estilos e práticas parentais no desenvolvimento social da criança e adolescente,

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