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Por:   •  29/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.173 Palavras (9 Páginas)  •  102 Visualizações

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 O TERRITÓRIO E ATOR REDE NA EDUCAÇÃO

                                                                              Renata Érica da Silva Duarte

    Sônia do Socorro Figueiredo Nascimento

RESUMO: O presente artigo busca realizar uma reflexão acerca das possibilidades do conceito de território, ator – rede para uma abordagem social dentro do âmbito escolar onde dentro desses conceitos percebemos que a questão do território, ator- rede não são só questões de espaço físico mas sim relações de poder, de economia, social e cultural na vida dos atores que fazem parte da área. O conceito de território ultrapassa os limites da Geografia, mas nela deve se apoiar para construir uma perspectiva analítica e de intervenção que o tome como um campo de forças e relações sociais que se organizam em um espaço de vida com dinâmicos movimentos, em múltiplas escalas. Neste trabalho, destaca-se o território usado a partir da perspectiva de Milton Santos, de modo a construir uma análise que possa contribuir para o crescente debate sobre este tema.  

PALAVRAS-CHAVE: Território. Ator-Rede, Escola, Serviço Social.

1. INTRODUÇÃO

Na atualidade, a discussão sobre território está associada ao contexto do meio técnico científico-informacional, ou seja, da sociedade em rede. Neste, a leitura dos processos sócia espaciais permite a discussão sobre a noção de território como unidade geográfica fixa, colocando a coexistência de ações como uma teia das complexas relações que se estabelecem, ampliando os horizontes de leitura e reconhecimento da existência das modalidades espaciais que colocam em contato a realidade multifacetada da sociedade em sua relação com o espaço. Desta maneira o território vai ser discutido na interface da dinâmica social, que é capaz de articular, a partir de pontos distintos, relações de trocas, sejam elas simbólicas, materiais, econômicas, política e sociais. O território define-se a partir de sua rede de interações, seus limites e fronteiras são estabelecidos de forma mais flexível, sua compreensão torna-se mais complexa.

Portanto este trabalho pretende realizar um estudo acerca dos conceitos de território, territorialidade e ainda sobre o conceito de ator rede possibilitando uma importante ferramenta teórica para o profissional do Serviço Social no atual momento histórico, em que a ebulição altamente veloz de fenômenos sócio-espaciais decorrentes do processo de globalização/fragmentação, da pós-modernidade, bem como da lógica da fluidez e da simultaneidade característica do meio técnico-científico-informacional, exigem respostas mais ágeis e flexíveis, provocando certa dificuldade de acompanhamento nas análises geográficas.

Neste contexto de relação, a escola tem como papel fundamental diante da sociedade propiciar ações efetiva dos direitos sociais, pois o setor educacional tem hoje o papel de possibilitar e de oferecer alternativas para que as pessoas que se sintam excluídas do sistema possam ter oportunidade de se reintegrar através da participação bem como da luta pela universalidade de direitos sociais e do resgate da cidadania. Portanto, a escola é a instituição onde as questões sociais apresentam-se diariamente nas relações entre alunos, educadores, família e comunidade. É na escola que se encontra o espaço para a formação da cidadania.

2. REFLEXÕES SOBRE O CONCEITO DE TERRITÓRIO

O conceito de território é vinculado às relações de poder e embasam as complexas relações sociais que se moldam no território, cujos acordos, definidos pelos diferentes atores sociais, têm como fruto as assimetrias no exercício do poder. Em outras palavras, existe um território usado que, ao unir elementos dentro de um processo, poderá alcançar um território mediado pelas relações de poder na perspectiva de Arendt (1985), ou seja, que visa a uma maior justiça socioespacial.          

Neste estudo, o território é entendido como uma objetivação multidimensional da apropriação social do espaço (CARA, 1996), onde se estabelecem relações de poder entre os vários grupos sociais e instituições (ANDRADE, 1996). Nesse sentido, o conceito de território não se vincula, necessariamente, à propriedade da terra, mas à sua apropriação, que se associa ao controle de fato, efetivo, por vezes, legitimado, por parte de instituições ou grupos sobre um dado segmento do espaço (CORRÊA, 1996, p. 251), o que o torna, portanto, revestido de uma dimensão política.

Isso pode ser notado nos diversos campos do saber, pois o conceito de território esteve, quase sempre, condicionado às relações de poder que se estabelecem entre os grupos sociais e entre estes e a natureza (RAFFESTIN, 1993). Ou seja, a sua definição se faz pela apropriação e dominação de uma área por um determinado grupo social, não bastando, assim, apenas o conhecimento dos dados e das estruturas físicas do espaço geográfico, mas, principalmente, como os sujeitos sociais exercem a vida no território.

No próprio Serviço Social, as diferentes definições de território atestam essas condições, cujos sentidos variam de uma abordagem jurídica, social e cultural e mesmo afetiva, onde a problematização se ancora em aspectos vinculados as relações que a sociedade estabelece com a natureza, mediadas por mecanismos de apropriação, dominação, ocupação ou posse de uma fração do espaço. Dessa relação, emerge a fragmentação do espaço com distintas funções, cuja organização, gestão, manutenção ou, mesmo, reorganização conjugarão interesses dos atores envolvidos.

Desta forma, nos últimos 20 anos o território ganhou um sentido diferente, mais amplo, para abordar uma infinidade de questões pertinentes ao controle físico ou simbólico de uma determinada área.

Entretanto com o fenômeno da globalização cada vez mais interligado em rede, observa-se uma constante interligação dos múltiplos territórios conferindo um conceito de território num sentido mais plural recoberto de maior complexidade.

No que diz respeito à dinâmica territorial, Santos (1997) afirma que o território só se torna um conceito utilizável para a análise social quando é considerado a partir de seu uso, ou seja, a partir do momento em que é pensado juntamente com os atores que o utilizam. É o uso do território e não o território, em si mesmo, que faz dele um objeto de análise social. É a partir desta perspectiva de Santos que este conceito vem sendo introduzido como uma categoria analítica e de intervenção no campo das políticas sociais.

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