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A Homofobia e gênero um debate necessário na formação docente

Por:   •  29/10/2017  •  Artigo  •  2.096 Palavras (9 Páginas)  •  149 Visualizações

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HOMOFOBIA E GÊNERO: UM DEBATE ESQUECIDO NAS ESCOLAS DE IGUATU/CE[1]

COSTA, João Marcos[2]

RESUMO/ABSTRACT

O presente artigo parte do processo de vivencia no local de trabalho e embasado nos desafios diários de ser gay dentro de uma escola de âmbito particular no município de Iguatu/CE. Busca identificar os avanços e retrocessos dentro da luta por oportunidades de emprego em diversas áreas, mas ainda encontrando maior resistência na área educacional. O debate sobre essa deficiência na área educacional se faz necessário, e aos poucos vemos significativos aumentos no ingresso de LGBT’s no mercado de trabalho. Foi baseado em revisão bibliográfica, e a pesquisa foi feita de forma qualitativa, tendo em vista o aprofundamento do conteúdo sobre o assunto, e a abertura de possíveis debates em outros campos.

This article is part of the process experiences in the workplace and grounded in the daily challenges of being gay in a particular school within the city of Iguatu / CE. Seeks to identify the advances and setbacks in the struggle for employment opportunities in several areas, but still finding greater strength in education. The debate on this deficiency in education is necessary, and gradually we see significant increases inLGBT's entry into the labor market. It was based on literature review, and the research was done qualitatively, in view of the deepening of the content on the subject, and the opening of possible discussions in other fields.

PALAVRAS-CHAVES/ KEYWORDS: Gênero (Gender). Homossexual (Homosexual). Trabalho (Job). Educação (Education)

INTRODUÇÃO

Já nos dizia Freud, que o trabalho é essencial para o equilíbrio psíquico dos indivíduos, e para que haja esse equilíbrio, precisasse um trabalho onde ajude a reconhecer e a excluir a violência, para que esse local de trabalho possa ser visto como um local de prazer profissional para aquelas classes minimizadas, que já sofrem com o preconceito e com variados tipos de violência na sociedade. Não se trata de algo utópico, é sim capaz de desenvolver um local de trabalho harmonioso mesmo vivendo em um mundo individualista e competitivo.

Os homossexuais sofrem diariamente com tipos de violência que para muitos parecem ser bobagens, a exemplo disso vemos piadas homofóbicas, uso de um duplo sentido nas palavras e até mesmo casos explícitos de homofobia. Não querendo buscar vitimar, mas não podemos simplesmente colocar uma venda nos olhos e esquecer que o gay pode sim vivenciar esse tipo de constrangimento no seu espaço de trabalho, e com muita luta que ainda persistem, que conseguem com que as mais variadas entidades construam politicas que possibilitam essa classe uma maior “segurança” no trabalho. Muitas dessas empresas se utilizam da realização dessas politicas para chamarem atenção no mercado do trabalho por propiciarem um ambiente saudável e acolhedor para as minorias. Muitos foram os avanços conquistados dentro de empresas punição para atos homofobicos sejam eles violentos ou mais brandos, planos de saúde para parceiros, o trabalho de conscientização para o tratamento com esse publico, criando assim “um ambiente mais seguro, para o individuo gay no mundo do trabalho” (SIQUEIRA, 2006).

Esse ambiente trabalho harmonioso e sem exclusão dos homossexuais, não irá depender exclusivamente dessas politicas desenvolvidas no trabalho, mas também que haja um relacionamento de poder reordenado.

No contexto social, contudo, ressalta-se que, apesar dos esforços de prevenção e combate a homofobia que vários países tem realizados nos últimos anos, ainda é alarmante o numero de homossexuais mortos, em função da sua orientação sexual (SIQUEIRA,2006).

Os assassinatos de gays são com requintes cruéis de desumanidade e ódio, muitos são mutilados, queimados vivos, esquartejados, em alguns países é possível haver até o consentimento da família para que tais atrocidades sejam cometidas a homossexuais. Em alguns países do mundo existem leis que punem com pena de morte a qualquer cidadão gay, a exemplo temos a Nigéria, onde muitos homossexuais precisam largar tudo e fugir para países onde eles consideram mais calmos e onde eles possam realmente viver em paz. Mas não se pode deixar de citar a expulsão de jovens e/ou adolescentes gays da casa de seus familiares sendo expostas as mais diversas crueldades. Os aumentos das piadas homofobicas na escola e no local de trabalho contribuem ainda mais para uma das principais causas de mortes no mundo gay, o suicídio.

São jovens e adolescentes entre 14 e 29 anos que diariamente cometem suicídios por causa de sua orientação sexual não ser aceita, as mais simples piadas com teor homofobico pode ser agravante para cometerem suicídio, isso tudo junto com a não aceitação dos pais, a exclusão da sociedade, as frequentes agressões e perseguições levam esses jovens a decidir pelo caminho mais curto para a “libertação”. Pesquisas realizadas nas mais diversas áreas, mas focando principalmente nas escolas dos mais diversos tipos, desde educação básica até ensino superior, colocam a tona índices alarmantes do numero de heteros que não querem trabalhar ou estudar com homossexuais, e isso começa desde os primeiros anos do fundamental, o que podemos tirar disso é a influencia de pais e de uma sociedade preconceituosa e homofobica que vem sendo construída ao longo do tempo, sendo cada dia mais presente na vida das crianças em fase de desenvolvimento. A criação de politicas publicas voltadas para essa classe, não irão diminuir de imediato o preconceito e a descriminação, mas, dão uma certa segurança para que os gays possam ter uma “aceitação’ de familiares, amigos e colegas de trabalho. Com isso se enfatiza a necessidade de movimentos voltados para luta de direitos dessa classe serem ativos, para que as politicas sejam elaboradas e seguidas.

Até os anos 1970, afirmar-se visivelmente como homossexual ou como judeu, para permanecer no quadro desses dois casos, implicava incomodar o resto da sociedade, reclamar um reconhecimento, dizer que sua identidade sexual ou religiosa merece seu lugar, que ela não é uma infâmia ou uma barbárie, nem a marca de uma inferioridade incapacitante, como sugere o discurso dominante (WIEVIORKA, 2006).

Nos espaços de trabalho onde o homossexual se insere, existe inúmeras experiências negativas, por conta de sua orientação sexual, alguns perdem o emprego quando a sua orientação é descoberta, a influencia que sua orientação tem quando se trata de uma avaliação de desempenho dentro da empresa, sem contar no mal psicológico que os gays sofrem por terem que omitir o seu verdadeiro eu, justamente para que situações como essas não ocorram, levando esse “medo de ser descoberto” para sua vida social, prejudicando ainda mais sua auto aceitação. Por conta de todos esses agravantes os homossexuais se veem em dois caminhos: os de se aceitarem e assumir o que são e o de se omitir a sua orientação, ambas se tornam delicadas, pois na primeira o medo de possíveis retaliações passa por sua cabeça e na segunda a angustia de ter que fingir ser algo que não é.

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