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A perspectiva Endogenista e Histórico-Crítica

Por:   •  26/3/2017  •  Abstract  •  2.017 Palavras (9 Páginas)  •  2.152 Visualizações

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Pontifícia Universidade Católica do Paraná  

   

  

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Fundamentos do Serviço Social  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

   

  

CURITIBA  

2017 

Gabriela Rodrigues Mattos 10189356119-9  

Icléa Elisa de Melo 30188986012-8  

Viviane Siqueira 10189355727-2   

Escola de Educação e Humanidades, Noturno, A5  

  

  

  

  

  

  

  

   

  

  

  

Fundamentos do Serviço Social  

  

  

  

  

Trabalho elaborado para a disciplina de Fundamentos do Serviço Social, do curso de Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica do Paraná como exigência de trabalho, sob orientação da professora Ângela.  

  

  

  

Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR

  

Curitiba  

2017 

INTRODUÇÃO 

 

Este trabalho tem como objetivo demonstrar a natureza do Serviço Social em sua gênese, especificidades e sua reprodução, tendo como ponto principal suas características e o que defendem os principais autores acerca de duas teses: a perspectiva endogenista e a perspectiva histórico-crítica.  

Trata-se de duas maneiras diferentes de analisar a origem da profissão, a qual os profissionais se "debatem" sem que haja um processo mútuo de discussão. As análises realizadas pelos autores sobre cada uma das teses ocorrem em momentos diferentes, dessa forma, apesar de encararem o surgimento do Serviço Social de maneiras distintas, essas duas concepções convivem de forma pacífica, uma vez que os avanços relacionados à segunda tese não substituem equívocos existentes na primeira.  


DESENVOLVIMENTO 

 

1. A PERSPECTIVA ENDOGENISTA

Dentro da perspectiva endogenista, o surgimento do Serviço Social é visto a partir da evolução, organização e profissionalização das antigas formas de ajuda, caridade e filantropia. É possível encontrar distinções entre os autores que concordam com esta tese, sendo estes oriundos de um Serviço Social tradicional, o qual se baseia no assistencialismo, junto a outros que desejam essa desvinculação. Em uma outra perspectiva, há também autores que entendem os antecedentes da profissão como sendo qualquer forma anterior de ajuda, e por fim um outro conjunto que pensa seus antecedentes apenas como forma de ajuda organizada e vinculada à questão social. 

Os principais autores que a defendem são Herman Kuse, Natálio Kisnerman, Ezequiel Ander-Egg, Juan Barreix, Boris Alexis de Lima, Norberto Alayón, José Lucena Dantas, Balbina Ottoni Vieira e García Salord. 

 

  • Herman Kuse (1972) -  identifica o Serviço Social como uma tecnologia. O tradicional como aplicação de teorias e aquele ligado à reconceituação (ruptura com o conservadorismo) como sendo a prática como fonte de teorias. 

 

  • Natálio Kisnerman (1980) - remonta as origens da profissão ao Positivismo de Comte (século XIX), pois se trata de uma forma de ajuda sistemática e protestante ou como prática de sociologia. Por meio de uma perspectiva dialética ele explica que surgem etapas que vão sendo substituídas e negadas. Assim, entende-se que a Assistência Social gera a tese, mas quando é confrontada surge o Serviço Social que a rejeita, e por sua vez, com os movimentos de reconceituação, é considerado como tradicional e também negado, esperando ser superado por alguma síntese. 

 

  • Ezequiel Ander-Egg (1975) e Juan Barreix (s.d.) - distinguem e classificam assistência social, Serviço Social e trabalho social como, respectivamente, uma ação benéfico-assistencial, uma profissão paramédica/parajurídica e uma intervenção conscientizadora revolucionária. Barreix entende que a prática necessita de conhecimentos técnicos, enquanto Ander-Egg argumenta que o assistencialismo surge no ambiente cristão, se assemelhando àquele desenvolvido na Idade Média.  

 

  • Boris Alexis de Lima (1986) - identifica etapas históricas a respeito do Serviço Social, sendo elas a pré-técnica, técnica, pré-científica e científica. A etapa pré-técnica é a que corresponde à gênese da profissão e a remete à Idade Média pelas práticas de caridade e filantropia. O autor entende que a história do Serviço Social está ligada aos precursores do Trabalho Social, que são os responsáveis pelas formas primitivas de caridade e filantropia dentro de um capitalismo em ascensão.  

 

  • Norberto Alayón (1980) - pensando o Serviço Social na Argentina, identifica a passagem da Hermandad de la Santa Caridad para a administração estatal em 1822, ou seja, a institucionalização das "tarefas benéfico-assistenciais", como um antecedente da profissão do assistente social. 

 

  • José Lucena Dantas (1980) - retoma a ideia de etapas mas as relaciona a modelos de intervenção, e coincide com outros autores que tratam os antecedentes do Serviço Social desde a Idade Média, porém, se diferencia deles quando se utiliza de sua perspectiva teórico-metodológica e política.  

 

  • Balbina Ottoni Vieira (1977) - questiona que, se as formas de ajuda anteriores à profissão são consideradas, por que não pensar todas elas? Então, deve-se voltar às origens da vida humana com sociedades minimamente socializadas. Sendo assim, para a autora, caridade, filantropia e Serviço Social são formas de ajuda que se diferenciam apenas por sua organização e realização.  

 

  • García Salord (1990) - avança em suas considerações sobre o Serviço Social, dizendo que seu nascimento se dá no século XX decorrendo de três elementos: a institucionalização da benefiência privada, a ampliação das funções do Estado criando e implementando políticas sociais, desta forma, legitimando a profissão, e o desenvolvimento das ciências sociais, ampliando os conhecimentos teóricos e técnicos do profissional. Apesar de pensar nesses pontos, a autora concorda que a profissão decorre da caridade, porém como um mandado divino, em que se faz o bem por amor a Deus e ao homem, entendendo que essas formas de ajuda não se encaixam simplesmente como antecessores da profissão, e sim como as práticas de onde ela deriva.  

 

Nesta perspectiva endogenista, os autores possuem diferentes pensamentos dentro de uma mesma tese a respeito da gênese do Serviço Social, sua profissionalização, organização e sistematização. Essa gama diferenciada de reflexões é determinada por meio dos vínculos desses teóricos com as classes sociais, suas convicções e filiações políticas. Porém, ainda que eles partam de ideais diferentes, chegam num mesmo ponto que é aquele que acaba por definir a perspectiva endogenista: o Serviço Social é a profissionalização, organização e sistematização da caridade e da filantropia. 

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