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A Fenomenologia

Por:   •  1/11/2017  •  Resenha  •  2.013 Palavras (9 Páginas)  •  215 Visualizações

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INSTITUTO DE FILOSOFIA, CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS

DEPARTAMENTO DE SERVICO SOCIAL

CURSO SERVIÇO SOCIAL

TARCIANA DO PRADO CORREA

A FENOMENOLOGIA

MANAUS – AM

2017

TARCIANA DO PRADO CORREA

A FENOMENOLOGIA

Trabalho solicitado como recurso avaliativo da disciplina Fundamentos Teórico-Metodológicos do Serviço Social III referente ao 4º período do curso Serviço Social - noturno da UFAM.

Profa. Dra. Maria Magela Mafra de Andrade Ranciaro.

MANAUS – AM

2017

INTRODUÇÃO

A reflexão proposta neste trabalho situa o serviço social no contexto a partir do Movimento de Reconceituação do Serviço Social na América Latina, deflagrado na década de 1960, em meio aos movimentos libertários da época constituindo-se um marco histórico da profissão. Tal movimento provocou a crítica ao Serviço Social Tradicional contribuindo para a construção da matriz crítica de orientação marxista.

Partindo desse pressuposto nota-se as mudanças dos métodos utilizados para interpretar a realidade social. A corrente teórica positivista e funcionalista da década de 1950 deu lugar a fenomenologia dos anos 1960 que trabalha a sociedade a partir da perspectiva do fenômeno, por exemplo, o sujeito não consegue emprego, pois não consegue se motivar. Portanto para compreender como o Serviço Social chega a esse método é necessário fazer indicações históricas desse Movimento.

O MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO

A história do Serviço Social está ligada aos fatos históricos, portanto deve ser entendida na sua ligação com o contexto geral da sociedade.

O esquema abaixo representa uma cronologia do Serviço Social desde a década de 1930 até a década de 1990. O pensamento social modificou-se a medida em que a profissão se afirmava. Nas décadas de 1930 e 40 a realidade social era interpretada pelos Assistentes Sociais a partir do método Positivista, ou seja, a intervenção profissional aponta para conservação da ordem estabelecida – do ajuste social. Nos anos de 1950 o positivismo já não era predominante, tem-se o funcionalismo que se ampara em seus pressupostos. Na década de 1960 a 1970 o pensamento social tinha como método a fenomenologia e a partir de 1980 o marxismo é a corrente que se destaca no pensamento social.

Vale ressaltar, que em nenhum momento as demais correntes teóricas deixaram de existir, no entanto a Teoria Crítica Marxista é a que tem maior abrangência na profissão de serviço social.

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Esquema 1- Cronologia do Serviço Social

No final década de 50 o Serviço Social foi preciso se adequar a proposta desenvolvimentista. Esse processo teve reflexos na prática profissional - com o aumento dos campos de trabalho e a reconfiguração do mercado de trabalho incita a necessidade de readequação da profissão - e na formação profissional, ou seja, visando romper com a prática confessional.

O Serviço Social tradicional latino-americano entrou em crise quando iniciou o seu processo de erosão, na década de 1960. Para Netto tal crise “é um fenômeno internacional verificável, ainda que sob forma diversas, em praticamente todos os países onde a profissão encontrara um nível significativo de inserção na estrutura sócio-ocupacional e articulara algum lastro de legitimidade ideal” (NETTO, 1994, p.142 apud RANCIARO, p.18).

Dois pólos contestam a prática profissional do Serviço Social tradicional, de acordo com Ranciaro

 um se refere aos fatos exteriores à profissão, ou seja, está vinculado àqueles acontecimentos vindo indiretamente da movimentação social oriunda daquele período correspondente aos anos 60; o outro se caracteriza diretamente pelas ações internas advindas dos segmentos menos favorecidos e que, portanto, reclamam por ações imediatas dos Assistentes Sociais (RANCIARO, p.19)

Netto (2005, p. 140), diz que só foi possível identificar uma crise do Serviço Social tradicional abertamente nos anos subseqüentes com o rebatimento de quatro fatores específicos na categoria profissional,

1. Amadurecimento profissional e a sua relação em equipes multiprofissionais;

2. Desligamento de segmentos da Igreja Católica mais tradicional e a imersão de grupos católicos mais progressistas;

3. Participação do movimento estudantil nas escolas de Serviço Social;

4. O referencial próprio de parte significativa das ciências sociais do período, imantada por dimensões críticas e nacional – populares. (NETTO, 2005, p. 140 apud VARANDAS, 2011, p.20).

A busca pela modernização engendra três elementos associados ao processo de erosão do Serviço Social tradicional: a necessidade de se sintonizar as exigências da época; elevar o padrão técnico, científico e cultural da profissão e reivindicar funções não apenas executivas.

O processo de erosão do Serviço Social traz como resultado três vetores que influenciaram na reprodução teórico-metodológica da profissão de Serviço Social: um amadurecimento da categoria, desgarramento de segmentos da Igreja, ingresso no movimento estudantil e fundamentação nas ciências sociais;

O Movimento de Reconceituação emerge a partir das insatisfações acumuladas pelos Assistentes Sociais que passam a questionar as bases da profissão. O arranque deste Movimento ocorre no I Seminário Regional Latino-Americano de Serviço Social realizado em Porto Alegre em Maio de 1965, Com representantes do Brasil Argentina e Uruguai. A união desses países irá se desfazer por duas ordens de causas segundo Netto (1994, p.147 apud RANCIARO, p.21):

  1. As mudanças ocorridas no continente por causa do regime ditatorial ocorridos nos países da América Latina que não deixavam vingar as propostas que situavam a ultrapassagem do subdesenvolvimento como função da transformação substantiva dos quadros societários latino-americanos.
  2. O Serviço Social tradicional é colocado em xeque:um pólo buscava uma atualização do serviço social e outro tencionava uma ruptura com o passado profissional.

Consequentemente foi apontado três projetos para a profissão: A manutenção da matriz conservadora e tradicional; Uma modernização conservadora; E a ruptura com o conservadorismo.

Na Perspectiva Modernizadora o positivismo constitui o seu pano de fundo. No positivismo procura-se utilizar o "método científico" das ciências naturais para também analisar a sociedade e opera no limite da reificação, sem conseguir ir além desse limite, ou seja, sem fazer a crítica ao processo de reificação da vida social.

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