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A SAÚDE MENTAL E O SERVIÇO SOCIAL

Por:   •  28/1/2022  •  Artigo  •  5.506 Palavras (23 Páginas)  •  150 Visualizações

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SAÚDE MENTAL E O SERVIÇO SOCIAL: O FAZER PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NO CAPS.

Nádila Marinho de Souza Silva[1]

RESUMO

Este artigo tem o objetivo de fazer uma reflexão sobre a prática do Assistente Social nos Caps-Centro de Atenção psicossocial. Apresentaremos um breve histórico sobre os caminhos percorridos pela saúde mental, mostraremos como o exercício da cidadania está vinculado a qualidade de vida de quem sofre de algum transtorno mental. Mais adiante mostraremos como o Assistente Social tem colaborado para que o paciente de saúde mental seja entendido na sua totalidade, favorecendo a garantia de direitos ao usuário, possibilitando assim um tratamento digno a quem faz uso deste serviço. Espera-se que este artigo colabore para os assistentes sociais diante das negligências nas políticas públicas criem possibilidades de atuação e realize um atendimento aos usuários da saúde mental  de forma inovadora visando a emancipação de cada sujeito.

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Palavras-chave: Assistente Social; Saúde Mental; Atuação Profissional no Caps.

INTRODUÇÃO

Como vimos em toda historia, pessoas que sofrem de transtorno mental são vítimas de ações preconceituosas devido à criação de dogmas que consideravam que essas pessoas fossem um risco para sociedade, excluindo-as do convívio social e as colocando em hospitais psiquiátricos em condições precárias. Mesmo com a criação inovadora dos Caps essa prática ainda é latente na sociedade em consequência de valores de uma sociedade desigual, alimentada pelo capitalismo. O capitalismo exclui o cidadão dos seus direitos e pior ainda quando esses direitos são de grupos considerados “diferentes” ou “desiguais”. Frente a esse contexto o artigo busca uma reflexão sobre a atuação do assistente social na perspectiva do cotidiano, demandas e outras situações que estes profissionais têm enfrentado na sua prática profissional e como essa prática têm favorecido para a garantia de direito daquele que sofre de transtornos mentais.

Após a década de 1970, a Reforma Psiquiátrica vem mobilizando diversos atores buscando sua efetivação. Já houve algumas conquistas como o gradativo processo de fechamentos de hospitais psiquiátricos e a ruptura com o modelo hospitalocêntrico, que prejudicava muito o cuidado dos usuários com transtornos mentais. Mesmo com esses avanços, é necessário a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) na sua amplitude mostrar qualidade e efetivação nos serviços. A reforma psiquiatra acontece por meio de muita luta, com o objetivo de se construir uma sociedade mais justa e igualitária onde o “doente mental” possa ter seus direitos assegurados e não seja alvo de diferenças e preconceitos, mas sim protagonistas de sua inserção social. É nesta perspectiva que o assistente social, dialoga com as diversas áreas do saber para que se realize um trabalho conjunto e atuante, considerando que este profissional possui capacidades para compreender as expressões da questão social na sociedade e integrar as equipes dos Caps. Esse artigo tem o objetivo de fazer refletir a prática profissional do assistente social nos Centros de Atenção Psicossocial com o intuito de garantir os direitos de quem sofre de transtornos mentais potencializando o vinculo familiar e comunitário. A escolha do tema se deu por fazer parte desta categoria de assistente social, para agregar conhecimento aos profissionais da minha área e a quem julgar necessário e ao mesmo disponibilizar conhecimento ao usuário sobre a pratica do assistente social no Caps. O estudo foi realizado por revisão de literatura e pesquisa bibliográfica. Sabendo da capacidade intelectual, habilidades, competências e atribuições deste profissional, que trabalha com pluralidade no atendimento, entendendo a exclusão do doente mental, dandosuporte e garantindo direito ao usuário do Caps, nos remete a refletir sobre a importância e colaboração do assistente social nos Centros de Atenção Psicossocial.  

UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A SAÚDE MENTAL

 Percebemos que em quase toda a historia, aparte do século XIX, as pessoas com transtornos mentais sempre foram submetidas à internação em hospitais psiquiátricos.De acordo com os autores (THORNICOFT e TANSELA, 2009)

A história do cuidado em saúde mental durante o ultimo século nas nações mais desenvolvidas economicamente pode ser descrita em 3 períodos históricos. O período 1 descreve o nascimento do asilo entre 1880 e 1950 aproximadamente. O período 2 corresponde ao declínio do asilo e ocorreu por volta de 1950 a 1980;e período 3 refere-se ao desenvolvimento do cuidado em saúde mental descentralizado, baseando na comunidade, desde de aproximadamente 1980.

Asinternações aconteciam apenas em grandes cidades com maior desenvolvimento, as regiões menos favorecida não dispunha destes recursos na área da saúde mental.Os anos 70 da início a novas experiências, marcada pelas reformas dentro das instituições como por exemplo as comunidades terapêuticas e modelo centrados na comunidade. Segundo (GONÇALVES E SENA, 2001).

A reforma psiquiátrica no Brasil é um movimento histórico de caráter político, social e econômico influenciado pela ideologia de grupos dominantes. A práxis da reforma psiquiátrica faz parte do cotidiano de um bom número de profissionais de saúde mental. Tem como uma das vertentes principais a desinstitucionalização com conseqüente desconstrução do manicômio e dos paradigmas que o sustentam. A substituição progressiva dos manicômios por outras práticas terapêuticas e a cidadania do doente mental vêm sendo objeto de discussão não só entre os profissionais de saúde, mas também em toda a sociedade.(GONÇALVES E SENA, 2001)

Com a criação do SUS Após 1988, foram estabelecidas condições organizacionais para a execução de novas politicas publicas, dentre elas a Saúde Mental.

 Na década de 1990 o ministério da saúde em concordância com a organização Pan-Americana de Saúde(OPAS), após a avaliação de diversas experiências de mudanças da assistência psiquiatra, estabelece uma nova política de saúde mental, na qual redireciona gradativamente os recursos da assistência psiquiátrica para um novo modelo de base comunitária.Aparte de então criou-se incentivos e critérios mínimos para adequação e humanização no campo hospitalar especializado para a implementação de serviços em saúde mental de atenção comunitária com base territorial.

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