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Movimento de Reconceituação do Serviço Social e o Desenvolvimento do Projeto Ético Político Profissional

Por:   •  8/6/2019  •  Artigo  •  2.456 Palavras (10 Páginas)  •  257 Visualizações

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Movimento de Reconceituação do Serviço Social e o desenvolvimento do projeto ético político profissional

RESUMO

Este paper tem como objeto de estudo o movimento de reconceituação do Serviço Social e o desenvolvimento do projeto ético político, com o objetivo de analisar as vertentes antecedentes ao movimento de reconceituação e como se deu historicamente esse processo que renovou os conceitos a cerca do Serviço Social, tendo também como objeto de analise a construção do projeto ético político e a efetivação do mesmo na prática profissional do assistente social, sendo estes vistos  também por uma pespectiva contemporânea. Para alcançar o objetivo proposto, realizou-se uma ampla pesquisa bibliográfica que permitiu uma analise reflexiva acerca do objeto.

PALAVRAS-CHAVE

Movimento de Reconceituação, Serviço Social, Projeto ético político.

  1. INTRODUÇÃO

No presente trabalho apresentamos uma analise histórica e contemporânea do movimento de reconceituação do serviço social que passou por três vertentes antecedentes à ele: Modernização conservadora, reatualização do conservadorismo e intenção de ruptura, além de apresentar o desenvolvimento do projeto ético político que teve como ponto de partida a ruptura com o conservadorismo e transformou o pensamento do Serviço Social em um pensamento mais crítico. A principio o maior problema que obtivemos com o tema ao qual definimos foi escolher uma corrente teórica e segui-lá, após optar pelo marxismo, tivemos dificuldade ao escolher nossas referências. Tivemos como objetivo geral de pesquisa analisar, compreender e sintetizar as construções e conquistas que esses movimentos trouxeram para o Serviço Social e as práticas dos assistentes sociais. Para obter os resultados acerca das analises que fizemos no presente trabalho, foi feita uma pesquisa exploratória, ao qual foi desenvolvida uma forma de compreender o determinado tema dentro do âmbito escolhido, tendo como fonte de pesquisa, dissertações, teses, relatórios e revistas publicadas. Os capítulos desenvolvidos entro dessa analise se dividiram entre o processo de reconceituação do serviço social, a construção e efetivação do projeto ético político na prática profissional, seguido dos debates contemporâneos acerca dos temas abordados anteriormente.

2. O processo de reconceituação do Serviço Social sobre uma pespectiva crítica.

A origem do Serviço Social, segundo Netto (1992), está vinculada à acumulação próprio ao capitalismo monopolista e no projeto moralizador da igreja católica, assim, fazendo do seu modo de agir um instrumento acrítico em pró da dominação burguesa perante a classe trabalhadora. No Brasil, essa dominação ocorreu através da tentativa de controle da força de trabalho, onde o Serviço Social interagia de forma tradicionalista. Submetido à ideologia desenvolvimentista, o Serviço Social se coloca dentro das comunidades qualificando a mão-de-obra dos trabalhadores. Essa ótica tradicional focava na individualização do sujeito, desconectando assim do caráter de influência social, aderindo ao pensamento de neutralidade científica.

A construção de um Serviço Social crítico ocorreu a partir do movimento de reconceituação latino-americano, que durou entre os anos de 1960 á 1975, que existiu como base para a implantação de um Serviço Social crítico no Estado brasileiro. Esse movimento, sob contexto global de questionamento sobre  o imperialismo entre nações, buscava pensar a realidade latina de forma a considerar as particularidades da região e sua inserção no espaço mundial. Isso acontece fazendo uso de uma articulação entre entidades latinas nacionais e internacionais, entre elas estão ABEPSS, CFESS/CRESS e ENESSO. No Brasil, o movimento de reconceituação dividiu-se em três vertentes: Modernização conservadora, reatualização do conservadorismo e intenção de ruptura. Vale destacar que o processo desenvolveu-se em um período marcado por ditadura nos países latinos.

Apesar de este ser um movimento hegemonicamente conservador, ele acarretou na percepção crítica da realidade social pela base profissional e estudantil do Serviço Social brasileiro, possibilitando a reflexão sobre sua postura profissional frente a demanda da classe trabalhadora. A partir de 1971 o corpo profissional foi dividido entre reformistas democratas, que seguiam a influência desenvolvimentista, e radical-democratas, que perseguiam a superação da exploração imperialista e segundo Lopes (1998) seguiram preceitos de um sistema social socialista.

Durante os anos 70 até os 80, a reconceituação profissional tomou fôlego junto com a luta do movimento operário-sindical e o protagonismo dos novos sujeitos sociais. O primeiro passo em direção ao rompimento com o conservadorismo da profissão foi marcado por dois fatos históricos: A obra de Marilda Iamamoto “Relações sociais e serviço social no Brasil” - este que se apresentou como um importante intermediário da teoria marxista dentro da base profissional, e o desenvolvimento do método BH, entre 1972 e 1975. O método BH fez uso da teoria social de Marx e do materialismo histórico e dialético na compreensão do significado social da profissão, das contradições e antagonismos da sociedade capitalista de exploração da força de trabalho.

Foi no ano de 1979, durante o marcante “Congresso da virada” que o trajeto de reconceituação do Serviço Social alcança seu apogeu, negando hegemonicamente o conservadorismo e adotando o seu compromisso consciente com a classe trabalhadora. Dentro desse congresso é realizado a concepção do projeto ético-político profissional, composto pelo código de ética (1993), lei de regulação da profissão e as diretrizes curriculares.

De acordo com Netto

Os projetos profissionais apresentam a auto-imagem de
uma profissão, elegem os valores que a legitimam
socialmente, delimitam e priorizam seus objetivos e
funções, formulam os requisitos (teóricos, práticos e
institucionais) para o seu exercício, prescrevem normas
para o comportamento dos profissionais e estabelecem
as bases das suas relações com os usuários de seus
serviços, com as outras profissões e com as
organizações e instituições sociais privadas e públicas
(inclusive o Estado, a que cabe o reconhecimento jurídico
dos estatutos profissionais) (Netto, 2006, p. 04).

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