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A Supervisão Técnica e Acadêmica em Serviço Social

Por:   •  10/11/2021  •  Resenha  •  1.251 Palavras (6 Páginas)  •  118 Visualizações

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Centro Universitário Internacional UNINTER

Curso: Bacharelado em Serviço Social

Disciplinas: Questão Social e Serviço Social / Supervisão técnica e Acadêmica em Serviço Social

Nome do aluno:        

RU: 

Marias do nosso Brasil

          O texto crítico a seguir tem como objetivo analisar as expressões da questão social identificadas no filme proposto e debater a importância dessas latentes questões na sociedade contemporânea e para o Serviço Social que tem nessas expressões seu objeto de intervenção profissional, utilizando como ferramentas as políticas sociais. Estar ciente da questão social, estudá-la, entende-la, discuti-la e intervir é essencial no processo emancipatório de todos cidadãos.

Do cineasta Rudi Lagemann, Anjos do Sol é um longa-metragem ficcional brasileiro que narra a saga de Maria, uma menina que aos 12 anos é vendida pelo próprio pai a um misterioso e atrapalhado homem (Sr. Tadeu) que rondava o interior Nordestino. A região remota e desprovida de recursos tecnológicos, acometida pela malária, onde as pessoas não tinham acesso a direitos básicos como alimentação, educação e saúde facilitava o trabalho inescrupuloso de Sr. Tadeu. Contrapondo a expectativa dos seus pais, pessoas inocentes e analfabetas, desprovidas de conhecimentos típicas dos menos favorecidos, que acreditavam estarem proporcionando à Maria um futuro melhor, o homem misterioso se revela na verdade como um aliciador de menores, representante dos grandes detentores do capital, um explorador da vulnerabilidade social que a família de Maria se encontrava. Maria é vendida, deixa para trás sua infância, sua liberdade e é jogada a própria sorte com outras meninas dentro de um baú de um caminhão insalubre, sujo e escuro, deixam de ser tratadas como pessoas e passam a ser tratadas como “mercadorias”, destinadas a apenas uma finalidade, gerar lucros.

         O filme tem como temática principal a exploração sexual infantil e o tráfico de pessoas e aborda também outras expressões da questão social como: miséria, pedofilia, violência, feminicídio, machismo, autoritarismo, trabalho escravo, analfabetismo dentre outros. Questões presentes na atualidade, mas que muitas vezes passam despercebidas pelas grandes massas devido o processo de alienação social, construída pelo capitalismo.

Todas as expressões da questão social identificadas no filme são geradas pelo sistema capitalista que para se manter vivo precisa produzir lucro e na mesma medida precisa necessariamente produzir miséria. É a estrutura metabólica do capital e a miséria é a mãe de todas outras mazelas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2016 e 2017, a pobreza no Brasil passou de 25,7% para 26,5% da população. O número dos extremamente pobres, aqueles que vivem com menos de R$ 140 mensais, saltou, no período, de 6,6% para 7,4% dos brasileiros.

Outro ponto que chama a atenção seria o analfabetismo, Maria e toda sua família era analfabeta, em uma fala do filme o Cafetão (Saraiva) esbraveja “ Não gosto de puta alfabetizada, isso é ruim para os negócios”. Pessoas ignorantes não apresentam ou quase não apresentam resistência ao serem escravizadas e enganadas, o que era vantajoso financeiramente para Saraiva. As garotas eram violadas e exploradas ao máximo em troca de valores irrisórios, remetendo aqui ao conceito de mais-valia de Marx.

        Sobre tráfico de pessoas em esfera mundial em 2019 a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório que mostra um número recorde no ano de 2016 foram 25 mil casos, enquanto em 2003 eram menos de 20 mil casos. Mulheres e meninas são o maior alvo desses traficantes. A exploração sexual é a principal destinação dessas pessoas traficadas.

18 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes, segundo o disque 100 em 2019, foram denunciadas 86.837 violações de direitos humanos contra crianças e adolescentes desse total 11% se referiam a violência sexual, esses números apontam que houve quase 10 mil casos de violações. Apresentando mais dados entre 2011 e 2017 o Ministério da Saúde recebeu 203.275 denúncias de exploração sexual contra crianças e adolescentes. Trazendo dados recentes de maio de 2020 a cada hora no Brasil, 3 crianças e adolescentes em média sofrem violência sexual, 80 % desses abusos acontecem dentro de suas próprias residências, esse fato remete a cena do filme onde a menina Inês (amiga de Maria) revela que sofria abusos pelo próprio padrasto. Números mais cruéis ainda afirmam que 1 entre 4 meninas serão vítimas de abuso ou exploração sexual antes dos 18 anos, entre os meninos 1 em cada 10 sofrerão da mesma violência.

A Assistente Social, conselheira e representante do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) no Movimento pela Proteção Integral de Crianças e Adolescentes enfatiza que:

“Estamos inseridas em instituições não governamentais, filantrópicas e em diversas instâncias governamentais e do Estado. Trabalhamos nos Centros de Referência Especializado em Assistência Social (Creas), Varas da Infância e Adolescência, instituições de acolhimento, equipamentos de saúde, assessoria a conselhos tutelares e em diversos outros espaços, para atender crianças, adolescentes, jovens e suas famílias. É por meio das políticas sociais, que deveriam assegurar atendimento a muitas das necessidades de grande contingente da população brasileira, que atua grande parte da nossa categoria”

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